06 dicas para viver com um cachorro até a velhice

Os tutores precisam ter alguns cuidados para que a velhice dos cachorros seja uma boa fase da vida.

Talvez o principal inconveniente de viver com um cachorro é que os nossos melhores amigos vivem muito menos do que nós e, na maior parte das parcerias, eles morrem antes de nós. Mesmo assim, é possível aproveitar também a terceira idade dos peludos. Com algumas dicas simples, um cachorro idoso continua sendo um grande companheiro.

Os cachorros não envelhecem da mesma forma: os animais de pequeno porte se tornam idosos mais tarde, podendo atingir 18 ou 20 anos de vida. Já os grandões vivem menos: a expectativa média é de dez a 12 anos, mas algumas raças são menos longevas. O dogue de Bordéus, por exemplo, raramente chega aos oito anos.

Dicas para viver com um cachorro até a velhice

Os cães sem raça definida (SRD), conhecidos como vira-latas, são geralmente mais resistentes e vivem mais, porque não carregam os genes determinantes de alguns transtornos específicos, como a predisposição para alergias, dermatites, distúrbios gastrointestinais e até de alguns tipos de câncer.

Prolongando a vida do cachorro

Mas, independentemente da raça, todos os cachorros podem viver longos anos, oferecendo amizade e lealdade incondicionais aos tutores. Naturalmente, o desgaste físico é inerente ao avanço da idade, mas os desconfortos, incômodos e dores podem ser atenuados.

Algumas providências simples são:

  • oferecer boas condições de abrigo;
  • manter higienizados os espaços de trânsito dos cachorros;
  • vacinar, vermifugar e garantir acompanhamento veterinário desde o momento da adoção;
  • oferecer alimentação balanceada e de qualidade;
  • castrar o quanto antes os animais não destinados à reprodução;
  • proporcionar adestramento adequado, para que os peludos entendam o que se espera deles;
  • passear a brincar diariamente.

A Medicina Veterinária tem apresentado avanços consistentes nas últimas décadas. Mais do que garantir uma vida longa, no entanto, os tutores precisam investir em uma vida prazerosa, saudável e segura.

É importante acompanhar e curtir cada etapa da vida. Os cachorros idosos podem não ser tão curiosos e divertidos como os filhotes, nem tão ágeis e prestativos como os adultos, mas quase sempre eles são mais bem educados, estáveis e equilibrados.

As dicas para viver com o cachorro até a velhice

A seguir, apresentamos as dicas mais detalhadas de como garantir uma vida confortável para os cachorros idosos.

01. O abrigo

Foi-se o tempo que os tutores deixavam os cachorros no quintal para vigiar a casa. Hoje em dia, a maioria dos peludos é adotada para a companhia. Não é preciso permitir que eles circulem pela casa toda (especialmente no caso dos animais maiores), mas é preciso garantir um espaço limpo, seguro e confortável para eles.

Caso os cachorros passem a maior parte do tempo em ambientes externos, eles precisam de locais protegidos do frio, da chuva e do Sol intenso. O espaço precisa contar com alguns estímulos, como brinquedos, para entreter os pets.

Dicas para viver com um cachorro até a velhice

Especialmente nos meses mais quentes do ano, a água deve ser trocada com regularidade, para impedir que seja aquecida e também para evitar a proliferação de alguns insetos, como moscas e mosquitos.

Para os cães que vivem em ambientes internos, é preciso providenciar uma caminha em um canto de pouco movimento da casa. Mesmo para os que dormem com os tutores, ter um “lugar de refúgio” é importante, porque mesmo os cães devem ter alguns momentos de isolamento e solidão – eles também refletem sobre a vida e o cotidiano.

02. A higiene

Os espaços por onde os cachorros transitam devem ser limpos e higienizados regularmente, assim como fazemos com todas as dependências da casa. É preciso garantir locais ensolarados e bem ventilados, reduzindo os riscos de infecções e traumas que possam levar a inflamações.

De acordo com as características anatômicas, os cachorros podem tomar banhos com intervalos de 15 a 30 dias. Em regiões muito frias, os banhos no inverno podem ser substituídos por banhos secos.

A escovação dos pelos deve ser feita pelo menos duas vezes por semana, mas os cachorros peludos precisam deste cuidado diariamente. A pelagem deve ficar livre de pó, sujeira e os fios devem ser desembaraçados, penteados e este é um bom momento para os tutores inspecionarem as orelhas, a pele, as unhas, a cauda, os genitais, etc.

Os dentes, a língua e as gengivas também precisam ser escovados pelo menos a cada dois dias. A providência pode ser substituída, em parte, pela oferta de brinquedos duros e resistentes, ou alguns ossos naturais, que ajudam na higiene bucal.

É muito importante evitar a formação da placa bacteriana – o tártaro se acumula sobre os dentes a partir das raízes e pode levar a problemas como gengivites. Em casos graves, os cachorros podem recusar alimento, porque a mastigação se torna dolorosa.

Ao longo de alguns milênios, centenas de raças caninas foram desenvolvidas – e algumas precisam ser tosadas com regularidade. Pelos muito longos podem comprometer a locomoção e facilitar escorregões e colisões.

O estilo do corte pode ser feito de acordo com as preferências dos tutores, apesar de algumas tosas serem clássicas, como no caso do schnauzer e do poodle. O banho e a tosa podem ser feitos em salões especializados.

Ao voltar para casa – dos passeios e visitas ao veterinário – os cachorros precisam ter pelo menos as patas limpas, com uma escovação leve para eliminar a poeira. Caso eles tomem chuva, é preciso secar o pelo e a pele.

03. Cuidados médicos

Quem adota um cachorro – adquirindo em um canil, ganhando de presente, resgatando de um abrigo ou retirando das ruas – deve estar consciente de que as despesas domésticas sofrerão um aumento, que pode ser considerável, de acordo com a renda familiar.

Uma destas despesas é o acompanhamento regular por parte de um veterinário. Adultos ou filhotes, os cachorros precisam receber uma série de vacinas, que devem ser renovadas todos os anos. A vermifugação, em alguns casos, precisa ser feita a cada três meses (de acordo com o maior ou menor contato com outros animais).

Os cachorros também precisam ser examinados regularmente, e não apenas quando desenvolvem sintomas como dor, febre, etc. Os peludos são extremamente resistentes e, além disso, eles não sabem exatamente a origem dos incômodos.

É sempre melhor prevenir do que remediar. Mas, por maiores que sejam os cuidados e a fiscalização dos tutores, todos os cachorros sempre estão sujeitos a acidentes, quedas, intoxicações, brigas, traumas e doenças. Nesses casos, recorrer ao auxílio médico é imprescindível.

À medida que a idade aumenta, os problemas de saúde podem surgir ou se agravar. Mesmo assim, com o acompanhamento profissional adequado, os cachorros idosos podem continuar vivendo sem dores e incômodos.

Alguns animais também podem precisar de limpezas bucais regulares – uma vez por ano, a partir dos cinco ou seis anos de idade. A retirada do tártaro, além de garantir um belo sorriso, evita uma série de doenças e distúrbios não apenas na boca, mas em todo o sistema digestório.

Algumas raças de pequeno porte, como os chihuahuas, pinschers miniatura e lulus da Pomerânia, apresentam tendência a não perder os dentes de leite, quando os definitivos despontam. Isso causa encavalamento e pode prejudicar a mastigação e até mesmo a respiração.

Em casa, os tutores também podem ajudar a garantir a saúde dos cachorros, oferecendo alimentos de qualidade, evitando brincadeiras em pisos escorregadios, escadas e rampas, não permitindo que os peludos saiam de casa desacompanhados e mantendo produtos potencialmente tóxicos (como materiais de limpeza, de higiene e até latas de lixo) fora do alcance dos pets.

04. Comida de qualidade

Os tutores podem optar por oferecer comida caseira – a chamada alimentação natural – ou fornecer apenas rações e petiscos industrializados. Para fazer a comida em casa, no entanto, é preciso dispor de tempo e de técnicas, para suprir todas as necessidades nutricionais dos cachorros.

A ração é uma opção mais prática. Os produtos rotulados como “premium” e “super premium” fornecem todos os nutrientes e existem itens específicos para algumas condições, como é o caso da velhice canina.

Em casa, é importante garantir um bom armazenamento dos alimentos, em ambiente arejado, seco e escuro, para evitar fungos e bolores. Também é importante providenciar potes bem fechados, para impedir que a ração perca o aroma, o sabor e a textura.

O pote de ração também precisa ficar longe do alcance dos cachorros, especialmente dos mais gulosos. Mesmo um produto de qualidade comprovada pode provocar alguns danos, caso os peludos comam em excesso.

A água também merece alguns cuidados. O bebedouro deve ser higienizado regularmente e os líquidos precisam ser trocados a cada seis horas (o intervalo pode ser menor em regiões muito quentes). Alguns cães têm problemas em ingerir água, mas os tutores devem estimulá-los: podem ser oferecidos picolés (uma barra de gelo com um prêmio escondido, que pode ser uma fruta ou um pedaço de carne cozida). As brincadeiras com mangueiras e borrifadores também servem como incentivos.

05. A castração

A maioria dos tutores não planeja dar início a uma criação quando adota um cachorro. Como já foi dito, a maioria dos peludos é adotada para companhia, mas, mesmo os cães de trabalho podem se beneficiar com a castração.

O ideal é a esterilização precoce – antes do primeiro cio, no caso das fêmeas. Os cachorros não se ressentem pela falta de atividade sexual – o procedimento reduz a libido – simplesmente porque eles não se lembram de períodos em que foram sexualmente ativos.

A castração impede a gravidez indesejada, as brigas entre os machos quando há uma fêmea no cio nas redondezas, as fugas e os acidentes. Além disso, os cachorros podem se tornar menos territorialistas e dominantes.

O procedimento também reduz significativamente a incidência de alguns tipos de câncer: mama, ovários e útero nas fêmeas, testículos, próstata e pênis nos machos. No caso das fêmeas, a castração impede a endometriose, que pode ser fatal.

06. O adestramento

Da mesma forma que ocorre com as crianças humanas, os cachorros também precisam aprender as regras da casa e o que se espera deles. As regras podem variar – em algumas casas, os cachorros podem andar por qualquer lugar, subir em camas e sofás, enquanto, em outras, eles não são autorizados a passar pela porta da sala.

De qualquer forma, eles só conseguem aprender se forem ensinados. Por isso, é importante dar início ao adestramento logo no dia em que o cachorro é recebido em casa. Ele deve aprender inicialmente os comandos básicos, como “senta”, “fica”, “sim” e “não”.

Também devem aprender onde fazer as necessidades, onde dormir e os limites. A maioria dos cachorros aprende com facilidade – no máximo, com três ou quatro repetições dos comandos, pronunciadas em tom firme, mas sem necessidade de gritos, muito menos de agressões físicas.

O melhor método é o reforço positivo, que consiste em estimular os “bons comportamentos”; sempre que o cachorro fizer o esperado, ele deve receber alguns prêmios materiais (como brinquedos e, principalmente, petiscos), acompanhados de estímulos e carinhos.

Depois de três ou quatro repetições, quando os cachorros já introjetaram as atitudes esperadas, os prêmios podem ser dispensados, mas os afagos precisam continuar indefinidamente. Felizmente, os cachorros querem nos agradar e, por isso, na imensa maioria das vezes, atendem às nossas ordens e comandos.

07. Os passeios diários

Esta deve ser uma profissão de fé dos novos tutores: passear diariamente com os cachorros, faça chuva ou faça sol. As caminhadas são importantes para os cachorros se exercitarem e garantem a boa manutenção dos ossos, músculos e articulações.

Além disso, durante os passeios, os vínculos com os tutores são reforçados: este é um momento especial, partilhado pelos cães e pelas pessoas de quem eles mais gostam. Fazer atividades é uma forma de fortalecer os elos familiares.

Conclusão

Se todos estes cuidados forem observados, é muito provável que o cachorro chegue a se tornar gradualmente idoso com estabilidade, saúde e segurança. Naturalmente, estamos falando de vida e, às vezes, a vida oferece algumas surpresas não muito agradáveis.

Naturalmente, com o passar dos anos, os tutores precisam modular a intensidade das brincadeiras e caminhadas. Um filhote pode ser muito curioso, um adulto pode encarar todos os desafios, mas os velhinhos precisam de mais tranquilidade, muitas vezes até mesmo de lentidão.

Os cachorros idosos podem curtir a vida durante muitos anos na companhia dos tutores. Eles são, em qualquer idade, uma fonte inesgotável de diversão, carinho, cuidado e proteção. É provável que eles enfrentem alguns problemas mais graves, mas isto faz parte da convivência.

O importante é valorizar os milhares de dias felizes que eles proporcionaram, sem se fixar nos momentos de dor e ansiedade. Eles também fazem parte da experiência de viver com um peludo.

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