As novas gerações estão tendo menos filhos. Os millennials preferem ter cachorros, diz estudo.
As gerações mais jovens preferem pets a crianças humanas. No topo da lista de preferências, estão os cachorros, seguidos de perto pelos gatos. Pelo menos, é o que diz um estudo da Consumer Affairs, uma plataforma americana especializada em relações de consumo.
A empresa, fundada em 2010, possui bases de estudo na Argentina e nas Filipinas, além da sede em Tulsa (Oklahoma, centro-sul dos EUA). O estudo confirma pesquisas e análises de antropólogos e psicólogos sobre os millennials.
Millennials e pets
O estudo conduzido pela Consumer Affairs revelou alguns dados interessantes. Por exemplo, 85% dos tutores de gatos e 83% dos que convivem com cachorros dizem amar mais os seus pets do que algum membro da família.
Não se trata de comparar os relacionamentos com primos e tios distantes. Metade dos entrevistados disse amar mais os pets do que as próprias mães e 60% colocam os peludos à frente de irmãos e irmãs.
Naturalmente, eles também preferem a companhia de cães e gatos à convivência com crianças. O estudo revelou que os millennials têm consciência de que a adoção de um pet implica algumas renúncias e um custo material elevado, apesar de ser inferior ao investimento emocional e financeiro necessário para a manutenção de um bebê humano.
De modo geral, os millennials (foram entrevistados jovens dos EUA, Canadá, México e Argentina) sabem que precisam arcar com muitas despesas ao adotar um cachorro ou gato. Mesmo assim, 60% se mostraram muito ou extremamente confiantes na própria capacidade de suprir as necessidades. O percentual sobe para 84%, quando são incluídos os que se dizem “moderadamente confiantes”.
Para arcar com as despesas com gatos e cachorros, inclusive com eventuais imprevistos, como doenças e acidentes, os jovens do milênio disseram aos entrevistadores estarem dispostos a conseguir um segundo emprego ou vender bens de consumo, como automóveis.
Pets vs. crianças
A decisão de ter um filho parece estar cada vez mais distante para as novas gerações. Confirmando a tendência revelada por diversos outros estudos, os millennials ouvidos pela Consumer Affairs afirmam que a presença de crianças na família deve ser adiada para mais tarde: 66% dizem que o primeiro filho deve chegar quando estiverem entre 35 e 40 anos.
Mesmo assim, a geração Y não se considera egoísta. Para a maioria (76%), ter um pet é um gesto de amor e de responsabilidade: cães e gatos, para eles, não são brinquedos e devem ser tratados com dignidade e respeito.
Resultados interessantes
Os millennials, em maioria (72%), tendem a recusar a visão clássica da vida de que as pessoas nascem, crescem, amadurecem, casam-se e têm filhos. Para eles, muitos outros objetivos precisam ser conquistados antes da formação de uma família tradicional.
Os representantes da geração Y querem estudar por mais tempo (em média, 12,3 anos, contra 10,8 dos nascidos nos anos 1960 e 1970), especializar-se, viajar e construir uma carreira profissional mais sólida, para só depois pensar em ter filhos.
Isto não significa que os “laços de família” estão mais frágeis ou representem menos para as pessoas com menos de 40 anos. Na verdade, esses laços se ampliaram e o nível de responsabilidade que a geração Y demonstra em relação a cães e gatos é muito mais elevado, em comparação com pessoas mais velhas.
Mais de 90% dos entrevistados pela Consumer Affairs afirmam que os peludos devem ser acolhidos, protegidos e educados – fato que indica que os jovens não estão tentando se isentar das responsabilidades.
Quem são eles?
Também conhecidos como “geração Y” e “geração do milênio e da internet”, os millennials formam um recorte na estrutura etária da população: são os jovens nascidos nas últimas décadas do século 20 – os intervalos variam de autor para autor.
Os millennials cresceram e se desenvolveram física e emocionalmente em regiões caracterizadas pelas inovações tecnológicas e pela prosperidade econômica (especialmente EUA e Japão). São jovens que moram em ambientes urbanos e vivem acostumados com as renovações tecnológicas e a consequente rapidez com que utensílios e equipamentos se tornam obsoletos e são substituídos.
No Brasil, os millennials são um pouco mais jovens. Os computadores e a internet se popularizaram no país apenas na segunda metade da década de 1990. Mesmo assim, a população entre 25 e 35 anos cresceu acostumada aos benefícios da tecnologia.
Quando crianças, esta faixa da população conviveu com muito mais estímulos: as conexões em tempo real, a interatividade e a instantaneidade foram incorporadas como “parte do cenário”. No lado negativo, os millennials tendem a ser mais imediatistas, com maior dificuldade para superar frustrações e carências.