O cachorrinho tem veia poética: ele insiste em cheirar todas as flores que encontra no caminho.
De acordo com os poetas, “amor” deve servir de rima para “flor” e não para “dor”. Este pequeno cachorrinho faz questão de levar esta lição muito a sério: durante as caminhadas diárias, ele insiste em parar em todos os canteiros. Ele não quer fazer xixi e demarcar território, mas cheirar as flores.
Finn é um mestiço de griffon de Bruxelas e pequinês. A primeira raça é quase desconhecida no Brasil, enquanto a segunda fez muito sucesso nas décadas de 1970 e 1980, mas é pouco procurada atualmente. É possível que a vocação de poeta do cachorrinho contribua para popularizar as duas raças.
Finn e as flores
O mestiço tem dois anos de idade e vive com a tutora em Cincinnati, Ohio (centro-leste dos EUA), desde os primeiros dias de vida. Finn é um cachorro bastante esperto, que adora correr e pular. Trata-se de um animal atlético, sempre pronto para uma competição de frisbee.
Assim como todos os cães, Finn possui um faro refinado, capaz de sentir aromas a quilômetros de distância. Mas, ao contrário da maioria dos seus colegas, o mestiço prefere usar o olfato para uma atividade mais nobre: cheirar flores.
A tutora de Finn, Sarah Geers, disse ao The Dodo, que o cachorro sempre exibiu preferência por bons perfumes. Quando ele ainda era filhote, ficou encantado com o jardim da casa do pai de Sarah: ele foi visitar o “avô” em plena floração das zínias, flores bastante comuns no continente americano.
Sarah afirmou que Finn apenas aproximou-se das flores, para sentir o perfume. Ele ficou sentado cheirando, sem tentar morder nem cavar. Aparentemente, o filhote estava deliciado com o aroma que se desprendia das plantas.
Finn tornou-se um animal adulto (ele continua pequeno), mas manteve o hábito de cheirar flores. Ele chega a tentar escalar a mesa de jantar para ficar mais perto dos vasos de flores e já se aproximou até mesmo de plantas artificiais, mostrando ser atraído não apenas pelo olfato, mas também pela visão – fato relativamente raro entre os cachorros.
O mestiço também tenta sentir o perfume de plantas que não dão flores: qualquer vaso que esteja ao alcance funciona como um chamariz para ele. Ao que tudo indica, no entanto, ele fica um pouco frustrado quando encontra apenas ramos e folhas.
O cãozinho também tem outra paixão: os humanos. Apesar de ser resistente e muito brincalhão, ele adora as longas sessões de colo proporcionadas pela tutora. Finn também acompanha Sarah em supermercados e lojas de utilidades domésticas.
Enquanto é conduzido no carrinho de compras, Finn encara todas as pessoas que encontra. Ele sabe apresentar fisionomias agradáveis e muitos clientes das lojas param para acariciar e conversar com ele. “Ele adora ser o centro das atenções”, diz Sarah.
Finn também é ciumento e gosta de demonstrar a insatisfação quando não recebe os mimos e agrados que acredita ter direito. Sarah é recém-casada, mas o cãozinho nunca demonstrou muita intimidade com o noivo (e agora marido da tutora).
Mesmo assim, ele ficou encantado com o buquê que Sarah usou na cerimônia de casamento, no outono de 2021. Ele supervisionou a confecção pessoalmente e cheirou todas as flores do arranjo. Durante vários dias, ele manteve o buquê por perto, mostrando ter certeza de que as flores eram dele.
Por conta das preferências de Finn, Sarah passou a pesquisar sobre flores para decorar a sua casa. Ela encontrou a solução perfeita: vasos de amor-perfeito, cujas flores são multicoloridas e não são tóxicas para animais domésticos. Ao contrário, elas são até comestíveis (para humanos).
O hall de entrada da casa de Sarah é decorado de amores-perfeitos – uma boa sugestão para casais em lua-de-mel. Finn foi o que mais gostou da ornamentação. Apenas algumas flores já enfeitaram a casa: a planta floresce no começo do verão e ainda não chegou à primeira florada.
Mesmo assim, Finn inspeciona os vasos, à procura de cores e aromas. Os dias quentes estão se aproximando e, em poucas semanas, o cãozinho será surpreendido por centenas de flores de cores diferentes.
Enquanto os amores-perfeitos não desabrocham, Sarah precisa encontrar novos roteiros para as caminhadas diárias. Durante o inverno, as únicas plantas que davam algum colorido diferente eram os espinheiros dos canteiros centrais de Cincinnati, que se tornaram o passeio preferido do cãozinho.