Pode, mas sem exagero. Confira os benefícios da couve crua para os cachorros.
A couve é uma presença constante nas mesas brasileiras. A espécie mais consumida é a couve-manteiga, seguida pela couve-flor e a couve-de-bruxelas. Todas elas podem ser oferecidas para os cachorros, cozidas ou cruas.
Menos comuns, as espécies coração-de-boi e galega podem ser preparadas da mesma maneira da couve-manteiga. O rábano, que lembra um tubérculo, é a parte inferior do caule de todas as couves, nutritivo e saboroso.
Os nutrientes da couve são fundamentais também para a manutenção da pelagem sedosa e brilhante. Os animais mais gordinhos podem ser tratados com o oferecimento diário de uma colher (sopa) de folhas cruas picadas, que podem ser misturadas à ração.
As folhas são compostas por 95% de água, fato que garante a hidratação e a melhor excreção de toxinas. Os cães anêmicos podem receber até duas colheres (sopa) diárias, de acordo com a orientação do veterinário, para superar esta condição.
A couve também ajuda no controle da pressão arterial e isto ajuda especialmente os cães braquicefálicos, como os boxers, buldogues e pugs, que comumente apresentam insuficiência respiratória e cardíaca – o chamado “fôlego curto”.
Os tutores precisam ficar atentos, porque a couve apresenta um leve efeito laxante. Caso o cachorro apresente flatulência ou diarreias, a quantidade precisa ser reduzida. O oferecimento constante, no entanto, quase sempre neutraliza este problema.
As fibras da couve ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue e principalmente fazem a festa da microbiota intestinal – elas são parte da alimentação das “bactérias do bem” que, satisfeitas, liberam substâncias que protegem os órgãos do sistema digestório e do sistema circulatório.
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A couve é rica em ferro, mas o mineral presente nas folhas não é muito fácil de ser absorvido pelo intestino dos cachorros. A solução é combinar a folha com uma fonte de ácido cítrico – algumas gotas de sumo de laranja, por exemplo.
Melhor forma de oferecer couve crua para os cães
O ideal é acostumar os peludos a comerem vegetais desde filhotes. Eles são ricos em vitaminas e sais minerais, fornecendo nutrientes importantes para a manutenção da saúde e da qualidade de vida dos pets.
Uma colher (sopa) de couve crua, misturada à ração diária, é suficiente para suprir as necessidades nutricionais de um cão de porte médio. A couve não pode ser muito picada, porque este corte desperdiça grande parte dos nutrientes.
Seja como for, os cachorros são animais preferencialmente carnívoros: a base da dieta continua sendo a carne – no caso de oferta de comida caseira, pode-se alternar entre cortes bovinos, suínos e de frango. Os vegetais – inclusive a couve – devem ser encarados como suplementos da alimentação.
Quase todos os vegetais verde-escuros – além da couve, o repolho, rúcula, espinafre, brócolis, etc. – são importantes para a saúde canina. Eles estão entre os campeões de compostos antioxidantes (que inibem a ação dos radicais livres). Além disso:
• são ricos em sulforafano e indol, duas substâncias associadas à prevenção de danos celulares, que podem provocar o desenvolvimento de neoplasias;
• são fontes de carotenoides – justamente a substância que confere a cor verde-escuro às folhas – que protegem os olhos, melhoram a imunidade e a saúde dos ossos;
• são ricos em luteína, substância que diminui o risco de catarata, doença comum especialmente nos cachorros idosos;
• auxiliam a evitar e desacelerar o declínio cognitivo, tornando-se úteis para prevenir e coadjuvar o tratamento de demências (os antioxidantes estimulam a capacidade do cérebro de formar novas conexões entre os neurônios).
Os benefícios da couve crua para cachorro
O cozimento dos vegetais implica sempre a perda de partes dos nutrientes. Por isso, oferecer couve crua para os cachorros (e também para humanos) é uma maneira de preservar as vitaminas e sais minerais da planta.
Os benefícios são garantidos também quando as folhas são submetidas a um cozimento rápido – apenas um “susto” em água fervente. A couve apresenta baixo teor calórico. É rica em fibras, que, no intestino, se dissolvem e formam uma espécie de gel, que prolonga a sensação de saciedade, dificulta a absorção das gorduras e aumenta o volume das fezes.
• Ferro – este sal participa da composição da hemoglobina, proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue responsável pela condução do oxigênio para o interior das células. A carência de ferro é a causa principal da anemia em cães.
• Potássio – auxilia no equilíbrio ácido-alcalino, regulariza a frequência cardíaca, participa das reações enzimáticas, está envolvido no transporte de moléculas através das membranas celulares e é fundamental na condução dos impulsos nervosos. Cães com insuficiência renal devem consumir a couve sempre cozida, para reduzir o teor do mineral.
• Cálcio e fósforo – meia folha de couve picada garante as necessidades nutricionais diárias destes minerais, para cachorros de pequeno e médio porte. O cálcio e o fósforo são importantes para a formação de ossos, dentes e unhas, e também para a manutenção da massa óssea dos adultos.
• Magnésio – participa da metabolização dos carboidratos e, através da produção de enzimas, ajuda na absorção das vitaminas e demais minerais. O magnésio também é importante para ossos e dentes, reduz a absorção de gorduras, controla a pressão arterial e ajuda no controle do diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença entre os cachorros.
• Vitaminas do complexo B – fortalecem o sistema imunológico, reduzem a retenção de líquidos e podem ajudar a prevenir algumas doenças cardíacas. O complexo B reduz os riscos de doenças degenerativas, como artrite e artrose.
• Ácido fólico – e a vitamina B9, especialmente importante durante a gravidez das cadelas, uma vez que participa da formação do sistema nervoso central dos embriões.
• Vitamina C – protege o organismo de infecções, melhora a saúde dos ossos, tendões, articulações e mucosas, além de facilitar a absorção do ferro. O nutriente é um poderoso antioxidante, que combate os radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce e alguns tipos de câncer.
• Vitamina K – participa da coagulação do sangue, facilita a cicatrização e reduz o risco de hemorragias. O nutriente também impede a formação de trombos nos vasos sanguíneos, reduzindo riscos de doenças cardíacas agudas. A vitamina K é um elemento importante na síntese das proteínas e na absorção do cálcio; portanto, é fundamental para a saúde dos ossos e dentes.
A couve é contraindicada apenas para cães que sofreram episódios de trombose ou fazem tratamento com algum tipo de anticoagulante. Os nutrientes do vegetal podem interferir nos efeitos do medicamento. A oferta, nestes casos, só pode ser feita com a indicação do veterinário.