É preciso descobrir a idade aproximada dos filhotes de cachorro, para saber o que eles podem comer.
Filhotes de cachorro são pets com até 18 meses de vida. Às vezes, no entanto, ao adotar um cãozinho — especialmente em um abrigo —, fica difícil determinar a idade exata. Então, fica a dúvida: o que os filhotes de cachorro podem comer?
O ideal, antes de tudo, é levar os filhotes para uma consulta com o veterinário: a partir de alguns testes simples, o médico avaliará o estado geral dos pets e poderá determinar a idade aproximada, com base na dentição e na coordenação motora geral, por exemplo.
Caso seja necessário, o médico poderá solicitar exames de laboratório, para diagnosticar possíveis carências nutricionais, seja em função do desmame precoce, seja por causa do próprio crescimento. Existem suplementos alimentares que podem ser dados aos filhotes de cachorro.
Nunca confie em “técnicas populares”. Sem conhecer os pais do cachorro filhote, é impossível determinar a idade com base no tamanho das patas. A indicação da dieta precisa ser definida por um especialista.
Não se esqueça de oferecer água limpa e fresca. Mesmo que os filhotes de cachorro estejam recebendo apenas leites especiais, a água é fundamental para manter a hidratação do organismo. Se eles se recusarem, você pode umedecer a boca dos pets com um chumaço de algodão.
Os pequenos
Cachorros filhotes precisam permanecer com a mãe até dois ou três meses de vida. Os animais de grande porte desenvolvem-se mais rapidamente, enquanto os “nanicos” são mais dependentes dos cuidados da cadela.
Caso você tenha encontrado um filhote muito pequeno, não ofereça leite de vaca para ele. Provavelmente, ele aceitará de bom grado – afinal, trata-se de um pet esfomeado. O leite de vaca, contudo, não fornece os nutrientes necessários para a alimentação e nutrição: cachorros e vacas são espécies diferentes.
Nas pet shops, você pode encontrar fórmulas nutritivas pediátricas que os filhotes de cachorro podem comer. Os funcionários das lojas especializadas geralmente têm alguma prática para determinar a idade aproximada.
Em alguns casos, pode ser necessário alimentar o novo pet com conta-gotas, em três ou quatro refeições diárias (os recém-nascidos precisam ser alimentados a cada três horas, o que exige uma boa dose de dedicação por parte dos tutores).
O “calendário oficial” das refeições é o seguinte:
- recém-nascidos (duas primeiras semanas de vida): a cada três horas;
- entre a terceira e a oitava semana: fórmula pediátrica a cada seis horas;
- a partir da oitava semana: ração preferencialmente úmida (ou seca umedecida com água morna) específica para filhotes a cada seis horas;
- a partir dos três meses: ração, suplementos e petiscos a cada oito horas;
- a partir dos seis meses: ração, suplementos e petiscos duas vezes por dia.
Verifique a quantidade ideal de acordo com o tamanho e o peso do filhote e, mesmo que ele pareça faminto, não ofereça mais do que o indicado, para evitar sobrepeso e obesidade, condições que prejudicarão a vida futura dos filhotes.
Até completar oito semanas de vida, filhotes de cachorro devem receber apenas leite – artificial, de uma ama de leite ou da própria mãe (preferencialmente). Além de ser um alimento completo, o leite das cadelas fornece anticorpos para proteger os pequenos, até que o sistema imunológico esteja desenvolvido e eles possam receber as primeiras doses das vacinas, aos dois meses de idade.
Bebês maiores
A partir dos dois meses, os filhotes de cachorro já podem receber ração. Escolha sempre o produto indicado para a idade e o porte físico. As embalagens de rações geralmente apresentam as porções indicadas de acordo com a altura e porte dos pets.
Criados juntos com as mães, os filhotes de cachorro continuam mamando por mais algumas semanas, até completar três meses, quando as cadelas param de produzir leite e afastam naturalmente as crias. Por isso, durante algumas semanas, pode ser necessário complementar a ração com fórmulas pediátricas.
Os tutores precisam observar os hábitos dos novos pets. Alguns cachorros começam a desenvolver a dentição permanente já aos dois meses, enquanto outros demoram mais três ou quatro semanas para perder os dentes de leite.
Alguns filhotes podem desenvolver intolerância à lactose desde o nascimento. Esta intolerância é comum a todos os mamíferos (é uma estratégia natural de desmame), mas, em condições normais, ela surge apenas por volta dos três meses nos cachorros.
Caso você perceba que a fórmula pediátrica está provocando desarranjos intestinais intensos, consulte o veterinário o quanto antes, porque o animal está perdendo nutrientes e líquidos, o que pode ser fatal ou, na melhor das hipóteses, comprometer o desenvolvimento. Existem alguns leites especiais para cachorros sem lactose.
Mais uma vez, a dentição permanente dos “cachorros grandes” desponta mais cedo, tornando-os aptos a comerem rações secas. Os pets pequenos levam mais tempo e devem ser alimentados com ração úmida.
É importante observar as fezes dos novos membros da família. Nos primeiros dias comendo ração, é natural que eles tenham diarreias leves – apenas alguns minutos depois de comer. Ao final de uma semana, o cocô já deve estar firme, apesar de ainda não apresentar a resistência verificada nos animais adultos.
Caso os filhotes de cachorro apresentem vômitos ou diarreias prolongadas – fazendo cocô mole ou líquido por mais de três vezes – um veterinário precisa avaliar o quadro geral de saúde. As ânsias são naturais nos primeiros dias, e não se deve confundir a regurgitação com o vômito.
Todos os cachorros são vorazes e comem muito rapidamente. Na natureza, é importante garantir a barriga cheia antes que um rival roube o “prato principal”. Este comportamento instintivo continua se manifestando nos animais domésticos.
Os filhotes ainda não sabem comer, atacam o prato com muita vontade e, nos primeiros dias, podem regurgitar parte do alimento, especialmente a ração seca. As crises de vômito geralmente acontecem 20 ou 30 minutos da refeição e apresentam consistência mole, quase líquida. Caso o quadro se prolongue, alguma coisa pode estar errada com o estômago dos pets.
Com três meses de idade, os filhotes de cachorro podem ganhar ossos. Existem produtos manufaturados, mas, caso você opte por produtos naturais, escolha sempre os ossos grandes de boi ou porco (o fêmur, por exemplo).
Procure manter alguma gramínea à disposição dos filhotes. Se você não tem um jardim, um vasinho com capim-gordura (que não é gorduroso) já é suficiente. Os cachorros não são carnívoros exclusivos e vez ou outra procurar matinhos para ajudar na digestão. O capim fornece fibras e é uma excelente opção para os pets que não aceitam frutas e legumes.
Sempre cozinhe os ossos servidos aos cachorros, filhotes ou não (dez minutos de fervura são suficientes). O sebo e a gordura dos ossos crus são prejudiciais ao sistema digestório (principalmente dos pequenos). Além disso, eles podem estar infectados com bactérias e fungos – na verdade, quase sempre estão.
Não dê ossos de aves, porque eles se estilhaçam, formando pontas finas que podem ferir a garganta e até mesmo órgãos internos, como esôfago e estômago. Os ossos ajudam a limpar os dentes, fornecem um suplemento de proteínas e deixem os pets entretidos por algum tempo.
Comida caseira ou ração para cachorros filhotes?
A ração é muito mais prática, indicada para a correria do nosso dia a dia. Existem produtos de qualidade disponíveis no mercado, indicados especificamente para a idade e raça dos pets, que oferecem todos os nutrientes necessários.
Mas, se você pretende cozinhar o alimento dos filhotes recém-chegados, certifique-se de que as refeições tenham proteínas (preferencialmente de qualquer tipo de carne), suplementadas com carboidratos, vitaminas e sais minerais.
Você pode preparar as refeições com 80% de proteína, 10% de carboidratos (arroz ou pão, por exemplo) e 10% de outros vegetais (abóbora, cenoura, tomate maduro, etc.). Cozinhe todos os ingredientes ao mesmo tempo. Temperos e condimentos são contraindicados.
Alimentos em conserva (carnes e peixes enlatados, por exemplo) só podem ser oferecidos se tiverem sido processados apenas com água. Sal e óleo vegetal não entram da dieta dos filhotes de cachorro (nem dos adultos).
Vai se formar uma maçaroca na panela, não muito atraente aos nossos olhos, mas a papinha, que pode ser servida morna ou fria, será mais palatável para os filhotes. Tente variar os vegetais escolhidos, para que os pets recebam todos os micronutrientes necessários.
Com comida caseira ou ração, procure complementar as refeições com frutas e legumes (confira a relação de alimentos proibidos para os cachorros). Acostumados desde pequenos, eles podem receber maçã ou cenoura crua em pedaços, por exemplo.
De forma nenhuma, ofereça uvas, sementes de frutas, abacate, cebola, alho, chocolate, produtos com cafeína nem tomate e batata verdes. Mesmo em quantidades mínimas, estes alimentos são tóxicos mesmo para os adultos e, para os filhotes de cachorro, podem ser fatais.
Além de suplementarem a alimentação, os vegetais ajudam a limpar os dentes, prevenindo a formação da placa bacteriana, prolongam a sensação de saciedade e também ocupam boa parte do tempo dos pets.
Os vegetais, assim como os petiscos industrializados (biscoitos de cachorro, por exemplo), devem ser oferecidos em pequenas porções, para não prejudicar o apetite. A boa notícia é que estes “aperitivos” podem ser aproveitados nos treinamentos positivos básicos.
Todas as vezes que o filhote fizer alguma coisa certa – do xixi no cantinho do quintal (ou na folha de papel na área de serviço) às respostas a comandos como “fica”, “senta”, “sim”, “não”, etc. – eles poderão receber uma recompensa na forma do petisco de que eles gostam mais.