Descubra qual é a raça do Scooby-Doo. O Scooby-Doo, personagem central da franquia homônima, foi criado em 1969, pelos roteiristas Ken Spears e Joe Ruby para a Hanna-Barbera (o traço é do desenhista Iwao Sakamoto). Além da TV, o divertido canzarrão já estrelou dezenas de filmes.
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Este é o segundo desenho animado americano com maior número de temporadas – ao todo, são 32, com 550 episódios, perdendo apenas para os Simpsons. Mas, como Scooby-Doo e sua turma continuam sendo desenhados, ele deve se tornar o programa televisivo mais popular em um ou dois anos.
A história da raça do Scooby-Doo
Originalmente, Scooby-Doo não seria um dogue alemão: ele foi idealizado como um old english sheepdog e o nome original seria Too Much (demais, em português). A semelhança com outro personagem de desenho animado, o Marmaduke, fez o desenhista trocar de raça.
Scooby-Doo é um cachorro imenso, envolvido em investigações de casos sobrenaturais. Apesar do tamanho avantajado, ele não é nada corajoso, mas sempre resolve os mistérios da sua turma – um grupo de adolescentes – quando é “incentivado” com petiscos e guloseimas.
A criação recebeu o nome de “Who’s Scared?” (quem está apavorado?). um produtor da Hanna-Barbera, em viagem para Los Angeles, ouviu “Strangers in The Night” e não conseguia tirar da mente a música de Frank Sinatra, especialmente quando ele cantarola “Dooby, dooby doo”.
Assim surgiu Scooby-Doo, o dogue alemão imenso e muito covarde, que se tornou também o personagem central do desenho animado. O sucesso foi tão grande que outras produtoras também criaram versões semelhantes, como “Capitão Caverna”, “Tutubarão” e “Goober e os Caça-Fantasmas”, mas sem a mesma repercussão do cachorro cinquentão.
Curiosidades sobre a raça do Scooby-Doo
O dogue alemão é um cachorro de porte gigante, extremamente leal à família, muito sociável e apaixonado por crianças. As semelhanças com o Scooby-Doo, no entanto, param aí: a raça é conhecida pela fidelidade à toda prova – alguns cães inclusive receberam medalhas por atos de bravura.
Os cães da raça não podem ser considerados agressivos nem violentos. O dogue alemão parece saber que não precisa rosnar ou avançar sobre os desconhecidos: o porte físico é suficiente para desencorajar as atividades de qualquer intruso.
A raça é bastante antiga. O dogue alemão é parente de antigos mastins que desbravaram o mar Mediterrâneo acompanhando marinheiros fenícios e gregos. Ele é um provável descendente direto do molossus, um cachorro bastante temido que integrou as legiões de guerreiros romanos.
O padrão oficial da raça do Scooby-Doo foi apresentado pela primeira vez apenas em 1880, em Berlim (capital da Alemanha), mas cães bastante semelhantes podem ser observados em ilustrações bem mais antigas. “Dogge”, o termo que evoluiu para “dogue”, inicialmente era usado para designar qualquer cachorro grande e forte.
01. Atividades sobrenaturais
Humanos, caninos e outros animais sempre estiveram envolvidos com fantasmas e associados. Mas, enquanto algumas raças não tiveram tanta sorte – os chihuahuas, fiéis companheiros de maias e astecas, muitas vezes eram sacrificados para pacificar os deuses –, o dogue alemão não pode reclamar do azar.
Na Idade Moderna, povos da Europa central acreditavam que os cães da raça (e outros animais de grande porte) tinham o poder de afugentar maus espíritos – provavelmente, uma ampliação da sensação de guarda e proteção. Não se sabe se os criadores do Scooby-Doo sabiam disso, mas o cachorrão acabou se tornando um caçador de assombrações.
02. Tamanho extragrande
Apesar de o título de maior cão do mundo pertencer ao wolfhound irlandês, os maiores cães do mundo, devidamente registrados pelo Livro Guinness dos Recordes, são dogues alemães. Zeus, que viveu no Texas (EUA), ainda detém o título de cachorro mais alto, com 1,10 m de altura na cernelha; quando ficava apoiado sobre as patas traseiras, ele atingia incríveis 2,26 m.
Atualmente, o título pertence a Freddy, um dogue alemão cinza que vive em Essex (Inglaterra). O cão britânico é um pouco menor: 1,05 m na cernelha e 2,24 m quando fica “em pé”. Zeus e Freddy são mais altos do que a maioria dos jogadores profissionais de basquete.
03. E espírito de filhote
Mesmo sendo um cachorro molossoide (o padrão oficial indica que a altura mínima para os cães machos da raça é de 80 cm), o dogue alemão age como se fosse um eterno filhote: ele adora apoiar a cabeça no colo dos tutores e está sempre pedindo carinho.
Scooby-Doo, no desenho, salta no colo de Salsicha, o seu tutor, sempre que está assustado. Este não é um comportamento inesperado para a raça, talvez porque o dogue alemão nasça muito pequeno, pesando menos de 2 kg. Mas ele cresce rápido: com dez meses, já costuma ter a altura de um animal adulto.
04. Origem do dogue alemão
Em muitos países, o dogue alemão é conhecido como grande dinamarquês (great dane), mas a genealogia da raça passa longe da Dinamarca, um país do mar Báltico (norte da Europa). Os ancestrais diretos do cachorrão são os bullenbeisser, raça já extinta que surgiu no sul da Alemanha.
Não se sabe a razão, mas o pequeno país nórdico, às vezes, também empresta o adjetivo pátrio para outra raça: o dálmata, nativo da Croácia (sul da Europa, na península dos Bálcãs), também é conhecido como “pequeno dinamarquês”.
05. Heróis de guerra
Vários dogues alemães se destacaram ao longo da história. Um caso exemplar é o de Juliana, uma cadela que foi condecorada duas vezes, por atos de bravura, com a Golden Cross britânica. No primeiro episódio, durante um ataque nazista, em 1941, e uma bomba incendiária caiu na casa de Juliana. A cachorra fez xixi sobre o artefato bélico (com certeza, uma atitude digna do Scooby-Doo). Seja como for, a umidade da urina foi suficiente para neutralizar a bomba e Juliana salvou a família.
Em novembro de 1944, ela novamente voltou a demonstrar o seu heroísmo – desta vez, de forma intencional. Ela percebeu um cheiro estranho na sapataria do seu tutor, escapou para a rua e procurou a ajuda de alguns policiais que faziam a ronda. Juliana conduziu os oficiais até a loja, em que estava ocorrendo um princípio de incêndio. A dogue alemã salvou mais uma vez os parentes e o patrimônio.
06. Mais um personagem histórico
Um dogue alemão também faz parte da história americana. Apesar de o padrão da raça ter sido publicado apenas em 1880, estes cães já eram conhecidos muito antes. No século 17, William Penn, um escritor e pensador religioso britânico, tornou-se donatário de terras na América. Ele é o fundador da Filadélfia.
Penn decidiu chamar o território de Novo País de Gales, mas a região ficou conhecida popularmente como Silvânia (floresta) de Penn. Há diversos retratos apresentando o colonizador ao lado de um fiel companheiro: um dogue alemão, que atualmente é o símbolo do Estado americano onde, em 1776, foi proclamada a independência do país.
07. Cores para todos os gostos
Além do porte impressionante, nobre, elegante e que inspira confiança, a pelagem do dogue alemão, sempre muito curta, assentada, espessa, lisa e brilhante, pode apresentar diferentes cores – e os tutores brigam para dizer qual é a mais bonita.
Existem cães pretos, azuis (cinza), dourados (do bege pálido ao bronze), tigrados (com listas douradas e pretas) e arlequins (brancos com manchas irregulares sobrepostas). A pele é bem pigmentada nas pelagens sólidas, mas, nos arlequins, é rosada sob o pelo branco e escura embaixo das marcações.
08. Saúde e bom humor
De modo geral, o dogue alemão goza de boa saúde. Algumas linhagens sofrem com displasia de quadril, doença comum aos cães molossoides, além da já citada voracidade, que pode causar distúrbios gastrointestinais.
Estes cães são muito agitados e, por isso, não devem ser criados em espaços pequenos. Um dogue alemão pode circular pela casa, mas é quase certo que ele provocará alguns acidentes, empurrando tapetes, esbarrando em objetos de decoração e até deslocando móveis pesados.
A expectativa de vida é de oito anos, mas alguns dogues alemães atingem os de anos de idade com boa saúde e disposição. Eles precisam de muitos exercícios físicos – pelo menos, caminhadas diárias de 40 minutos e duas ou três sessões de brincadeiras intensas.
O dogue alemão é muito apegado à família, incluindo outros cães, gatos, etc., e odeia ficar sozinho. Isolado e sem nada interessante para fazer, ele pode se tornar destrutivo, mas raramente mostra sinais de agressividade ou violência.
09. Uma característica desagradável
O dogue alemão está entre os campeões de flatulência do mundo canino, uma característica já explorada no desenho animado. A família precisa aprender a conviver com flatos, peidos e puns, especialmente logo depois das refeições. Este cachorro é muito voraz e acaba engolindo o ar junto com a comida.
A voracidade do dogue alemão pode inclusive ser prejudicial. É relativamente comum que estes cães sofram torções gástricas (o estômago literalmente fica torcido no abdômen, exigindo cuidado médico imediato). Para evitar o transtorno, os tutores devem particionar a porção diária de ração, oferecendo três ou quatro refeições ao longo do dia.
