Cachorros também sofrem com gengivite. Veja o que fazer para diminuir o mau hálito do cachorro.
Em função de questões genéticas, os cachorros não são muito suscetíveis a cáries, mas podem sofrer com gengivite e outras doenças periodontais. São elas as causadoras do mau hálito nos cachorros – e podem causar complicações sérias, apesar de ser relativamente fácil diminuir o bafo dos pets.
O mau hálito nos cães é causado pelo tártaro (ou cálculo dentário), uma placa de bactérias que se forma com o acúmulo de restos de alimentos entre os dentes. O problema acomete a maioria dos cães adultos e idosos, mas pode ser prevenido com a escovação regular.
Todos os tutores sentem prazer em chegar a casa e serem recebidos pelos cachorros com festas, lambidas e muita alegria. Mas o mau hálito do cachorro pode comprometer o momento: alguns peludos exalam odor fétido, quase impossível de inalar. Este é um problema comum, mas nem por isso deixa de ser desagradável.
Na natureza, os cachorros não enfrentam problemas bucais com frequência. O principal motivo é que eles roem e quebram ossos das presas, mas comer o tutano, e isto é uma forma natural de limpar os dentes.
Em casa, existem rações de qualidade indicadas para prevenir a placa bacteriana. Os grãos são um pouco mais duros, obrigando os cachorros a investir mais tempo na mastigação – sempre que podem, eles engolem o alimento praticamente sem mastigar.
Estes produtos, no entanto, são mais caros e nem sempre cabem no orçamento doméstico. Uma solução parcial é procurar rações sem adição de substâncias químicas, como corantes. Os tutores também não devem comprar pacotes muito grandes, que acabam perdendo a textura em cinco ou seis semanas.
A escovação nos cachorros
Esta é uma prática pouco adotada pelos tutores de cães, mas é a maneira mais eficiente para higienizar a boca dos peludos, impedir a proliferação de bactérias e diminuir o mau hálito. É sempre bom considerar que os cachorros continuarão a exalar o aroma natural.
As doenças periodontais podem levar à perda de dentes, além de comprometer o sistema excretor (rins, ureteres e bexiga), hepático e digestório. Se você nunca pensou em escovar os dentes do seu pet, talvez seja esta a hora de mudar de ideia.
Os tutores podem escolher entre dedeiras, escovas ou tiras de gaze (para os pets de pequeno porte, uma escova de dentes infantil pode ser a solução perfeita).
A opção fica através do método de tentativa e erro: tentar as alternativas e verificar qual é a mais adequada para os cachorros. Também é necessário adquirir luvas impermeáveis, para proteger as mãos no momento da escovação.
Nunca utilize cremes dentais formulados para humanos. Estes produtos contêm substâncias que não podem ser ingeridas pelos cães, como o flúor, por exemplo. É possível encontrar, nas pet shops, cremes veterinários – inclusive com sabor de carne.
Além disso, os agentes refrescantes presentes nestes produtos, caso sejam engolidos (e os cães sempre engolirão parte do creme), podem provocar transtornos gastrointestinais – de enjoos e ânsias a dores abdominais e gastrites.
O mais importante, contudo, é a escovação em si: o creme dental é apenas um coadjuvante na operação. Escove todos os dentes, dos pré-molares aos incisivos, dando um cuidado especial para os caninos (as presas).
Envolva a escovação em uma brincadeira. É provável que os cachorros, especialmente adultos que nunca tiveram a experiência, não gostem muito da ideia de ter a boca invadida por dedos ou escovas. Comece e termine a prática brincando. Nos primeiros dias, ofereça um petisco ou brinquedo novo, para que ele associe a prática higiênica a um momento prazeroso.
A maioria das raças de cães de pequeno porte costuma apresentar dentes mais próximos, que, exatamente por isso, juntam mais sujeira. Para os pequenos, a escovação precisa ser ainda mais detalhada.
Os cães braquicefálicos – de focinho achatado, como o pug e o shih tzu – apresentam um hálito ainda pior quando têm problemas bucais. Além do focinho mais curto, animais destas raças tendem a respirar pela boca, inalando impurezas do ar ambiente. Nestes casos, a escovação diária torna-se obrigatória.
Dicas caseiras para diminuir o mau hálito do cachorro
Não é normal que o cachorro apresente mau hálito, além do odor característico, que pode ser incômodo para algumas pessoas, mas é natural para a espécie. O bafo indica problemas bucais, mas também pode estar relacionado a uma série de doenças. Por isso, as consultas com o veterinário não devem ser negligenciadas.
Além da pasta e escova, os tutores podem usar algumas estratégias para reduzir o bafo. São várias opções:
• palitos – são geralmente usados como recompensa durante o adestramento, mas podem ser usados para limpar os dentes e diminuir o mau hálito. Dê preferência aos produtos naturais, sem adição de conservantes, corantes, etc.;
• erva-cidreira – também conhecida como capim-santo e erva-príncipe, este vegetal é rico em substâncias como citral e ácido hexanoico, que purificam o hálito. A erva pode ser deixada em um vaso e oferecida para o pet mascar duas ou três vezes por semana;
• hortelã – a maioria dos cachorros não gosta nem de chegar perto, mas pode-se congelar algumas folhas de hortelã com água e colocar os cubos no bebedouro. Esta é uma estratégia para os dias quentes;
• iogurte – pode ser misturado à ração. Basta uma colher (sobremesa) para os cães médios e grandes e metade disso para os pequenos. O iogurte é rico em micro-organismos que, antes de serem ingeridos, combatem as bactérias bucais;
• óleo de coco – indicado apenas para cães sem propensão para ganhar peso. O óleo pode ser adicionado à ração, na mesma medida indicada para o iogurte. Quem oferece comida caseira pode reduzir as gorduras da receita na medida em que acrescenta o óleo de coco;
• canela – é uma boa opção para atenuar o mau hálito (mas não consegue corrigir o problema). A canela pode ser polvilhada na ração ou misturada com água e borrifada na boca dos pets, que encararão a “higiene” como brincadeira.
Ossinhos de mentira
Além da escovação, outra solução simples para diminuir o mau hálito dos cachorros é oferecer ossinhos sintéticos, mas é preciso atenção por parte dos tutores: os petiscos manufaturados com couro, que são prejudiciais à saúde dos pets.
Veja também: Os perigos dos ossos de couro para os cães
Os ossos de couro, quando são adquiridos, apresentam textura firme e rígida, mas, à medida que são mastigados e mordidos, começam a amolecer – e aí começa o problema. Os cachorros conseguem arrancar pedaços grandes do osso, que podem causar obstrução e até perfuração intestinal.
Estes produtos são confeccionados com couro de boi, que é tratado com lixívia e serragem de madeira, itens que prejudicam a respiração e a digestão. Os piores ossinhos são lavados com sulfito de sódio, uma substância que facilita a retirada dos pelos do couro e de eventuais gorduras aderidas. Mas o sulfito de sódio é altamente tóxico, podendo prejudicar seriamente a saúde.
Depois de expandido e moldado, o couro recebe corantes, para tornar os ossinhos mais atraentes (para o tutor; os cachorros não se interessam muito por cores diferentes). Esses aditivos são quase sempre sintéticos e também comprometem a saúde.
Os cães maiores, de grande porte, também podem engolir o produto recém-comprado, causando engasgos sérios, que podem levar à morte. Os ossos de couro engolidos inteiros (ou em grande parte) bloqueiam a faringe, que então pressiona a laringe e impede a inspiração do ar, levando a uma asfixia.
Os produtos, mesmo que amoleçam lentamente, não contribuem para a higiene bucal. Eles não conseguem limpar os dentes e, portanto, não eliminam o mau hálito dos cachorros de médio e grande porte.
Ossinhos de verdade
São as melhores opções para diminuir o mau hálito do cachorro. Eles limpam os dentes, gengivas e língua, oferecem uma quantidade razoável de proteína animal, ajudam a corrigir eventuais problemas da mordedura e entretêm os pets por longos períodos.
O ideal é adquirir os ossos em açougues, mas algumas pet shops também oferecem o produto. Dê preferência para os ossos longos, com as extremidades grandes, se possível maiores do que a cabeça do cachorro.
Não cozinhe nem asse os ossos naturais. Apenas retire o sebo e a gordura remanescentes (alguns estabelecimentos oferecem ossos previamente higienizados, para facilitar o trabalho). Não se esqueça de comprar um produto para cada cachorro de casa, para que eles não disputem a “presa”.
O tártaro
Nas consultas regulares ao veterinário, é provável que o profissional identifique a formação de tártaro sobre os dentes do cachorro. Mas, nos casos mais adiantados, é possível identificar manchas amareladas ou escurecidas, especialmente a partir dos cinco anos de idade.
O tártaro nos cachorros é a placa bacteriana já formada: não é possível eliminar o problema (nem o mau hálito decorrente) apenas com a escovação ou enxaguantes. Com a condição instalada, apenas um especialista pode remover a placa. Trata-se de um procedimento cirúrgico e o pet precisa receber anestesia geral, o que não é possível em alguns casos. O preço médio é de R$ 350.
Nos casos mais simples, em que a placa está começando a se formar, o veterinário poderá receitar cremes dentais com clorexidina, uma substância que limpa e desinfeta a boca e amolece os primeiros cálculos, facilitando a remoção com a escovação.