Pode dar remédio de dor para cachorros?

Remédio de dor para cachorros: veja quais se pode dar e quais são os proibidos para os peludos.

Quando sentimos alguma dor, quase todos nós recorremos a medicamentos de venda livre, sem necessidade de prescrição médica. Este hábito pode causar alguns prejuízos para a saúde. Tomar um remédio indicado para animais, como cachorros, faria o mesmo efeito.

Algumas substâncias analgésicas (que eliminam os sintomas de dor) são idênticas, tanto para humanos, quanto para cachorros ou gatos – o que varia é a dosagem. Nós podemos dar remédio para dor aos nossos cachorros, mas é preciso estar atento também a outros sintomas – o medicamento pode inclusive mascarar um problema maior.

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Qual remédio utilizar?

O ideal é seguir sempre as orientações do veterinário. Mesmo uma substância eficaz e aparentemente inócua para um cachorro pode ser tóxica ou simplesmente não surtir os efeitos esperados em outro.

A dosagem e a escolha do princípio ativo do remédio variam de acordo com o sexo, idade, estrutura física e hábitos cotidianos. É evidente que um chihuahua requer uma dose menor do que um dogue alemão, mas a medicação pode ser diferente inclusive para cães da mesma raça.

Por exemplo: os greyhounds e os whippets são cães ágeis e velozes – eles são empregados em corridas em algumas regiões do planeta. No entanto, se o tutor de um desses cães tem hábitos sedentários – e transfere esses mesmos hábitos para o pet – ele provavelmente terá um dispêndio de energia menor. Além disso, a construção e reconstrução dos músculos tendem a ocorrer de forma mais lenta.

Vale o mesmo para cães como golden retrievers e retrievers do Labrador, que adoram nadar e mergulhar, mas, se eles são sedentários e nunca chegaram perto de uma piscina ou um rio, provavelmente sentirão medo da primeira vez.

O veterinário é responsável por realizar uma avaliação clínica, levantar o histórico do cachorro, verificar as condições gerais de saúde, solicitar exames de imagens e laboratoriais quando necessário e, a partir de todos estes dados, diagnosticar os problemas e indicar as melhores substâncias para aliviar ou eliminar as dores, a dosagem e os intervalos.

Quais são os remédios proibidos?

Em geral, os princípios ativos dos remédios são os mesmos para humanos e caninos. As diferenças ficam por conta do volume e das combinações das substâncias. Alguns medicamentos comumente encontrados nas farmacinhas domésticas, no entanto, são totalmente contraindicados para os peludos.

Confira a relação de remédios para humanos que são proibidos para os cães:

  • anti-inflamatórios – piroxicam, ibuprofeno, diclofenaco sódico e potássico;
  • antissépticos das vias urinárias – remédios para infecções e inflamações urinárias (cistite, uretrite, etc.) como fenazopiridina e metanamina;
  • analgésicos – paracetamol, acido acetilsalicílico;
  • descongestionantes nasais;
  • colutórios (enxaguantes bucais e de garganta);
  • antidepressivos.

Todos os medicamentos acima relacionados são tóxicos para os cachorros e alguns princípios ativos tendem a se acumular no organismo – os cães não conseguem eliminá-los com eficiência através da urina e das fezes.

No caso de cães de pequeno porte, como o lulu da Pomerânia e o pinscher miniatura, as intoxicações podem acontecer inclusive com doses muito pequenas. O mesmo raciocínio vale para os gatos.

Além disso, os cachorros devem ficar longe dos medicamentos antigripais. Não existe nenhuma substância capaz de combater o influenza (o vírus da gripe): os produtos disponíveis agem atenuando os sintomas, como febre e dor. Na verdade, eles fazem pouco efeito em humanos e praticamente nenhum nos cães.

Remédios para humanos e cachorros

Apesar dos efeitos indesejáveis, os veterinários podem receitar, em casos específicos, alguns remédios humanos. A dosagem é sempre menor (compatível com o porte do animal) e o principal motivo é a dificuldade, em muitas localidades brasileiras, de encontrar medicamentos veterinários à disposição.

Desta forma, quando um veterinário diagnostica um desconforto, incômodo ou dor nos cachorros, ele pode eventualmente usar remédios humanos devidamente fracionados, por falta de opções específicas para os peludos.

Mesmo nesses casos, é importante considerar os motivos que levaram o médico a receitar determinado fármaco. O cachorro pode ter sofrido um trauma, ou estar convalescendo de uma doença – e a droga será útil apenas naquela situação específica.

Dicas para manter a saúde dos cachorros

Os cachorros podem nascer com problemas genéticos ou hereditários, mas a maioria nasce saudável e permanece assim por vários anos, a menos que sofram infecções (muitas delas preveníveis com vacinas) ou traumas.

Algumas raças caninas apresentam problemas de saúde específicos. Quase todos se manifestam na idade adulta. É o caso da displasia de quadril ou de joelho, relativamente comum nos cães de grande porte, das otites nos cocker spaniels e das dermatites nos animais de pelo curto.

Para manter a saúde dos cachorros, os tutores precisam providenciar:

  • alimentação de qualidade, indicada para a raça, porte, sexo, idade e nível de atividade física;
  • vacinação regular;
  • vermifugação;
  • atividades físicas e de lazer diárias;
  • adestramento (todos os cães devem entender pelo menos os comandos básicos);
  • visitas regulares ao veterinário;
  • controle do peso.

A maioria das causas de dor entre os cachorros está relacionada a problemas e lesões ortopédicos ou neurológicos. Para estas situações (além de traumas que geram fraturas, luxações e fissuras, os casos de artrite, artrose, displasia, hérnia de disco), a Medicina Veterinária tem desenvolvido diversas técnicas que proporcionam bem-estar e qualidade de vida para os peludos.

É o caso, por exemplo, da fisioterapia, acupuntura e hidroterapia voltadas às condições específicas dos cachorros. Os tratamentos tendem a oferecer resultados mais consistentes e duradouros do que a simples medicação (respeitadas as especificidades de cada caso).

Como é possível verificar, ter um cachorro implica alguns investimentos, tanto materiais quanto de tempo e disponibilidade. Por isso, antes de comprar ou adotar, todos os envolvidos precisam verificar as condições da família.

Como dar remédio de dor para cachorro?

Dar remédio para cachorro é uma dificuldade para a maioria dos tutores. Quando o tratamento envolve medicação, o que é melhor: gotas ou comprimidos? É melhor dar direto na boca do cachorro ou misturar na ração? O que fazer para ele não cuspir? E se ele vomitar ou não engolir?

A tarefa não é fácil e fica ainda mais difícil quando o cachorro é bravo ou hiperativo, como a maioria dos filhotes. Com alguns truques simples, no entanto, é possível “cumprir esta missão com louvor”.

A primeira tentativa é simplesmente dar o comprimido para o cachorro. Os peludos são curiosos e é possível que eles queiram experimentar o objeto estranho. Coloque a cápsula entre os dedos e deixe o pet cheirar: ele pode inclusive querer brincar de cabo-de-guerra e acabar engolindo.

No caso dos comprimidos, é possível atirá-los para que o cachorro tente alcançar. No meio da brincadeira, ele poderá ingerir o medicamento e a tarefa está completa. Os cães mais afoitos são os primeiros a cair neste truque.

Estas técnicas, no entanto, não costumam funcionar quando a medicação tem de ser dada por um período mais ou menos longo, a menos que o remédio seja inodoro e insípido: se ele sentir o sabor amargo, provavelmente evitará o remédio nas próximas tentativas.

No caso de tratamentos prolongados e contínuos, o melhor momento de dar o remédio é na hora das refeições – caso o cachorro coma apenas uma vez por dia, a ração pode ser fracionada em três ou quatro porções (sem aumento da quantidade).

Misturados na ração, os comprimidos quase certamente irão goela abaixo sem que o paciente perceba. O remédio precisa estar um pouco oculto, para o cheiro se misturar.

Outra possibilidade é colocar o remédio depois que o peludo começar a comer: como quase todos os cães devoram o alimento (a voracidade é uma característica da espécie), se o comprimido “surgir” na tigela quando eles já estão comendo, fica mais fácil de a medicação passar despercebida.

Em rações pastosas e úmidas, fica ainda mais fácil esconder o remédio. Existem diversas opções no mercado, mas, caso o alimento não possa ser substituído durante o tratamento, basta esmagar alguns grãos do alimento costumeiro e adicionar um pouco de água morna. A nova textura também desperta curiosidade.

Em casos extremos, os tutores podem apelar para os pratos prediletos dos cachorros. Pode ser um pedaço de carne, uma fruta, o que despertar a atenção. Os peludos sabem que essas “iguarias” são oferecidas apenas de vez em quando e não perdem tempo em devorá-las.

Para os mais desconfiados, pode ser necessário apelar para algum tipo de encenação. O tutor pode simular, por exemplo, que o remédio é um pedaço do lanche que está comendo e caiu sem querer.

O cachorro pode ser condicionado. Se ele está sempre rondando o tutor enquanto este prepara alimentos na cozinha, deixe alguns pedaços sobre a mesa ou a pia e, “sem querer”, deixe cair. Derrube um pedaço de um petisco saboroso, outro de cenoura ou maçã e, por fim, o medicamento.

Para remédios líquidos, a tarefa pode ser um pouco mais complicada. O jeito mais fácil é colocar as gotas em uma seringa de injeção (sem a agulha), posicioná-la na lateral da boca do peludo e pressionar o êmbolo rapidamente. O líquido espirrará perto da raiz da língua, reduzindo as possibilidades de o cachorro cuspir.

Alguns tutores recorrem a salsichas ou linguiças, enfiando os comprimidos. O problema, nesses casos, é que os alimentos ultraprocessados são ricos em sal, condimentos e gorduras – e tudo isso faz mal à saúde. Pode-se tentar a técnica com um pedaço de pão integral.

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