O ideal é de manhã e à noite, mas há algumas regras sobre os horários de dar comida para cachorros.
De maneira geral, os cachorros devem receber comida – alimento caseiro ou ração – duas vezes por dia, pela manhã e no início da noite, algumas horas antes do descanso. Mas há algumas exceções para dar comida para cachorro que precisam ser observadas.
É importante estabelecer uma rotina. Os cachorros devem aprender, desde que chegam à casa nova, que há momentos certos para comer – do contrário, eles crescerão aprimorando a técnica do “olhar pidão”, estratégia bastante difícil de ser ignorada pelos tutores.
A manutenção de horários para dar comida também regula as necessidades fisiológicas. Inclusive por apresentar um aparelho digestório proporcionalmente mais curto, os cachorros costumam defecar 20 ou 30 minutos depois de se alimentar.
Cães possessivos
Antes de falar do horário da comida, um alerta importante: nunca permita que o cachorro exiba possessividade durante as refeições. Alguns animais chegam a rosnar e até investir contra os tutores.
Corrija o mau hábito retirando a tigela sempre que o pet exibir estes comportamentos inadequados. Volte a oferecer a comida apenas quando ele estiver calmo e mostre que você dá comida sempre que necessário.
Deixar um cão mostrar-se possessivo não é recomendado por diversos motivos. O primeiro é que a harmonia da casa fica perturbada – ninguém quer ter um cachorro dominante mostrando os dentes quando não é satisfeito.
Mas a situação é ruim também para os cachorros. Animais com senso exacerbado de territorialidade podem desenvolver ansiedade também na hora das refeições, prejudicando a saúde e até desenvolvendo doenças graves.
As regras
Os filhotes de até quatro meses devem receber a porção diária dividida em quatro refeições, com intervalos de três a quatro horas. Entre cinco e sete meses, pode-se reduzir para três pratos diários e, a partir dos oito meses de vida, a ração deve ser servida apenas duas vezes.
Alguns cães são muito vorazes. Quase todos os peludos engolem a comida sem mastigar em poucos minutos, mas alguns são especialmente rápidos. Isto é até divertido, mas pode causar alguns problemas – de uma indigestão leve a uma torção gástrica.
Ao perceber que o pet é mais guloso do que a maioria dos cães, a proposta de dividir a ração diária em pequenas porções ajuda a atenuar o comportamento e elimina os males à saúde e ao bem-estar.
Algumas raças caninas são famosas pela voracidade. É o caso especial dos retrievers do Labrador, buldogues ingleses e beagles, que poderiam passar o dia inteiro comendo. Maus hábitos alimentares, no entanto, podem ser desenvolvidos por cães de qualquer raça – e isto prejudica seriamente a saúde dos pets.
Nunca deixa comida à disposição durante o dia todo para os cachorros. Com a variação da temperatura, o alimento pode se estragar e causar problemas de saúde mais ou menos sérios. Além disso, uma tigela cheia de ração é um convite para insetos e roedores.
Para os tutores de primeira viagem, é importante verificar a dinâmica de cada cão. Ofereça a quantidade indicada pelo fabricante na embalagem do produto e observe se ele se mostra saciado. Alguns cães apresentam metabolismo muito rápido e, nesse caso, precisam ingerir mais calorias.
A rotina
A rotina das refeições é muito importante para o equilíbrio orgânico. Jejuns prolongados durante a vigília (o tempo que passamos acordados) podem levar a uma hipoglicemia (queda da taxa de glicose no sangue).
Com isso, o cão fica carente de energia para todas as funções das células. A glicose é transportada para todas as células do corpo. No interior celular, juntamente com o oxigênio aspirado pelos pulmões, ela é transformada em ATP (trifosfato de adenosina), o combustível para todas as nossas funções.
Alguns cães não aceitam a ração no momento em que ela é oferecida. Isto pode ocorrer porque eles ainda não estão familiarizados com o ambiente, porque não gostaram da troca do produto ou mesmo porque estão com medo de algum membro da família.
É apenas uma questão de tempo. Coloque a tigela com o alimento no chão, chame o cachorro e ofereça para ele. Deixe a tigela no chão por dez minutos e recolha. Volte a oferecer apenas uma hora depois.
Em poucos dias, o cachorro estará adaptado ao horário da comida. Ele aprenderá que o alimento fica disponível em determinadas condições. Este treino é importante também para impedir que o cão fique ansioso quando está com fome.
Nunca altere a sua rotina porque o cãozinho está aflito por comida. Ele não está desnutrido, nem irá morrer de inanição em seguida. Se você costuma entrar na cozinha, colocar a água do café para ferver, arrumar a mesa para o café da manhã e só depois servir a ração, mantenha a ordem das atividades. Em alguns dias, o cachorro entenderá que não precisa ficar ansioso, nem fazer drama: o horário da comida está garantido.
Exceções
O estilo de vida do cachorro também deve ser levado em consideração. As quantidades indicadas pelos fabricantes são médias de cães com rotinas leves de exercícios – um passeio diário de meia hora e alguns momentos de brincadeiras durante o dia.
Mas, se o cão é mais atlético – está sempre correndo, persegue inimigos e presas imaginários, brinca sem parar, gostar de correr, pular e vencer obstáculos, é possível que ele precisa de uma quantidade maior de alimentos diários.
O veterinário pode ajudar a encontrar as porções adequadas, inclusive sugerindo produtos mais ricos em nutrientes importantes para o desenvolvimento e manutenção dos ossos e músculos, tais como cálcio, fósforo, magnésio, etc.
De qualquer forma, nunca ofereça alimentos “energéticos” nem suplementos alimentares sem indicação do médico. Conforme a idade avança, alguns nutrientes importantes passam a ser prejudiciais – e, em qualquer idade, qualquer exagero é sempre nocivo.
O excesso de cálcio, fósforo e magnésio na dieta de cães adultos que não tiveram alterações sensíveis na rotina diária, como um aumento da carga de exercícios, por exemplo) pode causar calcificações, gerando desconforto, dor e aumentando os riscos de doenças osteomusculares.
Os cachorros passam por mudanças na dieta conforme a idade avança. Proporcionalmente, eles comem muito mais quando ainda são filhotes, em fase de crescimento – o peso de um chihuahua passa de 100 gramas para três quilos em menos de um ano, enquanto o de um São Bernardo vai dos 20 kg aos 90 kg entre os quatro e os 22 meses de vida.
Cadelas no cio comem menos, enquanto as gestantes e puérperas aumentam consideravelmente a quantidade diária de alimento. A partir dos seis ou sete anos, a atividade física decai, juntamente com a necessidade de ração.
Os tutores devem ficar atentos, no entanto, às mudanças súbitas de apetite. Cães que se recusam a comer sem motivo aparente estão demonstrando claramente que sentem algum desconforto ou mal-estar. A situação não pode se prolongar por mais de três dias sem que o veterinário seja consultado.