06 perigos para os cães escondidos na Ceia

Fim de ano é sinônimo de mesa farta, mas a Ceia esconde alguns perigos para os cães. Confira.

Fim e recomeço. As festas de fim de ano são uma tradição para celebrar os bons acontecimentos vividos e desejar saúde, paz e prosperidade para o futuro. As ceias natalinas proporcionam bons momentos para reunir amigos e familiares, mas alguns perigos podem estar escondidos nestas mesas fartas.

O natal e o Réveillon – e também os encontros durante as férias – sempre prometem muita comida e bebida. Mas quem tem pets em casa e está planejando receber nestas noites festivas precisa tomar alguns cuidados.

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01. “Não alimente os animais”

A primeira providência é informar a todos os convidados que é proibido alimentar os animais de estimação da casa. A advertência pode servir inclusive como uma brincadeira, mas especialmente os cachorros gostam de rondar os estranhos, com olhares pidões e gestos de humildade, sempre prontos para abocanhar algum petisco.

As delícias que fazem a alegria dos humanos nas ceias natalinas (e também em outras ocasiões como aniversários, churrascos, batizados, casamentos, etc.) apresentam riscos para a saúde de cães e gatos – alguns podem ser até fatais.

Portanto, nenhum convidado deve estar autorizado a partilhar um pedacinho do pernil de porco ou da coxa do peru e precisa estar atento aos eventuais roubos. Os cães não conhecem o conceito de propriedade e, portanto, não roubam no sentido técnico da palavra.

De qualquer forma, eles são extremamente ágeis – mesmo os idosos – e conseguem abocanhar com muita facilidade um petisco que esteja dando sopa: um prato deixado sobre o sofá, um copo apoiado no tapete, etc.

02. Peru e chester

Cães parecem adorar aves. As máquinas de galetos dos bares e padarias foram inclusive batizadas de TVs para cachorros. Mas, na verdade, eles não gostam especialmente de perus, frangos avantajados, patos ou marrecos. Eles apenas são carnívoros e percebem que esses quitutes poderiam muito bem complementar a dieta.

Os aromas, por outro lado, estimulam bastante os cachorros. E, apesar de vivermos em um país tropical, os assados que passam horas no forno e os molhos que demoram um tempão para encorpar – alimentos típicos do frio – acabam despertando o interesse dos cães, que usam principalmente o faro para se orientar.

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O risco do peru e do chester (ou seja lá qual for o nome que o produtor dê ao frango tamanho família) não está na proteína animal: os peludos podem comer aves, desde que sejam desossadas e cozidas sem temperos.

Alho e cebola, os temperos tradicionais brasileiros, são prejudiciais à saúde de cães e gatos, podendo inclusive ser fatais para os pequenos – e mesmo para os grandes, se eles conseguirem roubar uma ave inteira temperada.

A pimenta e algumas especiarias, como cravo, canela e açafrão, também são prejudiciais. Para começar, elas são termogênicas – isto significa que elas contribuem para acelerar o metabolismo. Nada errado para os humanos, mas podem causar arritmias cardíacas e insuficiência respiratória.

A pimenta, assim como outros temperos, também causa efeitos colaterais mais leves, mas nem por isso menos incômodos. Os cachorros podem ter flatulência (excesso de gases), diarreias, dores estomacais e vômitos. Nada disso combina com o período de festas, nem com a saúde e bem-estar dos peludos.

03. O salpicão

Muitos tutores incentivam os cachorros a comerem verduras e legumes. Isto é muito bom, porque os vegetais são excelentes complementos para a alimentação (mas não são substitutos). No caso do salpicão, no entanto, há alguns perigos.

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Além dos riscos associados aos temperos usados no preparo do prato, muitas receitas levam maionese como ingrediente. O molho é muito gorduroso e interfere na digestão dos peludos, causando de gases a diarreias intensas.

Os animais de pequeno porte, como chihuahuas, pinschers miniatura e lulus da Pomerânia, podem ter o pâncreas comprometido com apenas uma colher (café) de maionese. A pancreatite canina não tem cura.

04. O arroz com passas

Não há unanimidade sobre este prato. Muitas pessoas odeiam, a maioria acha muito comum e pouco original e uma pequena parte realmente gosta da mistura do doce com o salgado, que, de resto, está presente em diversas receitas natalinas.

No caso dos cachorros, no entanto, há perigos. Mesmo o arroz branco é muito rico em amido e o consumo excessivo pode causar sobrepeso, intensificar os sintomas de alergias e dermatites e desequilibrar o funcionamento gastrointestinal.

O problema maior do prato, no entanto, está nas passas. Os cachorros não podem, em hipótese alguma, comer uvas – frescas ou passas. Ainda não se sabe o que provoca os desequilíbrios na saúde, mas sabe-se que as reações surgem em todos os peludos, em maior ou menor intensidade.

O problema não está nas cascas nem nas sementes, apesar de as ramas e cascas intensificarem os sintomas. Cachorros que ingerem uvas podem apresentar redução do apetite, fraqueza e cansaço, flacidez abdominal, além de vômitos e diarreias (algumas horas depois da ingestão).

Além disso, os peludos podem apresentar sinais diferentes de indivíduo para indivíduo. Enquanto alguns apresentam muita sede, bebem muita água e, com isso, o volume da urina aumenta, enquanto outros deixam de se hidratar e, com isso, a urina é reduzida. Este problema é pior, porque pode sobrecarregar os rins.

Portanto, as uvas frescas e passas devem ficar distantes do alcance dos cachorros. Aquela bela bandeja de frutas tropicais não pode ser acessível. Caso o cachorro consiga pegar uma destas frutas, a solução é correr para o veterinário, ou pelo menos procurar orientação por telefone.

05. Bebidas alcoólicas

As bebidas fermentadas e destiladas foram inventadas pelos humanos há milhares de anos e estão presentes em praticamente todas as comemorações. É saudável e alegre brindar a chegada de um novo ano com uma taça de champagne. Mas os cachorros não têm nada a ver com isso.

As festas natalinas também se caracterizam pela presença do “tio do pavê”, aquele parente desavisado que quer fazer graça e se tornar o centro das atenções a todo custo (geralmente consegue, mas não pelo lado positivo). Esse tio costuma oferecer doses de vinho, cerveja ou destilados aos cachorros – e isto deve ser impedido a qualquer custo, principalmente porque não se trata de algo que deva fazer parte do cardápio canino.

Bebidas alcoólicas agem deprimindo o sistema nervoso central (por isso, ficamos trôpegos e perdemos a coordenação motora quando bebemos). Nos animais, elas induzem ao sono, mas podem causar um estado de coma. Além disso, são muito ricas em açúcares.

06. Os doces

Doces e cachorros não combinam. Eles não precisam das overdoses de glicoses a que estamos acostumados, especialmente no período de festas. O açúcar refinado é totalmente contraindicado para os peludos.

Para fazer um agrado, é possível oferecer alguns pedaços de frutas para os cães: maçã, pera, pêssego, e mamão são ideais. Se estiverem geladas, eles aceitarão com muito mais facilidade. Os doces processados, no entanto, não podem ser oferecidos.

A rabanada é uma iguaria quase obrigatória nas ceias natalinas e é difícil encontrar quem nunca tenha se empanturrado com esta sobremesa. Mas ela é muito doce e gordurosa para eles (e até mesmo para nós).

Isto significa que os cães não apenas não devem comer rabanadas: eles também não podem lamber os dedos lambuzados de açúcar, canela e leite condensado. O doce pode causar problemas intestinais e, no médio prazo, provoca ganho de peso e transtornos metabólicos (como o diabetes, por exemplo).

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As frutas secas – nozes, avelãs e amêndoas – não chegam a ser tóxicas, mas também não são recomendadas para os cachorros. Qualquer oleaginosa, inclusive amendoim e pistache, pode causar desconforto abdominal, gases e diarreias.

Tome cuidado com as cascas das nozes e avelãs. Elas retardam o fluxo gastrointestinal e prejudicam a digestão e a absorção dos nutrientes. O problema maior, no entanto, é que estas cascas podem inclusive causar obstrução intestinal – esta é uma emergência médica.

O panetone de frutas – a receita clássica italiana – quase sempre é feito com uvas passas. Mas, mesmo que só haja frutas cristalizadas, o excesso de açúcar e a massa ultraprocessada são prejudiciais aos cachorros. A maioria dos produtos disponíveis no mercado, aliás, também é nociva aos humanos.

O chocotone tem o agravante do chocolate, rico em teobromina, enzima que os cães não conseguem metabolizar – não digerem, nem conseguem expelir. A teobromina fica acumulada no organismo e torna-se tóxica.

O envenenamento por teobromina pode ocorrer de algumas horas a dois dias, dependendo do porte e da saúde do cachorro. Os sintomas mais comuns são inquietação, respiração acelerada, aumento da frequência cardíaca, vômitos, diarreias, perda de coordenação e convulsões. O consumo de chocolate pode ser fatal mesmo para cachorros grandes, como um dogue alemão.

Para finalizar, é importante lembrar que os cachorros não têm calendários: eles não sabem que o ano está terminando ou começando, nem faz nenhuma diferença para eles. Certamente, a maioria gosta da casa cheia, mas “excessos de fim de ano” devem ser evitados.

Comer demais, por outro lado, é algo que os cachorros sabem fazer bem. Na natureza, é importante comer o máximo possível, porque nunca se sabe quando haverá outra presa para caçar. Em casa, é melhor ensiná-lo a contentar com a mesma porção de ração todos os dias, com alguns petiscos extras em ocasiões especiais, desde que sejam saudáveis.

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