Um número cada vez maior de casais quer ter o seu cachorro no casamento e o peludo pode assumir papéis de destaque, tanto na cerimônia, quanto na festa para celebrar a união. Não há nada errado em deixar o peludo em casa nesta data especial, mas muitos noivos já o consideram parte da família. Por isso, apresentamos algumas dicas para incluir o cachorro na cerimônia de casamento.
Uma dica muito importante: ainda durante o planejamento, os noivos precisam certificar-se de que o cachorro é bem-vindo no casamento (ou pelo menos tolerado), seja no cartório, seja em templos religiosos. Em maio de 2022, um sacerdote interrompeu a cerimônia ao perceber que os pajens não eram humanos. O caso ocorreu em Nova Olinda (CE).
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As dicas para incluir o cachorro na cerimônia de casamento
É importante considerar que, entre tantos preparativos – a escolha das roupas, do local do casamento, dos detalhes da festa, dos convites, etc. – incluir o cachorro acaba sendo mais uma tarefa trabalhosa e, na maioria dos casos, intransferível.
1) O adestramento
Por mais que o cachorro seja dócil e amigável, ele provavelmente não está acostumado a cerimônias de casamento. Ele pode ficar incomodado com ambientes desconhecidos, aglomeração de pessoas, etc. Em maio de 2023, um peludo assustou-se com o movimento e acabou fugindo com as alianças. Felizmente, ele foi encontrado no dia seguinte.
Se for possível, o cachorro deve treinar a entrada no salão de festas ou na igreja. Em casa, ele também precisa se acostumar a portar as alianças (se for o caso) e entregá-las quando for solicitado (de preferência, pelo próprio tutor).
Alguns cachorros já estão adaptados a locais de grande movimento, mas, se este não for o caso, é importante levá-los para caminhar em ambientes diferentes e mais agitados do que os locais rotineiros dos passeios.
Alguns shopping centers permitem a entrada de pets e são ideais para familiarizá-los com o fluxo de pessoas, com sons diferentes e mudanças súbitas na iluminação (como os flashes das câmeras, por exemplo). Outra opção é levar o peludo para passear em feiras livres.
Geralmente, os filhotes ficam mais assustados nessas ocasiões, mas não há ninguém melhor para prever o comportamento do que os tutores.
Os cachorros de pequeno e médio porte são os mais indicados para participar de um casamento, mas alguns cães grandes e elegantes, como um dálmata, um dogue alemão ou um vira-lata charmoso, podem conferir um toque especial para a cerimônia.
2) A participação
Se a ideia for fazer o cachorro entrar à frente da noiva (no salão de festas ou na nave da igreja), é importante que ele receba treinamento prévio. Um pajem ou dama de honra (humano) pode ficar responsável por conduzi-lo, mas deve ser uma criança conhecida.
As alianças podem ser presas a uma coleira por uma fita, para facilitar a entrega no momento indicado. Elas também podem ser conduzidas em uma almofada presa ao dorso do peludo e até mesmo levada na boca, em um estojo chamativo, mas, para isso, o cachorro precisa estar muito bem treinado para a ocasião. Lembre-se de que o ambiente é propício para distrações e o peludo pode deixar as alianças caírem no caminho até o altar.
Nos últimos tempos, está na moda a noiva entrar na igreja com o cachorro no colo (que, neste caso, precisa ser de pequeno porte). Muitas mulheres que não querem ser conduzidas até o altar fazem esta opção e, neste caso, são permitidos mais acessórios para realçar a beleza do peludo, como tiaras de flores, roupas elaboradas e até algumas bijuterias.
Entrar na igreja com o cãozinho no colo é uma demonstração de independência e autonomia, mas também de atenção, cuidado e carinho. As noivas que decidirem incluir o cachorro desta maneira devem tomar algumas precauções extras:
• o cachorro não pode soltar muito pelo, especialmente se o vestido for branco. O estresse e a novidade do momento podem fazer o peludo atrapalhar o visual;
• o cachorro precisa gostar de ficar no colo. Afinal, a entrada leva alguns minutos e o efeito não será o esperado se o peludo ficar tentando se desvencilhar a todo custo. Vale lembrar que nem todo animal de pequeno porte gosta de ser conduzido no colo.
3) Os trajes
As roupas deste convidado especial devem ser muito bem planejadas. Apesar de uma cerimônia de casamento quase sempre exigir traje a rigor, roupas e acessórios muito elaborados podem prejudicar a movimentação do cachorro.
Algumas roupas de cães não incomodam, nem apertam: apenas apresentam estampas alusivas a grandes celebrações. De preferência, a roupa deve ser confortável, de tecido natural, adequada para a estação escolhida para a união nupcial.
Os noivos podem optar por gravatas borboletas, coletes e paletós para os machos, vestidos com laços e rendas, complementados por adornos na cabeça, para as fêmeas. É possível até mesmo encontrar cartolas e vestidos de noiva para os cachorros.
Isto garante que o melhor amigo esteja “vestido a caráter” para a ocasião sem comprometer a movimentação – que já estará prejudicada pela timidez ou mesmo pela agressividade frente a tantas novidades (convidados, ambiente estranho, excesso de estímulos visuais, auditivos e olfativos, etc.).
De qualquer maneira, o cachorro precisa se acostumar com a roupa, mesmo que seja uma simples camiseta estampada. Nos dias que antecedem o casamento, o ideal é vesti-lo durante algumas horas do dia – não é preciso usar o traje escolhido, apenas acostumá-lo a ficar vestido, o que pode ser bastante incômodo para alguns cães.
4) A festa
Os cachorros podem participar de todo o evento, da chegada da noiva até a despedida do casal. Na verdade, eles podem até mesmo seguir com os tutores para a lua-de-mel, desde que já estejam acostumados a ver os pais dormindo na mesma cama.
Se os noivos partirem para a lua-de-mel logo depois da festa, é preciso organizar previamente quem ficará responsável pelo cachorro. Um parente ou amigo próximo pode levar o peludo para casa, mas isto precisa ser combinado com antecedência.
De qualquer forma, os noivos precisam providenciar um cantinho para o cachorro descansar: uma sala anexa ao salão de festas, por exemplo. Alguns amigos e parentes podem ser destacados para fazer companhia para o peludo, que pode circular livremente, desde que esteja acostumado à presença de estranhos, música em volume alto, etc.
A circulação do cachorro no salão de festas, no entanto, precisa ser muito bem avaliada. Alguns pets podem ficar muito tímidos ou agressivos, de acordo com o temperamento, estimulados pelo barulho, o movimento, as cores e luzes, etc.
Se o cachorro não for levado para o local da festa de casamento, os noivos podem dedicar alguns momentos para uma sessão de fotos. A presença deste convidado especial pode ser registrada em locais escolhidos antecipadamente, ainda com o traje a rigor, antes que o peludo seja levado para descansar.
5) Buffet especial
O cardápio precisa sofrer algumas adaptações: nada de bolo e champanhe para os cachorros. Bebidas alcoólicas são terminantemente proibidas e um bolo especial pode ser oferecido, desde que não tenha açúcar, adoçantes artificiais, chocolate e leite entre os ingredientes.
Nenhuma cerimônia de casamento merece ser encerrada antes da hora por causa de uma intoxicação alimentar e o melhor local para a noite de núpcias certamente não é uma clínica veterinária de emergência.
O casal, de um jeito ou de outro, precisa estar preparado para eventuais urgências. Mesmo com todos os ensaios e preparativos, o cachorro pode se assustar e não querer participar da cerimônia ou da festa. Outros incidentes também podem ocorrer:
- o cachorro destrói os trajes e acessórios de casamento;
- ele “empaca” na entrada assustado e nada o faz se mover;
- ele desata a correr pela nave da igreja;
- ele perde as alianças.
É possível deixar algumas cartas na manga nestes casos. O cachorro pode ser escalado para a entrada juntamente com algumas crianças da família. Se ele se recusar a desfilar pela nave, os parentes rapidamente podem ser encarregados de portar as alianças.
Mais raramente, a excitação pode relaxar os esfíncteres e o peludo faz as necessidades em pleno trajeto nupcial. Nestes casos (e muitos outros), o segredo é manter o bom humor e seguir em frente com a cerimônia. Mesmo os imprevistos são úteis para abrilhantar ainda mais a celebração da união.