Cães de guarda devem ficar fora de casa. Confira o que fazer para seu amigo dormir no quintal.
Toda família tem regras próprias, quando se trata do relacionamento com animais de estimação. Em muitas residências, os cachorros não são autorizados a ultrapassar o limite da lavanderia ou da cozinha. Os animais empregados para guarda devem dormir fora de casa – e é preciso acostumá-los a isso.
Na verdade, os cachorros, quando estão montando guarda, não dormem. Eles permanecem atentos aos movimentos da rua, sempre prontos para intervir em alguma emergência. Mas eles tiram alguns cochilos – e é necessário providenciar uma casinha para garantir o conforto para eles.
Em tempo: ao escolher um cão de guarda, dê preferência aos cães pastores e boiadeiros, como pastor alemão, kuvasz, pastor belga, rottweiler, basenji, fila brasileiro, etc.
Os cães de companhia, como os dálmatas, não são boas sentinelas e, apesar da má fama, os pitbulls tendem a ser amistosos com estranhos, apesar de não se darem muito bem com outros animais de estimação e com amigos “muito afetuosos”, que costumam abraçar ou apenas conversar tocando nos tutores.
cães de pequeno porte podem ser excelentes para alertar quando alguma coisa está errada: é o caso do yorkshire e do lulu da Pomerânia. Por razões óbvias, eles não são muito úteis para afugentar estranhos com segundas intenções.
O treinamento
Cachorros que ficam fora de casa até para dormir devem ser acostumados desde filhotes. É mais difícil alterar os hábitos de um animal adulto. Ao adotarem um cão de guarda, os tutores precisam passar algum tempo com eles no quintal ou no jardim, para que eles associem esses ambientes como locais de vigilância.
Não há problemas em brincar com os pets. Os cachorros são guardiães naturais e saberão que, quando o movimento na casa diminui, chega o momento de montarem guarda. O importante é que o local seja prazeroso, confortável e seguro.
O cachorro pode ser autorizado a entrar na casa durante o dia, fazer as refeições na cozinha ou descansar com a família na sala de estar. O condicionamento deve garantir, contudo, que ele saiba que, quando a noite cai, é o momento de assumir as funções.
Para impedir que o cachorro circule por locais “proibidos”, os tutores podem usar grades móveis. Sempre que ele se aproximar, um comando simples é suficiente para que os pets assimilem as funções e interdições.
Basta um “não” firme; não há necessidade de gritos, nem de gestos agressivos. Em algumas semanas, os gradis podem ser retirados e o cachorro deve ser recompensado sempre que “estacionar” na porta da cozinha ou da lavanderia, por exemplo. Um biscoito é suficiente para ele entender que não deve ultrapassar certos limites.
Quando o cachorro estiver acostumado a permanecer no quintal durante a noite, é importante oferecer alguma atividade para ele não ficar entediado. Ele pode aproveitar o tempo roendo ossos, mordendo brinquedos, etc.
Lembre-se: mesmo dormindo no quintal, o cachorro deve ser treinado para identificar o espaço. Ensine-o onde comer, beber água e fazer as necessidades, preferencialmente longe da casinha e dos espaços de circulação.
As tigelas de água e ração podem ser posicionadas ao lado da casinha ou em outro espaço coberto. O “banheiro” pode ser indicado com folhas de jornal. Em geral, os cães não fazem as necessidades perto do lugar em que se alimentam.
O que não fazer
Se você quer acostumar o cachorro a dormir fora de casa, é preciso deixar isto claro desde que ele é recebido na família. Muitos tutores cercam os filhotes de mimos, permitem que ele circule por todos os cômodos e, quando eles se tornam adultos, tentam estabelecer restrições. É uma forma muito mais difícil de adestramento.
O cachorro deve conhecer a casa e pode ser recebido na sala ou na cozinha em algumas ocasiões especiais, mas apenas depois de acostumado a ficar no quintal ou no jardim. Desde que ele esteja confortável, não há motivo para mudar as regras: os cães precisam de rotinas bem definidas.
Os tutores precisam garantir que o espaço externo é o lugar em que os pets devem ficar. Brincadeiras, carinhos e treinamentos devem ser realizados sempre ao ar livre, para que os cachorros entendam que entrar em casa é exceção – e não a norma da casa.
Caso o cachorro tenha sido acostumado dentro de casa, não é recomendável “virar o jogo” de forma abrupta. Os tutores devem restringir a circulação gradualmente, impedindo que ele entre nos quartos, na sala, etc.
Nesses momentos de treinamento, as recompensas são fundamentais para que o cachorro não se sinta castigado e reconheça as vantagens do novo espaço. Mais que os prêmios concretos, as palavras de incentivo e os afagos são imprescindíveis para que o pet não se sinta excluído.
A casinha
A casinha no quintal será o refúgio do cachorro para as sonecas e também para protegê-lo do frio e da chuva. Ela deve ser confeccionada de material resistente. As trocas constantes impedem o animal de identificar a casinha como “propriedade particular”.
Desta forma, improvisar com caixotes de madeira ou papelão não é uma boa ideia. Há casas prontas disponíveis em pet shops, mas os tutores também podem construir uma guarita de alvenaria para o cachorro.
É importante que a abertura da casinha garanta visibilidade de toda a área que deve ser vigiada. Assim, o cachorro não precisará ficar ao relento para proteger a família humana. Mesmo assim, ele fará diversas rondas pelo quintal e o jardim, para certificar-se de que está tudo certo.
Instale a casinha com a abertura voltada para o norte, contra os ventos frios. Caso você queira aumentar o conforto com almofadas e colchonetes, dê preferência aos produtos impermeáveis ou com forros de zíper, para facilitar a limpeza e a higiene.
Inicialmente, o cachorro poderá achar esquisito entrar em uma “caixa desconhecida”. Estimule-o com brincadeiras, feche a porta ou obstrua a entrada para que ele encontre a saída, convide-o a entrar e sair e ofereça algum prêmio sempre que ele obedecer ao comando.
Para acostumá-lo a ficar na casinha, basta oferecer alguns petiscos e brinquedos para ele se ocupar: o cachorro achará divertido encontrar coisas novas. Em alguns dias de treino, as recompensas se tornam desnecessárias.
Os filhotes podem permanecer fechados na casinha nos primeiros dias de treinamento, para que associem o local com o repouso. Conforme eles vão crescendo, a porta poderá ficar aberta para eles decidirem quando devem circular ou se proteger.
Inicialmente, os cachorros devem ficar apenas 20 ou 30 minutos fechados na casinha. O tempo pode ser ampliado gradualmente, intercalado com momentos de brincadeiras e carinhos. É importante que eles entendam a casinha como um local prazeroso, não com uma prisão.
Nos primeiros dias, ofereça as refeições dentro da casinha ou junto à entrada. Mesmo que este não seja o local ideal para as tigelas de água e ração, o cachorro associará a satisfação à casinha. O importante é que ele aprenda a entrar e sair, para se proteger das condições climáticas sempre que necessário.
Se os brinquedos e petiscos não funcionarem e o cachorro não quiser entrar (e ficar) na casinha, experimente deixar uma peça de roupa sua para ele sentir o cheiro. Se ele confia em você, o cheiro estará associado a conforto, bem-estar e segurança.