Este homem não queria saber de cachorro, mas foi flagrado com o pitbull da família no colo.
Um morador de Taubaté, no Vale do Paraíba paulista, não queria saber de ter mais um cachorro em casa. Os argumentos do homem eram os mais óbvios: “cachorro dá muito trabalho”, “cachorro faz muita sujeira”, “cachorro precisa de espaço”, etc.
A posição intransigente, contudo, não resistiu à chegada de Shazam, um pitbull adotado pela família da estudante de Medicina Flávia Carvalho. Flávia estuda em São Paulo e, por isso, o cachorro acabou ficando na casa dos pais, para desespero do “homem que não queria cachorro”.
Novo membro da família
A chegada de Shazam mudou um pouco a rotina da família. Afinal, um filhote requer atenção e cuidados. Além disso, os cãezinhos são curiosos, inexperientes e um pouco desengonçados, demandando supervisão em tudo que fazem.
A adoção do cachorro foi iniciativa do irmão de Flávia, que sempre sonhou em ter um pitbull e, quando surgiu a oportunidade, ele não deixou passar. Mas a casa em que ele foi recebido estava passando por reformas e o filhote era alérgico a poeira.
Por isso, a contragosto, o pitbull foi levado provisoriamente para casa dos pais de Flávia. O novo tutor não gostou do arranjo: já havia três cães no local – dois deles idosos e adoentados, requerendo muita atenção.
O pai de Flávia inicialmente não gostou nada das alterações domésticas. Xixi no lugar errado, chinelos roídos, brinquedos dilacerados, pelos em cima dos móveis – Shazam não solta muitos pelos, mas esta era uma das reclamações.
Flávia conta: “O meu pai não ficou nada contente. A gente já tinha três cachorros e dois deles estavam doentinhos e davam bastante trabalho. Um filhote era tudo que a família não queria naquele momento”.
Os cachorros, no entanto, são seres adoráveis e cativantes. Os peludos sabem como cativar os humanos, com graças, carinhas e brincadeiras. O homem que não queria cachorro em casa precisou se render aos fatos.
O pai de Flávia aceitou com relutância a presença do peludo, mas deixou bem claro, desde o início, que, assim que a obra acabasse na casa do filho, o pitbull deveria voltar para lá. Para ele, não era possível ter mais um cachorro em casa – especialmente um cachorro com o porte, a agilidade e a energia de um pitbull.
Shazam cresceu e se tornou um belo pitbull branco, sempre atrás do pai de Flávia. Ele parece ter percebido que o dono da casa era “um osso duro de roer” e resolveu usar todas as armas ao seu alcance para conquistar o coração do tutor.
A estratégia deu certo. Durante as férias, Flávia flagrou o pai com o pitbull no colo, cantando e ninando o cachorro, que já está bem desenvolvido. Embalar um animal no colo é a prova mais evidente de que o peludo é considerado o “bebê da família”.
As imagens do tutor com o cachorro no colo – ele próprio está cochilando enquanto agrada o pitbull – foram rapidamente postadas nas redes sociais. Flávia faz parte do grupo Dias de Pets, uma página do Facebook repleta de fotos e vídeos sobre animais de estimação.
O grupo Dias de Pets também veicula informações sobre produtos para cães e gatos, campanhas de adoção e vacinação e outros serviços de utilidade pública. Os administradores da página apenas não aceitam anúncios de vendas de filhotes.
O vídeo de apenas 15 segundos, com a legenda: “Meu pai e o cachorro que ele não queria”, mostra tutor sentado em um banco do jardim, com o pitbull no colo, cantando e ninando para o peludo, que parece estar totalmente à vontade nos braços do protetor.
O vídeo já foi visualizado quase 150 mil vezes, recebeu 56 mil comentários e foi compartilhado por mais de 400 mil internautas – um sucesso estrondoso na internet. As imagens mostram que nem tudo o que falamos reproduz fielmente o que estamos sentindo.
A postura aparentemente intransigente do pai de Flávia, afirmando inequivocamente que não queria saber de cachorros, deu lugar a um tutor amoroso e atencioso, capaz até de alguns excessos quando se trata de cuidar do pitbull.
De qualquer maneira, o coração generoso do pai de Flávia dizia, sem palavras, exatamente o oposto do que a boca falava. A jovem fez bem em levar o pitbull para casa – era o que estava faltando para a alegria da família ficar completa.