Trocar a comida do cachorro pode ser um problema. Confira algumas dicas para evitar incômodos.
Trocar a comida do cachorro, seja para substituir a ração por outra marca, para adaptá-lo à comida caseira ou a outro tipo de regime alimentar e até mesmo para incluir petiscos no dia a dia, mesmo os saudáveis, pode causar alguns problemas gastrointestinais. É preciso fazer a substituição de forma gradual e observar atentamente o comportamento do peludo nos primeiros dias.
A hora da troca do cachorro
No momento da troca da comida, a principal dica é a “regra dos 10%”: a cada dia, apenas 10% do novo produto deve ser incluído nas refeições, aumentando a proporção gradativamente, até a substituição completa. Obviamente, não é preciso usar uma balança: o tutor pode recorrer ao “olhômetro”.
A mistura de dois produtos, no entanto, pode não ser muito bem-vinda pelos cachorros, que se baseiam principalmente pelo olfato, mas eles também usam o paladar e o tato. O mix de sabores e texturas pode não ser muito agradável e atraente.
Nestes casos, os tutores podem colocar a ração antiga e a nova em tigelas diferentes, colocadas lado a lado. Os cachorros “inspecionarão” os dois cardápios e provavelmente comerão mais do alimento com que estão acostumados. Nos dias seguintes, basta aumentar a quantidade da ração nova, até eliminar o produto substituído (sempre gradualmente).
O ideal, no entanto, é não fazer muitas trocas. Existem rações de boa qualidade que suprem todas as necessidades nutricionais dos cachorros e as substituições devem ocorrer apenas com orientação médica.
No caso apenas de troca de sabor (frango por carne, por exemplo), não há necessidade de observar nenhuma regra, desde que o produto seja do mesmo fabricante e forneça os mesmos nutrientes. Em geral, os tutores devem se preocupar nos seguintes casos:
- quando o cachorro deixa a ração de filhotes para a de adultos:
- quando ele tem alguma deficiência específica (como carência de ferro ou fósforo, por exemplo) e precisa de um novo alimento;
- quando o cachorro atinge a terceira idade (a época varia de acordo com a raça: um dogue de Bordéus pode ser idoso aos cinco anos, enquanto um yorkshire terrier ainda pode ser um adulto saudável com 12 ou 14 anos);
- na substituição da ração industrializada por comida caseira;
- nas convalescenças de traumas e doenças;
- na introdução de petiscos, que geralmente ocorre em novas etapas do adestramento.
Os petiscos devem ser cuidadosamente escolhidos. Para um dogue alemão, mesmo filhote, não há grande diferença nutricional na oferta de um bifinho, mas, para um chihuahua, a guloseima pode representar 10% do total de alimentos que ele recebe no dia a dia.
O que observar na troca da comida dos cães
Quase sempre, a troca de comida é motivada por orientação médica. Não vale a pena trocar a ração por outra mais barata, porque ela pode não ser formulada com todos os nutrientes necessários e a economia acaba sendo eliminada com as despesas com consultas, exames e medicamentos.
Alguns cachorros “enjoam” de determinada dieta. É um fato raro, mas pode acontecer. Neste caso, os tutores podem fazer a substituição, sempre escolhendo o novo produto com base na idade, sexo, nível de atividade física e condições gerais de saúde.
As trocas devem ser graduais e os tutores precisam ficar atentos a eventuais sinais, como enjoos, vômitos e diarreias. Cada fabricante oferece ingredientes específicos, para se diferenciar da concorrência.
A simples substituição de uma ração à base de carne por outra preparada com vísceras pode causar alguns transtornos gastrointestinais. Na maioria dos casos, não é nada alarmante, desde que a troca seja gradual.
É muito provável que o cachorro apresente náuseas e diarreias. Os tutores podem reduzir a quantidade da nova ração, aumentando o tempo para a troca total dos produtos. Se os sintomas persistirem, no entanto, o ideal é retornar ao produto original.
Os cachorros podem apresentar um “comportamento seletivo” quando percebem que a comida é diferente, escolhendo alguns grãos de ração e deixando o alimento novo de lado. Mas eles não se baseiam no sabor (muito menos na cor e no formato). Os peludos se orientam pelo cheiro.
Nestes casos, o produto novo precisa ser introduzido com ainda mais lentidão. De qualquer forma, não é nada muito trabalhoso: em 15 dias, no máximo, a ração pode ser substituída e o cachorro nem se lembrará do produto antigo.
No momento da escolha, é preciso verificar o teor nutricional do novo produto, que é indicado no rótulo. Rações formuladas com maior teor de gorduras tendem a apresentar maior valor calórico, comparadas à com maior teor de proteínas, por exemplo.
De acordo com a legislação brasileira, a rotulagem de alimentos sempre indica todos os ingredientes, da maior para a menor presença. Desta forma, se a lista é encabeçada por “gorduras totais”, isto indica que as gorduras são o principal ingrediente da ração, e assim por diante.
As mudanças ao trocar a comida dos cachorros
Todos os cachorros passam por pelo menos três mudanças radicais na dieta: o alimento para filhotes, adultos saudáveis e idosos, especialmente os que se tornam menos ativos. Mas pode ser necessário trocar a comida quando surgem algumas doenças, como o diabetes (cada vez mais frequente entre os cães) e outros transtornos metabólicos.
Alguns cachorros também apresentam intolerância a alguns alimentos. A maioria não deve receber nenhum tipo de laticínio (os peludos desenvolvem resistência à lactose por volta dos três meses de idade), mas oferecer leite ou queijo pode ser um agrado reconfortante – o veterinário precisa ser informado e concordar.
Se os cachorros apresentarem reações alérgicas, como otites e dermatites, é preciso verificar se elas são devidas à alimentação. Em muitos casos, as alergias podem ser provocadas por parasitas internos e externos ou por falta de higiene adequada.
Normalmente, os cachorros de pelo comprido retêm muita umidade na pelagem, o que pode prejudicar a pele e as orelhas (especialmente para os que apresentam orelhas longas e caídas, como os cocker spaniels e basset hounds). A falta de escovação também é uma causa frequente para estes transtornos.
Vale a pena trocar por comida caseira?
Não existe uma resposta definitiva. Tudo depende da aceitação dos cachorros e da disponibilidade dos tutores: afinal, preparar comida dá trabalho e exige informações suficientes das necessidades nutricionais.
Assim como nós, os cachorros precisam de macronutrientes (gorduras, açúcares e proteínas) e micronutrientes (sais minerais e vitaminas). As proporções variam de raça para raça e também de acordo com as características de cada peludo.
Por exemplo, minerais como cálcio, potássio e fósforo são fundamentais para os filhotes e os cães adultos muito ativos, mas podem ser prejudiciais para os animais idosos.
A comida caseira pode ser preparada e congelada, facilitando a produção – é possível armazenar alimento por até 30 dias, em condições ideais. Depois que ela é servida, no entanto, o prazo de validade é muito curto: três ou quatro horas depois, por não ter adição de conservantes (o que pode ser considerado uma qualidade), a comida feita em casa precisa ser descartada.
Se os tutores decidirem pela troca, esta deve ser feita de forma gradual. Os alimentos preparados em casa podem ser mais agradáveis, tanto no sabor quanto no aroma, mas, depois de acostumados, é muito difícil fazer os cães voltarem a aceitar ração industrializada.
É possível encontrar diversas receitas caseiras na internet, mas é importante consultar o veterinário, para garantir que o cachorro esteja recebendo todos os nutrientes, de acordo com as suas necessidades específicas.