Criadores brasileiros já desenvolveram algumas raças de cachorros. Confira quais são.
A maioria dos cachorros que vivem no Brasil é composta por vira-latas, resultantes de cruzamentos aleatórios de duas (ou várias) raças. Entre os cães com pedigree, quase todos descendem de ancestrais importados – há muito ou pouco tempo. Mas algumas raças são genuinamente brasileiras.
A Federação Cinológica Internacional (FCI) reconhece oficialmente a existência de 344 raças caninas e apenas duas delas tiveram origem no país: o fila brasileiro e o terrier brasileiro. No grupo 11 da FCI, que engloba cães em processo de reconhecimento, figuram mais algumas:
- buldogue campeiro;
- buldogue serrano;
- dogue brasileiro;
- ovelheiro gaúcho;
- veadeiro pampeano.
O buldogue serrano e o ovelheiro gaúcho já foram reconhecidos pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), enquanto o veadeiro pampeano, que também ocorre na Argentina e no Uruguai, pode ser registrado apenas na Sociedade Brasileira de Cinofilia (SOBRACI), uma entidade alternativa à CBKC.
Na SOBRACI, o veadeiro pampeano recebe o nome de veadeiro paulista ou nacional e é considerado uma raça distinta (em relação aos primos do Conesul). A raça está muito próxima à extinção completa, mas consegue resistir graças aos esforços de alguns criadores.
Alguns criadores estão tentando recriar, no Brasil, o olde english buldogge. Trata-se do antigo buldogue inglês, ancestrais dos atuais buldogues franceses e ingleses. A raça foi uma das primeiras a combater nos chamados “esportes sangrentos”, na Inglaterra do século 19.
Os mais populares no Brasil
Evidentemente, todos os cães que nascem no país são considerados brasileiros, mas a maioria dos animais com pedigree descendem de raças desenvolvidas na Europa, além de algumas originárias dos EUA (como o pitbull) e do Japão (como o akita).
As raças brasileiras de cachorros, no entanto, tiveram as suas linhagens desenvolvidas no país. Nos clubes de cinofilia, cada raça é relacionada a um “país patrono”: o komondor é húngaro, o rottweiler é alemão, e assim por diante.
O Brasil é o país patrono de poucas raças, com reconhecimento oficial ou não, seja aqui, seja no exterior. A maior parte dos criadores desenvolveu linhagens de animais originalmente importados. As 10 raças mais populares no Brasil – que tiveram o maior número de registros em 2021 – são os seguintes:
- lulu da Pomerânia (spitz anão) (Alemanha);
- buldogue francês (Inglaterra);
- shih tzu (Tibete);
- lhasa apso (Tibete);
- rottweiler (Alemanha);
- pug (China, patrocinado pela Inglaterra);
- golden retriever (Inglaterra);
- pastor alemão (Alemanha);
- yorkshire terrier (Inglaterra);
- border collie (Inglaterra).
As raças brasileiras
As raças apresentadas a seguir podem ser consideradas exclusivamente brasileiras. A maioria começou a ser desenvolvida na época da colonização portuguesa ou no período imperial. O reconhecimento internacional, no entanto, é bem mais demorado.
01. Fila brasileiro
O fila brasileiro o mais conhecido entre as raças brasileiras. Trata-se de um animal de grande porte, utilizado principalmente como cão de guarda. O fila é resultante de cruzamentos entre cães europeus, especialmente portugueses e espanhóis, como o mastim de León, rafeiro do Alentejo, cão de gado trasmontano, cão de castro laboreiro e alão português (já extinto).
Estes animais foram trazidos para a América no período da União Ibérica (1580-1640). Os cães nascidos no Brasil acabaram ajudando os exploradores na conquista de territórios, proteção contra ataques (especialmente de onças) e manejo de rebanhos.
O fila é descrito como um animal robusto, de excelente faro e temperamento forte, fato que requer criadores experientes. Conhecido pela extrema aversão a estranhos, teve o padrão modificado, de acordo com a CBKC, para parecer “menos intimidante”.
Apesar disso, ele é considerado um cachorro bastante tolerante com crianças, comportado e seguro. Mesmo assim, alguns países proibiram a criação de cães da raça (mesmo castrados): é o caso da Inglaterra, Chipre e países bálticos. Ele também foi banido da Nova Zelândia e de alguns países do Caribe, por representar uma ameaça à fauna local.
A palavra “fila”, no português lusitano, significa agarrar, prender, segurar. Portanto, um “cão de fila” é aquele que persegue e agarra as presas, não dando chances para que escape. O fila brasileiro é um cachorro “que morde e não solta”.
O fila brasileiro foi a primeira raça canina brasileira a ser reconhecida pela FCI, na década de 1960. O auge da criação ocorreu nos anos 1970 e 1980, quando ocorreu o maior número de registros e cruzamentos seletivos passaram a privilegiar os animais mais brandos.
02. Terrier brasileiro
O terrier brasileiro durante muito tempo foi conhecido como fox paulistinha, até ser reconhecido como raça independente – no final dos anos 1980 pela CBKC e dez anos depois pela FCI (em 1995, recebeu o registro provisório e, em 2006, o definitivo).
Estes cães são anatomicamente semelhantes ao fox terrier (raça de caça desenvolvida na Inglaterra, no final do século 19) e a raça foi desenvolvida no interior de São Paulo (daí o adjetivo “paulistinha”).
Informalmente, os cães da raça continuam conhecidos como fox paulistinha. Em Minas Gerais, é comum identificá-los como “foquinhos”, um diminutivo abrasileirado para “fox”. O padrão começou a ser desenvolvido ainda nos anos 1920.
Não há certeza sobre as origens exatas do terrier brasileiro, mas é certo que ele foi empregado no combate a roedores e outras pragas das plantações. De acordo com o padrão oficial, a raça descende do jack russel terrier e do fox terrier de pelo liso.
No Brasil, os cães trazidos da Europa (especialmente Inglaterra e França) com animais SRD que viviam nas fazendas. Os primeiros criadores fizeram questão de manter o porte pequeno, para facilitar a caça aos ratos.
O terrier brasileiro é incansável: ativo, bagunceiro, barulhento e muito brincalhão, é o companheiro ideal especialmente para casas com crianças. Bastante inteligente, ele é facilmente adestrável.
Estes cães de porte pequeno para médio são esbeltos, com estrutura firme (mas não pesada), atingindo entre 35 cm e 40 cm de altura na cernelha e pesando até 10 kg. A coloração é sempre tricolor, com fundo branco e manchas ou salpicados pretos, cinza (azuis) ou marrons (fígado). A cabeça apresenta máscara (nas cores das manchas) ao redor da boca, sobrancelhas e entre as orelhas.
03. Buldogue campeiro
É um cão do tipo buldogue – raça desenvolvida na Inglaterra para combate com animais maiores, como touros (bull) e ursos. Trata-se de um animal de trabalho, adaptado às condições climáticas da região Centro-Oeste do país.
Os ancestrais do buldogue campeiro provavelmente acompanharam tropeiros que conduziam gado bovino e suíno, originalmente no pampa gaúcho e depois transferidos para o Mato Grosso. Originalmente, é um cachorro boiadeiro.
Nos anos 1970, com a introdução de novas raças caninas no Brasil (como os boiadeiros de Flandres, de Berna e suíços e até mesmo alguns pastores, como o belga), o buldogue campeiro esteve em vias de extinção.
A raça foi salva pelo trabalho do criador Ralf Schein Bender, proprietário do Canil Cãodomínio, de Taquara (RS), que selecionou machos e fêmeas para promover o aprimoramento do buldogue campeiro.
A raça está estreitamente ao buldogue serrano. Graças ao trabalho de Bender, que obteve um macho de buldogue campeiro e percorreu o Rio Grande do Sul em busca de fêmeas para acasalar, a CBKC reconheceu a raça em 1980.
Acredita-se que a raça seja descendente dos antigos buldogues ingleses (já extintos), que, nos séculos 18 e 19, viajavam em navios mercantes para combater os ratos – a grande preocupação na época era com surtos de “peste negra” (a peste bubônica é transmitida por pulgas que parasitam os ratos).
Outra hipótese é que o buldogue campeiro seja descendente do cão de fila da Terceira (Portugal), do tipo mastim, que teria conferido a aparência mais sólida à raça brasileira. Neste caso, não haveria buldogues na linhagem.
O buldogue campeiro é um cão de compleição média, muito forte e pesado para a altura – ele é atarracado. A cabeça é larga e o corpo, quase quadrado. O focinho é curto (menos de um terço do comprimento do crânio) e as orelhas são portadas pendentes.
Todas as cores são aceitas para os cães da raça. Inclusive, há cães inteiramente brancos, mas eles devem exibir a trufa, mucosas bucais e nasais e pálpebras sempre pretas e bem pigmentadas. Os machos atingem 45 kg e as fêmeas são ligeiramente mais leves, alcançando 40 kg.
04. Buldogue serrano
Desenvolvida para a guarda de patrimônio e para o manejo de gado bovino, a raça já obteve o reconhecimento da CBKC e está diligenciando para que o padrão oficial seja publicado também pela FCI. A raça, definitivamente, é do tipo bull.
O buldogue serrano descende de cães levados para o sul do país (serras gaúcha e catarinense) no século 19. Alemães e poloneses trouxeram o bullenbeisser e os italianos, o buldogue maltês e talvez o antigo buldogue inglês (raça já extinta, diferente do buldogue inglês atual).
Acredita-se que o alano espanhol também entrou na ascendência do buldogue serrano. Alguns cães da raça teriam acompanhado tropas brasileiras, que partiram da região Sudeste, para lutar na Guerra do Paraguai (1864-1870).
Na serra, os primeiros cães da raça teriam sido auxiliares de peões no manejo do gado, uma função transmitida provavelmente por outro ancestral: o cão de fila da Terceira (já extinto), que exercia funções de boiadeiro em Portugal.
Os cães da raça têm um corpo atarracado, mas estão longe de aparentar lentidão ou peso excessivo. Ao contrário, o buldogue serrano é sempre muito ativo e ágil, com músculos longos no dorso e nos membros que garantem a rapidez nos deslocamentos.
A cabeça é proporcional ao corpo. O buldogue serrano apresenta prognatismo inferior e deve ser baixo o suficiente para passar por baixo das cercas das fazendas de gado. Ele é descrito como um guardião equilibrado, sem demonstrações gratuitas de agressividade.
Os cães da raça, por outro lado, não hesitam em atacar sob comando ou quando provocados por um perigo em potencial. Eles são extremamente submissos aos tutores, a quem reconhecem como líderes. São excelentes parceiros para corridas e caminhadas.
05. Dogue brasileiro
Dogue não é apenas um aportuguesamento da palavra inglesa: em cinofilia, cães do tipo dogue (dogo, dogge, presa, aponte ou fila) são um subtipo dos molossos, geralmente usados para caça pesada, luta e manejo de gado bovino e bubalino.
O dogue brasileiro surgiu na década de 1970, a partir de cruzamentos entre bull terriers e boxers. Ele é criado principalmente para a guarda urbana de patrimônio. Inicialmente, os cães da raça eram chamados de bull boxers.
A modificação do nome é devida ao criador da raça, Pedro Ribeiro Dantas, que incluiu o termo “dogue” para explicitar as características do tipo molossoide. Apenas como curiosidade, o termo deriva de “molossus”, utilizado pelos antigos romanos para designar os animais que atuavam nas batalhas.
Em 1978, Pedro Dantas era um criador de bull terriers em Caxias do Sul (RS). Por insistência de um vizinho, ele aceitou cruzar um dos seus cães com uma cadela boxer. Um filhote da ninhada chamou a atenção do criador, que resolveu adotá-la.
Tigresa era o nome da cachorrinha, assim batizada por causa da pelagem rajada. Ela demonstrou qualidades excepcionais: era obediente, extremamente dócil, amorosa e inteligente – tudo isso aliado a uma excelente compleição física, muita agilidade e vigor.
Tigresa era uma cachorra muito forte, rápida, equilibrada e funcional. O criador resolveu experimentar outros cruzamentos entre bull terriers e boxers e as características físicas e comportamentais se mantiveram nas ninhadas seguintes.
Ao longo dos anos 1980, Pedro Dantas obteve outras ninhadas de dogues brasileiros. A maioria dos filhotes era doada para amigos, que precisavam de cães de guarda que ao mesmo tempo fossem dóceis e bons companheiros.
Atualmente, a raça é indicada para companhia, inclusive de crianças pequenas. O dogue brasileiro aceita a presença de estranhos, desde que o tutor (ou alguém da família) esteja por perto. Ele não é muito tolerante com outros cães, mas aceita a presença de outros pets se forem socializados desde filhotes.
De acordo com o padrão, o dogue brasileiro é um cão de aspecto sólido, maciço e não esgalgado, sem parecer atarracado nem pesado. Ele passa impressão de agilidade e força, com músculos poderosos, longos e bem marcados.
Os machos pesam por volta dos 40 kg e as fêmeas, dos 33 kg. A altura na cernelha fica entre 50 cm e 58 cm, com os machos sendo ligeiramente maiores. A pelagem é curta ou média, sempre densa e brilhante. Qualquer cor, variação ou combinação são aceitas, sem restrições.
O dogue brasileiro está classificado no grupo 11 da CBKC (raças não reconhecidas internacionalmente). No Brasil, no entanto, são organizadas inclusive exposições e competições da raça, em que são exigidas provas de apreciação de caráter.
06. Ovelheiro gaúcho
Este é um belo cachorro originário dos pampas gaúchos, ainda sem reconhecimento internacional, mas já relacionado no catálogo da CBKC. O ovelheiro gaúcho é muito ágil e resistente, características fundamentais para os cães pastores.
A raça surgiu espontaneamente no Rio Grande do Sul, sem qualquer tipo de planejamento dos criadores. Há duas hipóteses para o surgimento do ovelheiro gaúcho. A primeira é que ele seria descendente de border collies e rough collies, que teriam cruzado com outros cães trazidos pelos colonizadores.
A segunda hipótese é mais recente e se baseia em estudos morfológicos, históricos e de comportamento da raça. Os cães seriam descendentes de rough collies, pastores alemães e cães da serra da Estrela, uma raça portuguesa de animais montanheses de grande porte.
Do rough collie, o ovelheiro gaúcho teria herdado o “colar” branco, as colorações tricolor, merle e sable, além das orelhas menores e o focinho afilado. Os pastores alemães entraram na árvore genealógica para conferir maior agressividade, já que os cães originais eram mansos demais para o trabalho no manejo dos carneiros. Os cães da serra da Estrela são muito semelhantes aos atuais ovelheiros.
O ovelheiro gaúcho é um cão de porte médio, semelhante ao border collie, mas com movimento diferente, especialmente quando está pastoreando ovelhas. A pelagem, permitida em qualquer cor, não é muito longa e pode apresentar subpelo.
07. Veadeiro pampeano
Oficialmente originário do Brasil, onde foi feito todo o trabalho de reconhecimento da raça, o veadeiro pampeano também está presente no Uruguai e no norte da Argentina. No país, a raça ocorre de maneira mais distribuída entre o sul, sudeste e centro-oeste.
A raça foi desenvolvida para a caça de veados e cervos. Ainda hoje, o veadeiro pampeano é utilizado em atividades de caça, especialmente ao javali. A CBKC ainda estuda o padrão e o eventual reconhecimento, mas a SOBRACI já inclui os cães da raça entre os “legitimamente brasileiros”.
Cães muito parecidos com o veadeiro pampeano aparecem em descrições e ilustrações antigas, datadas do século 18 – à época, eram chamados apenas de veadeiros, cerveiros ou “bianchini”, uma referência à pelagem clara.
Há duas hipóteses para o surgimento da raça. A primeira informa que o veadeiro pampeano descende de cães primitivos, como podengos e ibicencos, trazidos pelos portugueses quando teve início a expansão da colônia para o sul.
A segunda hipótese afirma que o veadeiro pampeano é descendente de cães americanos, que chegaram ao continente há milhares de anos, acompanhando os primeiros humanos. Esta hipótese é corroborada pelo fato de os animais da raça serem muito distribuídos geograficamente, do Mato Grosso ao Uruguai.
O veadeiro pampeano é um cachorro de porte médio, com boa musculatura. A estrutura denota força e rusticidade. É um animal esbelto, sem parecer muito magro: ele possui físico típico para a velocidade.
A cauda é portada sempre baixa e o comprimento não desce além dos jarretes. Pode haver uma franja discreta na parte inferior. A trufa é sempre escura. O focinho tem o mesmo comprimento do topo do crânio. As orelhas são pontiagudas, dobradas em rosa e eretas quando o cão está em alerta.
Os olhos são verdes ou cor de avelã, em diversas tonalidades. A pelagem é simples, curta, dura, reta, densa e áspera ao toque, sem presença de subpelo. O veadeiro pampeano apresenta pelos em tons claros, do dourado ao branco (as tonalidades claras são mais comuns).
Uma raça extinta
O rastreador brasileiro foi a primeira raça canina patrocinada pelo país a ser reconhecida pela FCI, em 1967. Em 1974, porém, foi considerado extinto e perdeu o padrão internacional. Mesmo assim, os criadores alegam que foram mantidos alguns poucos indivíduos da raça.
Trata-se de um cão do tipo sabujo (hound), justamente o grupo dos farejadores das entidades de cinofilia. Nos anos 2000, teve início o projeto de resgate da raça e, em 2019, o rastreador brasileiro foi incluído entre os “cães em avaliação” da FCI.
Estes cães se tornaram populares na década de 1950, quando eram largamente empregados na caça de onças-pintadas, suçuaranas, porcos-do-mato, raposas e tatus. A pelagem clara deveria impedir que os rastreadores fossem confundidos com as presas.
O rastreador brasileiro possui excelente olfato e também é capaz de emitir diferentes sinalizações, para indicar, por exemplo, se a caça está próxima ou se o rastro foi perdido. Como todo bom sabujo, é um animal resistente, corajoso e persistente.
Os animais conseguem seguir por trilhas em matas fechadas, pântanos e rios – são excelentes nadadores. No desenvolvimento da raça, todos os objetivos foram alcançados, exceto a cor da pelagem: nunca foi possível obter animais inteiramente brancos.
A cabeça do rastreador brasileiro é triangular. A trufa é escura e aponta para o solo. Os olhos são escuros e as orelhas, longas e caídas, com pontas arredondadas. Os machos alcançam 67 cm de altura na cernelha. O corpo é esguio e musculoso, formando um conjunto retangular.
A cauda está sempre apontando para cima ou abanando. O pelo é curto, forte e áspero ao toque. O abdômen é pouco marcado.
A raça não é indicada para a companhia: o rastreador brasileiro é um cão atlético, desenvolvido para viver ao ar livre. Os cães não são indicados para crianças, nem pessoas frágeis. Eles herdaram do coonhound, um de seus ancestrais, o comportamento destrutivo, exibido principalmente quando se sentem presos ou limitados.