Você gosta de um chicletinho? Confiram quais raças de cachorro gostam de colo.
Os brasileiros gostam de cães pequenos. Apesar de a maioria viver em casas térreas (76%, de acordo com estudo do Google com o Mercado Livre, em 2016), das 20 raças caninas mais queridas, 14 são de porte pequeno. Nós gostamos de cães que gostam de colo.
No entanto, nem todas as raças caninas pequenas gostam de colo. Algumas foram desenvolvidas para tarefas pesadas e preferem ficar sobre as quatro patas.
É o caso do yorkshire terrier, criado para caçar ratos em minas de carvão, do poodle (inclusive o toy), criado como auxiliar na caça de aves, e do dachshund, que se especializou na eliminação de roedores.
Quem prefere cachorros que gostam de colo precisa ter cuidado na hora da adoção. Os cães mais independentes, quando são muito mimados, podem desenvolver comportamentos inadequados, como destruir objetos e até tornar-se agressivos.
Relacionamos a seguir as raças de cachorro que mais gostam de colo. No entanto, é bom lembrar que o comportamento varia de indivíduo para indivíduo. É possível encontrar até mesmo cães gigantescos que gostam de ficar grudados no dono, mesmo que apenas a cabeça caiba no colo.
1) Yorkshire
Pois é, iniciamos a nossa lista desmentindo o que dissemos logo acima. Mas isto pode ser justificado. Em primeiro lugar, porque estes cãezinhos deixaram de ser caçadores de ratos há mais de cem anos. Em segundo lugar, porque, apesar de gostarem de explorar ambientes – eles são extremamente curiosos, os yorkies são minúsculos e qualquer caminhada de cem metros já é uma maratona para muitos deles.
Quem decidir adotar um yorkshire precisa saber algumas coisas. A primeira é que, apesar de muitas pessoas classificarem estes pets como “mini” e “toy”, não existem sub-raças, apenas cães maiores e menores, inclusive na mesma ninhada.
A cauda não deve ser amputada. Apesar de ser um procedimento comum, a amputação é dolorosa e pode afetar o equilíbrio e a coordenação motora.
Os yorkies não costumam ser muito sociáveis. Isto significa que eles preferem ser filhos únicos. Se você quiser criar um deles com outros pets, pense em dimensões semelhantes, porque os cães da raça são atrevidos e não compreendem hierarquia de porte. Assim, eles podem decidir comer antes da matilha – e isto pode gerar brigas.
2) Chihuahua
É a menor raça canina do mundo, de acordo com o American Kennel Club (AKC), atingindo no máximo 22 cm de altura na cernelha e pesando 2,7 kg. Mesmo assim, um chihuahua, que tem o nome do mesmo Estado mexicano em que a raça se desenvolveu, pode ser extremamente protetor em relação à família – eles chegam a ser ferozmente leais.
Inteligentes, barulhentos e amigos (especialmente com crianças e outros animais) os chihuahuas são, por definição, cães de colo. O AKC os classifica como “cães de luxo”, uma vez que evidentemente, não são animais de trabalho.
Existem variedades de pelo longo, com a pelagem levemente ondulada. Castanhos, fulvos ou dourados, os chihuahuas podem exibir pelagem sólida, tigrada ou malhada. De qualquer forma, eles são sempre um encanto.
Os chihuahuas são sociáveis, mas devem ser acostumados a dividir espaço desde filhotes. Também é importante supervisionar as brincadeiras, porque o porte minúsculo pode ser responsável por acidentes.
3) Pug
Eles adoram colo e, entre eles, o paparico pode ser justificado por questões de saúde. Os pugs são cães braquicefálicos (de cara achatada, como cana nasal curta) e, por isto, apresentam capacidade respiratória comprometida, assim como os buldogues. Por isto, nas caminhadas, convém carregá-los durante alguns trechos, a fim de não sobrecarregar o coração e os pulmões.
Os pugs são bastante independentes, classificando-se entre os cães que podem ser deixados sozinhos por períodos mais longos (em torno de seis horas), em que eles passarão dormindo da maioria parte do tempo.
Mesmo assim, são animais afetuosos, sempre interessados em um carinho. Podem ser criados com outros animais e não são muito friorentos. Os pugs são criados há centenas de anos na China e, nas últimas décadas, conquistaram adeptos no mundo inteiro.
Não são cães dispostos ao adestramento. Os pugs podem aprender os comandos básicos, mas dificilmente avançarão a partir deste patamar. Ardilosos, eles também costumam economizar energia: mesmo que saibam subir no sofá, por exemplo, eles preferem esperar que os tutores os peguem. Inteligentes, não?
4) Lhasa apso
Apesar da aparência frágil e indefesa, os cães da raça costumam apresentar o chamado “gênio forte”. A raça foi desenvolvida no Tibete (país no Himalaia atualmente ocupado pela China) e era símbolo de sorte e prosperidade.
Há séculos, os lhasa apso são podiam pertencer a monges budistas. Eles habitavam mosteiros quase inatingíveis nas montanhas e eram muito mimados.
Estes cães não foram criados para desenvolver atividades de trabalho, como montar guarda ou caçar. Eles já nasceram cães de colo e não parecem nem um pouco interessados em abrir mão das suas “prerrogativas sagradas”.
Os Lhasa apso esbanjam energia, são inteligentes, afetuosos e barulhentos. Gostam de crianças e de outros animais: se puderem, eles passam o dia brincando.
Seja como for, eles não dispensam uma boa dose diária de carinho. Colo e cafuné estão no topo das necessidades básicas destes cães. Um motivo a mais para encontrarem milhares de pessoas dispostas a adotá-los. Eles precisam apenas de uma rosa especial e escovação diária, para manter à saúde da pelagem.
5) Maltês
Cheio de energia, brincalhão, afetuoso com humanos e outros animais, apegado à família, o maltês não nasceu com cão de colo e companhia, mas como animal de trabalho. A raça se desenvolveu na ilha de Malta, que recebeu seus ancestrais trazidos do Oriente Médio ou de mais além.
Os introdutores do maltês na ilha do Mediterrâneo foram os fenícios, que navegavam por todo o mar comprando e vendendo mercadorias. Nas embarcações fenícias, a função dos cachorrinhos era caçar ratos.
Na Ilha de Malta, porém, a situação mudou para melhor. Os nativos adoraram a companhia dos bichinhos. Prova disto é a presença de esqueletos caninos nas sepulturas do povo (enterrar os mortos sempre foi tido como um sinal de respeito e reverência).
Um chefe local encomendou um retrato do seu maltês preferido, chamado Issa. A pintura foi encontrada nas ruínas do que provavelmente tenha sido uma espécie de palácio real, em 500 AEC.
O isolamento geográfico (os primeiros gregos chegaram à ilha mais de cem anos depois de Issa) permitiu a fixação das características únicas da raça, como a pelagem branca, longa, lisa e sedosa, o pequeno porte e os olhos arredondados e escuros.
6) Shih tzu
Eles estão entre os preferidos dos brasileiros e, apesar do tamanho, não são apenas cães de colo: os shih tzus estão sempre alertas e são os primeiros a fazer soar o alarme quando alguma coisa não parece estar bem. Eles podem ser bem barulhentos.
O termo “shih tzu” significa “cão leão”, por causa da aparência e também porque os chineses antigos acreditavam que Buda andou por toda a região montado em um leão (o cãozinho teria sido companheiro de Buda nestas andanças.
Os shih tzus estão representados em pinturas chinesas desde o século 6*. Além disto, há documentos desta época afirmando que os pets foram presentes do Império Romano do Oriente para a China.
Mais tarde, já no século 14, o shih tzu passou a ser a raça oficial da dinastia Ming. No século 20, no entanto, a população da raça começou a cair. Em 1930, um general inglês importou 14 cachorros, que, ao que tudo indica, são os ancestrais de todos os atuais animais da raça.
7) Bichon frisé
Apesar do nome, não se sabe ao certo se a raça realmente surgiu na França. A favor desta hipótese, existe a semelhança entre o bichon frisé e o poodle (este sim, um francês autêntico) e uma provável descendência do barbet, um cachorro de porte grande e pelos encaracolados.
Os cruzamentos com cães pequenos resultaram nos barbichons e, finalmente, nós bichons frisé. Depois de uma série de aventuras na Itália e na França, estes pets caíram nas graças do rei Francisco I, que ascendeu ao trono francês em 1515.
É impossível não gostar de um bichon frisé. Ele é afetuoso, se dá bem com a família inteira, adora brincadeiras e gosta até de estranhos. Acima de tudo, ele é totalmente apaixonado pelo tutor.
É um cachorro para ficar no colo, dormir na cama, brincar até mesmo com bebês, uma vez que ele é muito delicado. É dado às vezes a algumas artes, como destruir almofadas e pés de móveis, mas isto acontece quando ele é deixado muito tempo sozinho. É um pet guloso: por isto, é preciso cuidado com os eternos pedidos de lanchinhos extras.
8) Pequinês
Campeão absoluto na preferência brasileira nas décadas de 1960 e 1970, o pequinês está um pouco fora de moda atualmente. Possessivos, exigentes, territorialistas, individualistas e absurdamente apaixonantes, os cães da raça seduzem a todos.
Na China, estes animais receberam o nome de “cães de manga”, por serem facilmente ocultos nas largas mangas das roupas tradicionais. No século 8*, apenas a realeza do país tinha autorização para criar pequineses.
O pequinês geralmente escolhe um membro da família a quem irá se dedicar totalmente. Isto não significa que ele não goste de brincadeiras com os outros parentes. Ele é um pet reservado apenas em relação a estranhos.
Se alguém está doente, no entanto, o pequinês se mostra um perfeito enfermeiro. Dificilmente alguém o verá fora do quarto do “paciente” (é provável que ele nem se alimente se ninguém forçá-lo. Na verdade, ele apenas parecer enjoadinho. Na verdade, é um doce que ganhará o afeto da família toda.
9) Lulu da Pomerânia
Ele não era muito conhecido fora da Europa até que Boo, um Lulu da Pomerânia que vivia nos EUA, começou a bombar nas redes sociais, em 2009. Boo teve um livro publicado contando as suas aventuras (“Boo – The Life of The World’s Cutest Dog”) e ficou conhecido como o cão mais famoso da internet.
De lá para cá, os fãs da raça aumentaram. Em São Paulo, ele já é o segundo mais popular. Mas a história da raça é muito antiga. No naufrágio do Titanic (1912), por exemplo, por exemplo, três exemplares foram resgatados com vida.
Cleo Pires, Izabel Goulart, Karina Bacchi, Katy Perry, Paris Hilton e até Ozzy Osbourne já declararam o amor pela raça. Os lulus da família foram devidamente registrado em relatos, fotos e vídeos.
Os lulus da Pomerânia se desenvolveram na Alemanha. Fazem parte do grupo spitz, cães de pelagem dupla criados para o pastoreio. Os menores acabaram vindo parar no nosso colo, especialmente depois que a rainha Victoria, da Inglaterra (século 19) se encantou pela raça.
10) Pinscher
Ele sofre de complexo de Napoleão, o baixinho que achava que era grande, e odeia ser confundido com o primo chihuahua. Na verdade, quem odeia são os tutores: o pinscher não está nem aí para as comparações.
De qualquer forma, os cães da raça são valentes e destemidos. Eles podem disputar uma tigela de ração com um bloodhound ou um dog alemão – e muitas vezes convencem o “adversário” a liberar espaço.
“Os cachorros maiores entendem que os pequenos precisam ser protegidos”, dizem os veterinários. Na verdade, porém, o que afasta os grandões é o latido potente e a força descomunal dos pinschers. Claro que não, mas estes pets acreditam firmemente nisto.
Os primeiros registros da raça surgiram no século 17. Provavelmente, eles são resultantes de cruzamentos entre dachshunds, greyhounds e pequenos Terriers alemães.
Estas miniaturas, apesar da ferocidade aparente, são afetuosos com toda a família (mas não gostam de estranhos). Brincalhões e divertidos, adoram uma bagunça, mas não abrem mão de um bom colo. São atentos e dotados de ouvidos apurados, o que os torna bons auxiliares na guarda e segurança.
Ainda não se decidiu pelo seu cão de colo? Algumas raças menos populares no Brasil também adoram um chamego e certamente estão na medida do seu carinho. É o caso, por exemplo, do boston terrier, schnauzer miniatura, poodle toy, dachshund, papillon, buldogue francês, terrier escocês, etc.
Todos os cães, na verdade, gostam de carinho. Alguns de porte médio, como o cocker spaniel (inglês e americano) e o beagle, cabem no colo – é só dar um jeitinho. Mas, mesmo que não caibam, é possível brincar, afagar, fazer dengo com todos eles, que, afinal, são os melhores amigos do homem.
Uma dica: não sufoque o seu pet demais. Mesmo que ele goste muito de colo, existem momentos para brincar, correr, explorar, vigiar, proteger. Também existem momentos em que eles, assim como nós, só querem ficar um pouco sozinhos. Desta forma, você garantirá a saúde do seu cãozinho (ou canzarrão) e muitos anos de convivência agradável e prazerosa.