Água de coco é um ótimo hidratante e repositor de eletrólitos. Mas pode dar água de coco para cachorro tomar?
A água é a substância fundamental para a vida. Ela deve ser mantida sempre à disposição dos cachorros, limpa e fresca. Com relação à água de coco, não há contraindicações para servi-la aos peludos, mas é preciso moderação.
Ao contrário dos refrigerantes, ricos em açúcar refinado, e das bebidas alcoólicas, que são tóxicas e prejudicam o universo orgânico dos pets, a água de coco pode ser oferecida, mas não deve substituir a água pura.
A fruta
O coco é rico em vitamina C, frutose, cálcio, potássio e magnésio, entre outros nutrientes. A fruta é rica em fibras, mas fornece um teor elevado de gorduras. São gorduras boas, mas, em excesso, levam ao sobrepeso e à obesidade.
A água de coco apresenta as mesmas características nutricionais, com exceção das fibras e da gordura. Por isso, ela pode ser oferecida em pequenas quantidades para os cachorros. Os açúcares do coco são complexos e, por isso, são absorvidos lentamente, fornecendo uma fonte extra de energia para os peludos.
A água de coco é um excelente hidratante, indicado especialmente nos dias quentes e secos. No entanto, em alguns animais com predisposição, a bebida pode provocar a instalação de gastroenterites, que levam a vômitos e diarreias: em lugar de hidratar o pet, nesse caso, o tutor estaria contribuindo para a desidratação.
Os motivos para não exagerar na água de coco
Um dos principais motivos para não dar água de coco para cachorro o tempo todo é que a bebida não é isenta de calorias. Ao oferecer água de coco, o pet estará recebendo mais energia do que a habitual – e, se ele não consumi-la, poderá ganhar peso.
A água de coco é rica em nutrientes e repõe diversos eletrólitos no organismo, tanto humano quanto canino. O problema é que, se o cachorro recebe uma dieta balanceada, com ração de qualidade e em quantidades suficientes, a dose extra fornecida pela bebida pode acabar comprometendo funções orgânicas.
A água de coco, por exemplo, é rica em magnésio e potássio. O excesso desses sais minerais pode alterar o trânsito intestinal, causando desconforto abdominal. No médio prazo, estes sais contribuem para o desenvolvimento de gastroenterites.
Alguns sinais de que o cachorro exagerou na dose de água de coco são a fraqueza muscular, dormências e eventualmente vômitos.
O excesso de potássio também compromete o músculo cardíaco. Em dose única, é difícil observar os sinais, mas quando o teor é muito elevado, a frequência cardiovascular é reduzida e surgem arritmias cardíacas.
Lendas sobre a água de coco
Muitas pessoas oferecem água de coco quando os cães estão com diarreia. Isto pode funcionar em alguns casos, quando o problema é provocado por carência de eletrólitos no organismo, mas a bebida não é um remédio e não faz nenhum efeito em outras situações.
A diarreia é um sintoma comum a diversas doenças dos cachorros, de uma simples indisposição estomacal a doenças virais graves como a cinomose e a parvovirose. Não se deve oferecer medicação, caseira ou industrial, antes que sejam as causas que estão provocando a diarreia. Alguns produtos podem mascarar o sintoma, mas a doença persiste.
Outro mito bastante divulgado é que a água de coco ajudaria a equilibrar os índices de açúcar no sangue de animais diabéticos. A frutose (presente nas verduras e frutas) é um tipo de açúcar mais complexo, que leva mais tempo para ser sintetizado e depositado na corrente sanguínea, para ser absorvido pelas células.
Mesmo assim, oferecer uma dose extra de açúcar para cachorros com problemas em metabolizar a glicose é simplesmente uma forma de dar munição para a doença. Qualquer alimento fora da rotina só deve ser oferecido para animais adultos saudáveis.
É evidente que, se os pets diabéticos comerem mais açúcar, eles terão mais problemas com a hiperglicemia (os picos de concentração de açúcar no sangue). O controle do diabetes deve seguir à risca as recomendações do veterinário.
Motivos para dar água de coco para cachorro
Em primeiro lugar, é preciso consultar o veterinário antes de oferecer qualquer alimento ou alterar a quantidade servida diariamente e a frequência das refeições. O médico pode inclusive sugerir o uso de água de coco, para fortalecer os músculos, o sistema cardíaco e o sistema nervoso periférico.
Para a maioria dos cachorros, não existe nenhum problema em oferecer água de coco, desde que seja em pequena quantidade. Nem é preciso lembrar que o recipiente precisa estar limpo e desinfetado.
Uma boa dica é congelar a água de coco e servi-la para o cachorro em picolés, nos dias quentes. Podem ser acrescentados pedaços de maçã ou pêra, ou bater a bebida com pedaços de melancia ou melão (sem sementes, que são tóxicas para os peludos). Nunca ofereça picolés industrializados, que são ricos em açúcar (e, em alguns casos, também em leite).
Os picolés também podem ser batidos com água de coco e iogurte natural, que fornece hidratação e melhora o trânsito intestinal. Dê preferência para os produtos desnatados e suspenda o petisco caso perceba desconforto abdominal, náuseas e alterações nas fezes.
Lembre-se de que a água de coco é extremamente perecível e deve ser consumida logo depois que o coco é aberto (com tolerância de 40 a 50 minutos). O que não for ingerido precisa descartado. Vale o mesmo para os picolés – se sobrar alguma coisa.
De qualquer forma, a água de coco deve ser oferecida como um petisco, uma coisinha gostosa para momentos especiais. Se houver indicação do veterinário para consumi-la com mais frequência, é preciso calcular uma redução da ração diária.