Ela enviou cartas pedindo desculpas aos vizinhos pelo barulho do cachorro. O resultado é surpreendente.
Ingridi Lahm é uma jovem fotógrafa gaúcha, que se mudou há poucos meses para Caxias do Sul (norte do Rio Grande do Sul). Esta mulher adotou um cachorro e, preocupada com o barulho do filhote, resolveu enviar bilhetes de desculpas para os vizinhos. Uma das respostas recebidas é muito fofa e reforça a crença de que a humanidade ainda tem jeito.
“Ser vizinho é sentir-se próximo”. Apesar do ditado, a maior parte dos vizinhos mal se conhece, apenas cumprimenta-se rapidamente no elevador. A falta de contato acaba gerando atritos, mas um simples pedido de desculpas mostrou que as relações entre humanos podem ser mais amigas e fraternas.
O barulho
Ingridi, que é recém-casada, adotou recentemente um cachorrinho, que recebeu o nome de Bruce. Mas a tutora ficou preocupada com o barulho do peludo. Nos primeiros dias com a nova família, os filhotes costumam estranhar o ambiente e podem passar horas chorando e ganindo.
Provavelmente, esta é a primeira vez que a fotógrafa se torna a principal responsável por um filhote de cachorro. Ela acreditou que Bruce estava fazendo barulho demais, e isto poderia atrapalhar o sossego dos vizinhos.
É uma fase natural. Eles estavam acostumados com o carinho, conforto e segurança proporcionados pela mãe e os irmãos de ninhada e repentinamente são transferidos para um local desconhecido.
Os filhotes sentem medo e procuram, de alguma forma, compensar as perdas. Especialistas recomendam que, caso eles estejam alimentados, aquecidos e confortáveis, o ideal é deixá-los chorar, até que se adaptem à casa nova.
A maioria dos tutores, no entanto, não conseguem resistir e acabam acomodando o filhote ao lado da cama – e, com mais frequência, em cima da cama. É uma forma de garantir companhia para o peludo. Desnecessária, mas é difícil não ceder aos olhinhos tristes e carentes, uma especialidade dos cães.
As desculpas
Para aliviar a situação, especialmente por considerar que morava no prédio há pouco tempo, Ingridi resolveu escrever pedidos de desculpas aos demais moradores. Tocar de porta em porta ocuparia demais e poderia ser interpretado como um incômodo ainda maior do que o choro do cachorro.
Uma das respostas recebidas não poderia ter sido mais fofa. A fotógrafa havia distribuído os pedidos de desculpas no final da tarde e, logo à noitinha, recebeu uma resposta capaz de aquecer o coração.
Ingridi escreveu notinhas simples, explicando a situação e pedindo desculpas pelo choro de Bruce. Ela adicionou dois bombons a cada bilhete deixado à porta de cada apartamento – uma maneira gentil de tentar compensar os eventuais desconfortos.
À noite, ela recebeu um bilhete em resposta. No alto da página, o remetente desenhou o ícone de “mensagem recebida” usado no WhatsApp e colocou duas balinhas, indicando ter recebido a informação sobre Bruce.
O vizinho do apto. 205 é Kelvin, um menino de dez anos. No bilhete, ele informou para Ingridi que não tinha percebido nenhum barulho estranho nos últimos dias – uma maneira elegante de perdoar os sons do filhote. A simpatia do garoto, no entanto, é a tônica da mensagem.
Ele perguntou o nome do filhote e disse que ele e sua irmã, Késia, gostariam de conhecer o peludo, porque ambos gostam muito de cachorros. Para encerrar, o menino agradeceu pelos chocolates. Ingridi ficou encantada com a resposta.
A fotógrafa decidiu digitalizar a mensagem e publicá-la em sua página no Tik Tok. Ela conta a história das mensagens trocadas com os vizinhos e finaliza o vídeo dizendo que irá chamar Kelvin e Késia, para agradecer pessoalmente e para que as crianças conheçam Bruce.
O post já recebeu mais de 150 mil visualizações e milhares de comentários. Um dos internautas afirmou que gostaria de ser vizinho dela, enquanto outros pediram para que a fotógrafa continue publicando as respostas e disseram não saber quem é mais fofo: o menino ou o cachorro.
Moral da história: gentileza gera gentileza. Seja distribuindo bilhetes de desculpas para os vizinhos, seja partilhando momentos fofos, como os proporcionados por Kelvin e sua irmã nas redes sociais.
O mais importante é que cachorros não fazem tanto estardalhaço, a menos que estejam passando por momentos muito ruins. A atitude da fotógrafa mostra que ela se preocupa com o filhote recém-adotado, mas também com o bem-estar da comunidade.