Os cachorros não ficam desmotivados com estes jogos e brincadeiras dentro de casa.
As atividades físicas são fundamentais para o equilíbrio físico e mental dos cachorros. Muitas vezes, no entanto, as condições climáticas não permitem levar os peludos para a rua. Em outras ocasiões, os horários contraindicam as saídas. Mas, com alguns jogos e brincadeiras que podem ser organizados dentro de casa, a diversão e o condicionamento estão garantidos para os cães e os tutores.
A chuva e o frio costumam desestimular os tutores, que ficam sem coragem de se aventurar na rua com o tempo instável. A correria do dia a dia é outro impedimento – e muitas vezes os horários livres não podem ser aproveitados ao ar livre, inclusive por questões de segurança.
Nada impede, no entanto, de improvisar algumas atividades dentro de casa, mesmo em espaços limitados. Os moradores de pequenos apartamentos, por exemplo, quase sempre adotam cachorros de pequeno porte e, para um chihuahua, o sofá da sala pode se transformar em uma pista de obstáculos.
Os motivos
Os exercícios físicos são imprescindíveis para os cachorros e quem está pensando em adotar um peludo precisa levar em consideração, em uma série de fatores, a disponibilidade para brincadeiras e jogos com o futuro filho de quatro patas.
Os peludos, aliás, estão sempre exercitando o corpo de alguma forma. A maioria dos cães desenvolve o hábito de seguir os tutores pela casa – e isto, em si, já é uma brincadeira. Os humanos envolvidos podem acelerar ou reduzir a velocidade, subir degraus, parar e voltar a se movimentar de forma súbita: os cachorros acompanharão os movimentos.
As atividades são úteis para aliviar as tensões, gastar energia – e alguns peludos permanecem ligados nos 220 V durante a vida inteira – e mantêm o cachorro ativo, saudável e feliz, fortalecendo a estrutura física e aguçando todos os sentidos
Quando os tutores não se dispõem a brincar com os cachorros, eles certamente passam a procurar formas próprias para entreter o dia, que podem não ser adequadas. Cães entediados se tornam apáticos, irritadiços, agressivos, violentos ou agressivos, de acordo com o temperamento individual.
Eles podem, por exemplo, começar a destruir brinquedos, pés de móveis, almofadas e cortinas; escavar os canteiros do jardim, ou mesmo de um vaso decorativo; fuçar a lixeira, mesmo que tenham comida à disposição; voltar a insatisfação para si próprios, atacando o próprio rabo, as patas, etc.
Jogos e brincadeiras
Em pet shops, é possível encontrar um verdadeiro arsenal de brinquedos para os cachorros – bolas, bastões, discos, mordedores, cabos-de-guerra, pelúcias, chocalhos estridentes, carrinhos de reboque, etc.
É igualmente possível improvisar alguns objetos lúdicos com o que se tem à mão: carrinhos e bonecos deixados de lado pelas crianças, garrafas pet, cabos diversos, roupas velhas, etc. É preciso apenas ter cuidado para não oferecer objetos pontiagudos ou que possam se quebrar, fracionar ou desfazer, tornando-se perigosos para os peludos.
Os tutores precisam apenas reservar um espaço relativamente amplo para as brincadeiras, que pode ser um cantinho da sala, um corredor ou até mesmo o sofá ou as cadeiras da mesa de jantar, de acordo com o porte, a estrutura e o temperamento do cachorro.
O ambiente deve ser desimpedido, para possibilitar algumas correrias, e livre de objetos que possam machucar – é igualmente e importante evitar prejuízos, danificando utensílios e objetos de decoração.
Quem tem aparelhos de ginástica em casa (esteiras e steps, por exemplo) pode aproveitá-los nos jogos e brincadeiras com cachorros. A maioria dos jogos, no entanto, pode ser adaptada com facilidade: um peludo pode aprender a saltar através de um bambolê, ou apenas subir em uma caixa de sapatos.
1) Atirar e pegar
A maioria dos cachorros adora a brincadeira, que é muito e não exige muito espaço. Um corredor pode facilmente se tornar a “pista ideal”, porque garante segurança e reduz as distrações. Os peludos podem perseguir bolinhas, bastões, etc.
O jogo pode ser enriquecido com alguns obstáculos, como almofadas ou caixas de papelão, que precisam ser superados para o cachorro encontrar e “capturar” o objeto atirado. Bolas que quicam no chão e nas paredes ajudam a desenvolver a orientação espacial dos peludos, mas é preciso algum treino de arremesso por parte dos tutores.
A devolução da bolinha ou bastão é importante para o adestramento de obediência. Alguns cachorros podem se recusar a devolver, mas os tutores podem convencê-los. Inicialmente, o objeto pode ser trocado por algum petisco – e muitos afagos e palavras de estímulo.
Em poucos dias, no entanto, os cães aprendem a entregar a bolinha sem nenhuma resistência. Gradualmente, eles compreendem que a devolução faz parte do jogo e é fundamental para a continuidade da brincadeira – e eles não querem parar.
É importante considerar que as brincadeiras envolvendo os cachorros nem sempre saem conforme os tutores planejam. Muitas vezes, especialmente nas primeiras tentativas, os peludos subvertem regras e acabam inventando um jogo diferente.
Com as recompensas no momento certo – petiscos, afagos e muitas palavras de incentivo – os cães aprendem as normas básicas, divertem-se, divertem os humanos participantes e os vínculos familiares se fortalecem. O importante é deixá-los sempre motivados.
2) Caça ao tesouro
Um pouco de ração (ou alguma guloseima predileta, como ossinhos e biscoitos para cães) pode ser colocada em locais diferentes, para que o cachorro localize o prêmio e encontre a melhor maneira de alcançá-la.
Os punhados podem ser colocados no encosto do sofá, no assento das cadeiras, embaixo de uma ponta do tapete, atrás de uma cortina. O nível de dificuldade depende do porte, da índole e da idade do cachorro.
A brincadeira pode se tornar mais complexa e sofisticada. É possível encontrar, em lojas especializadas, algumas bolas que se abrem ao serem pressionadas em determinados pontos, mas quase todos os cachorros são capazes de encontrar meios para abrir uma garrafa pet, por exemplo.
É importante que as porções de ração oferecidas na brincadeira sejam descontadas das refeições “normais”, para evitar o ganho de peso indesejado. Mesmo pequenos punhados fazem a diferença, especialmente quando se trata de cães de pequeno porte.
Para os cachorros muito gulosos, o tutor deve colocar mais barreiras a serem removidas, como caixas e brinquedos, para evitar que eles se machuquem se ficarem muito afoitos. Para os pequenos e idosos, os obstáculos precisam ser mais simples.
O jogo pode ser adaptado para os momentos em que os cachorros ficam sozinhos em casa, sem a companhia dos tutores. Eles precisam localizar a comida escondida usando o faro e a visão, definir as formas de alcançá-la e de abrir o recipiente. Isto ocupa alguns minutos e deixa os cachorros ocupados e satisfeitos.
3) Esconde-esconde
Mesmo as brincadeiras mais simples são úteis para o adestramento. O jogo de esconde-esconde não significa apenas que o cachorro precisa se ocultar atrás de um móvel ou da cortina: antes de começar, é preciso treinar obediência.
O cachorro precisa aprender a ficar quieto em uma posição determinada e esperar o comando para começar a procurar. Alguns peludos são mais independentes, mas mesmo os mais teimosos conseguem se acostumar à posição desejada.
Alguns conseguem aprender até mesmo a colocar as mãos sobre os olhos enquanto esperam para começar a procurar. Vale a pena gravar os peludos em ação e postar os vídeos nas redes sociais, que quase sempre têm grande alcance.
O treino envolve paciência (do tutor e do cachorro), que ajuda a trabalhar a ansiedade. Nas primeiras tentativas, é importante premiar o peludo quando ele fica na posição de espera com um petisco qualquer. Uma vez que ele assimile os comandos, nas próximas brincadeiras, o cachorro já saberá o que se espera dele.
A brincadeira pode envolver mais pessoas: enquanto uma controla a espera, outra se esconde. O esconde-esconde aguça a curiosidade dos cachorros e é importante também para ele apurar o faro, orientar-se espacialmente e consome energia – um bônus para acalmar os mais agitados.
O jogo não pode ter muitas regras: um cachorro pode aprender a começar a procurar apenas depois que o tutor contar até três, mas não consegue compreender (nem achar graça) as regras muito complexas.
Portanto, o esconde-esconde consiste no comando para esperar, seguido pela busca, que pode ser frenética, da pessoa escondida. Se houver espaço suficiente, o cachorro pode correr e pular, mas ele também aprende a modular a intensidade, quando o jogo acontece em um ambiente pequeno.
4) Cabo-de-guerra
Este é mais um jogo muito apreciado pelos cachorros, que sempre revelam instintos de caça, mesmo que nunca tenham visto uma presa nas proximidades. O cabo-de-guerra é exatamente isto: agarrar e não largar.
A brincadeira precisa apenas de um cabo, que deve ser resistente e não muito elástico, para evitar que ele se rompa ou ricocheteie contra o tutor, o cachorro ou os móveis e utensílios que estão no ambiente.
O cachorro deve ser estimulado a agarrar uma das pontas da corda e segurá-la o máximo de tempo possível. Os cães de agarre, desenvolvidos para a caça de presas grandes, são os que mais se divertem com a brincadeira.
Também chamados de cães de presa, de fila ou de captura foram criados para caçar grandes animais, como ursos e javalis. Posteriormente, eles também foram usados para “convencer” o gado a permanecer unido.
Aqui no país, os cães de agarre mais comuns são o fila brasileiro, o pitbull, o boxer e o rottweiler, além de todos os mestiços destas raças, mas é preciso lembrar que o yorkshire terrier e o dachshund também foram desenvolvidos para a caça.
Durante o cabo-de-guerra, os tutores devem incentivar os cães a segurar o máximo de tempo possível. Também é possível treiná-los para agarrar e soltar (poodles, cocker spaniels e beagles são especialistas nestas tarefas).
Além dos cuidados na escolha da corda, os tutores precisam dosar a força empregada na brincadeira, para evitar machucar a boca e o pescoço dos cães. A brincadeira é desaconselhada para cães muito dominantes e territorialistas, que podem enxergar na atividade um momento ideal para “desafiar a liderança”.
5) Corrida de obstáculos
Este é um jogo que também ajuda a desenvolver a criatividade dos tutores. É possível improvisar uma verdadeira pista de agility com alguns objetos comuns: caixas de papelão com as laterais abertas se transformam em túneis; uma escadaria acaba sendo uma parede de escalada vertical; até mesmo um sofá oferece desafios.
É preciso encontrar meios de subir no móvel indicado, nos braços e encostos. Nas primeiras tentativas do jogo, os cachorros precisam ser estimulados: um petisco estrategicamente posicionado se torna um excelente motivo para vencer os obstáculos.
Nas brincadeiras seguintes, o próprio jogo se torna recompensa. Os cachorros podem rastejar por baixo de móveis (como poltronas e mesas de centro), caminhar sobre tigelas, encontrar formas de abrir caixas, etc.
Os cães muito pequenos, como os chihuahuas e os pinschers miniatura, podem precisar de apoio para escalar – uma caixa de sapatos pode ser o degrau necessário para que eles alcancem o sofá, por exemplo.
A intensidade e o grau de dificuldade podem ser modulados de acordo com as características dos cachorros. Para os de pequeno porte, os tutores precisam ficar atentos para evitar impactos muito fortes.
O tempo de brincadeira também precisa ser controlado. Muito provavelmente, um poodle (de qualquer tamanho) ficará envolvido durante horas – e vale o mesmo para retrievers, cocker spaniels, border collies, schnauzers, etc.
Os velhinhos precisam de alguns momentos de descanso, para recuperar o fôlego. O repouso é importante também para os cães braquicefálicos (de focinho achatado), como pugs, buldogues, lhasa apsos e shih tzus, que costumam intercalar alguns minutos de esforço físico com um tempinho para descansar e até mesmo tirar uma soneca.
6) Brinquedos interativos
É possível adquirir diversos brinquedos do tipo. Eles disparam sons, quicam no chão ou dispensam ração e petiscos quando pressionados da forma certa. Uma grande vantagem é que basta apresentar o objeto e deixar o cachorro brincando sozinho, enquanto o tutor se refaz da atividade física.
Quem não tem dinheiro disponível pode improvisar. Qualquer cachorro é capaz de encontrar a posição mais adequada para uma garrafa pet. Com alguns furos e cheia de guloseimas, a garrafa aguça o instinto de exploração e fortalece aspectos cognitivos.
Estes brinquedos também podem ser deixados em alguns locais do ambiente em que os cachorros ficam quando são deixados sozinhos em casa. Em determinado momento, eles encontram os objetos e dão início a uma verdadeira caçada, que os deixa cansados, satisfeitos e felizes por alguns instantes.
7) Vamos pular!
É uma brincadeira simples que não requer nenhum objeto ou preparo sofisticado. Basta que o tutor retenha um petisco ou brinquedo alguns centímetros acima da linha superior do tronco do cachorro e incentive o peludo a “capturar a presa”.
Alguns cães, como os pitbulls, são muito poderosos quando se trata de saltos e escaladas. Eles conseguem agarrar um pneu pendurado a mais de um metro de altura e ficar pendurados por vários minutos, por exemplo.
Outros, como o buldogue inglês, não superam dois ou três centímetros, mas isto não importa: não é uma prova olímpica de salto em altura, apenas uma diversão que, além de ocupar o tempo, também ajuda a condicionar a musculatura e a ossatura dos peludos.
Os tutores precisam apenas ter alguns cuidados. Os cães de pernas curtas (como o jack russel terrier, por exemplo) praticamente não se afastam do solo quando pulam. Dependendo das condições de saúde, o jogo é contraindicado, por causa dos impactos (especialmente nas articulações).
8) O treinamento básico
O adestramento pode e deve ser divertido. Qualquer especialista em educação sabe que o aprendizado é mais rápido e eficiente quanto está envolvido com aspectos lúdicos. Os cachorros filhotes ou adultos precisam receber o treinamento básico logo que são adotados.
É mais fácil ensinar as regras da casa para os cães já adultos, que provavelmente já receberam algum tipo de treinamento anteriormente, enquanto os filhotes ainda estão descobrindo o mundo e não sabem exatamente o que se espera deles.
Todos os cães, no entanto, são capazes de aprender – até mesmo os idosos e os mais persistentes, independentes e indolentes. Envolver os comandos básicos (“Fica”, “Senta”, “Dá a pata”, “Deita”, “Sim”, “Não”, etc.) com brincadeiras torna o aprendizado mais prazeroso e eficaz.
É mais fácil ensinar o cachorro a usar o tapete higiênico (ou a folha de jornal) na área de serviço ou no quintal com o adestramento positivo, que consiste em usar palavras e frases simples, em tom normal (sem gritar). Sempre que o peludo fizer o que se espera dele, deve ser recompensado.
Os prêmios iniciais podem ser petiscos, ossinhos, etc. Depois das primeiras sessões, eles podem ser eliminados do adestramento, porque os cachorros ficam felizes apenas em seguir as ordens dos tutores.
Evidentemente, um cachorro também aprende a fazer xixi no lugar certo quando tem o focinho esfregado na poça de urina e é expulso do local da “ocorrência”. No entanto, ele passa a fazer isso apenas por medo e raiva, que não são os melhores sentimentos quando se trata de um relacionamento prazeroso para todos.
Com o adestramento positivo, alguns cães podem aprender truques maravilhosos, enquanto outros assimilam apenas o básico. Isto depende do temperamento do peludo e da paciência do tutor. De qualquer maneira, todos eles são inteligentes e capazes de aprender – em qualquer idade, mesmo os idosos.