Na verdade, os cachorros nos seguem em qualquer lugar. O banheiro é apenas mais um deles.
Muitos tutores, especialmente os menos experientes, costumam se perguntar: “por que os cachorros nos seguem no banheiro?”. A resposta é simples: eles nos seguem por todos os lugares. São animais gregários e instintivamente defensores.
O banheiro, no entanto, pode dar o que pensar. Principalmente nos momentos em que estamos envolvidos em atividades não tão nobres (apesar de fundamentais), lá estão os cachorros, nos encarando com olhos apaixonados. Seria isso natural?
Os motivos dos cachorros nos seguirem
Adotar um cãozinho é uma grande transformação na vida de qualquer pessoa. Ao tomar a decisão de partilhar a casa e a vida com um cachorro, estamos abrindo as portas para um verdadeiro companheiro, uma amizade à prova de todas as dificuldades.
No início, os filhotes nos seguem por razões óbvias: eles relacionam a nossa presença à segurança. Depois de terem sido separados da mãe e dos irmãos de ninhada, os pequenos transformam os tutores na grande referência.
Nós somos os responsáveis pelo abrigo, alimento, agasalho, diversão, proteção e segurança. Não é difícil concluir que perto do tutor é o melhor lugar para se ficar. Mesmo que isso signifique renunciar a coisas muito importantes, como a caminha quente, a janela movimentada e, para alguns, até mesmo o programa de TV preferido.
Os cachorros nos seguem basicamente porque querem estar perto de nós. Eles nos amam incondicionalmente e exibirão este comportamento mesmo depois de uma bronca ou de não terem recebido um bocado do lanche que o tutor estava comendo.
Isso tudo faz sentido. Os tutores são os provedores das necessidades básicas e também das necessidades emocionais. Nós damos comida e carinho, banho e atenção. Não seria nem um pouco inteligente afastar-se desta fonte de vantagens e benefícios.
Alguns cães, como os pastores e os boiadeiros, apresentam a habilidade de proteção e guarda ainda mais aguçada – ela é natural em todos os cachorros, mas fica mais evidente em um pastor alemão, por exemplo.
Neste sentido, eles seguem os tutores para garantir que nada mal lhes aconteça. Os cães realmente se sentem responsáveis pela nossa segurança e integridade. Eles fazem tudo que estiver ao alcance para garantir o nosso bem-estar.
Por fim, os cachorros são animais gregários. Apesar de os lobos serem animais fortes, ágeis e rápidos, eles se desenvolveram agindo em bando – o que aumenta exponencialmente a força da alcateia. Em casa, nós fazemos parte do bando, mesmo quando o bando se reduz ao tutor e seu fiel escudeiro. É importante lembrar: as matilhas e alcateias sempre têm um líder e os cachorros esperam que nós assumamos este papel.
É motivo de preocupação?
Este comportamento canino – seguir o tutor – é algo que chama a atenção, mas não pode ser considerado fora do comum. Na natureza, os lobos estão sempre próximos uns aos outros – com exceção de alguns solitários, a maioria expulsos da alcateia por desrespeito às regras do grupo.
Mesmo quando estão na posição de sentinelas, guardando o repouso dos demais membros, os lobos emitem latidos e uivos regularmente, que são respondidos pelos colegas que estão de folga. Este contato permanente é tão sofisticado que, em uma mesma alcateia, não há dois lobos que exibam a mesma vocalização.
Quando trouxemos os primeiros cães para a nossa convivência, eles vieram com essas características gregárias, que se mostraram muito úteis para a caça, a guarda, a defesa e o ataque, o trabalho.
Cachorros estão sempre em contato e, em casa, eles acabaram descobrindo que o contato visual elimina a necessidade de latidos e uivos. Por isso, eles seguem os tutores. É como se eles pensassem: “enquanto eu o estiver vendo, está tudo bem por aqui”.
O único motivo de preocupação é quando os cachorros desenvolvem uma dependência extrema em relação aos tutores. Todos os peludos são dependentes de nós, mas alguns podem ficar ansiosos na nossa ausência.
Nesses casos, eles também podem desenvolver comportamentos inadequados. Eles não apenas seguem o tutor, mas exigem a presença e, quando são contrariados, podem se mostrar destrutivos, agressivos e até desenvolver doenças psicossomáticas.
É importante saber dosar as atividades dos peludos, estabelecer uma rotina e sempre deixá-los ocupados. Nas ausências dos tutores, os cachorros podem se divertir com brinquedos, uma janela com vista para a rua ou até uma TV ligada por alguns minutos.
O fato de apenas seguir o tutor no banheiro ou em outros cômodos não indica de modo nenhum uma forma mórbida de carência. Os peludos querem apenas estar juntos de quem amam, estabelecendo uma referência positiva.
Algumas dicas: os cachorros nos seguem mesmo durante a noite, quando nos levantamos, por exemplo, para ir ao banheiro. Faz parte do instinto de segurança e preservação. Em outros momentos, a companhia forçada pode ser um pedido: verifique se ele tem água fresca, se é hora da refeição ou do passeio, etc.