Curiosidades sobre o poodle

É uma das raças mais populares no mundo todo. Descubra algumas curiosidades sobre o poodle.

O poodle é um cachorro curioso e muito amoroso na relação com a família. Por isso, ele está sempre procurando formas para agradar os tutores. Todos os cachorros são cativantes, mas conviver com um poodle significa receber fartas doses diárias de brincadeiras, diversão e muito amor.

Os cães da raça são também muito inteligentes, tendo se destacado nos circos europeus nos últimos 250 anos, antes que a apresentação de animais fosse banida dos palcos. De acordo com o ranking apresentado em “A Inteligência dos Cães”, do psicólogo americano Stanley Coren, o poodle ocupa a segunda posição (entre 133 raças). O livro foi publicado há 30 anos e é uma referência na avaliação da capacidade canina para o adestramento.

A origem da raça

O poodle surgiu na França, no século 18, e descende do antigo barbet. Nesse país, ele também é conhecido como caniche, termo francês derivado de “cane”, que serve para designar a fêmea do pato. Em regiões vizinhas, como a Bélgica e os Países Baixos, a palavra tornou-se verbo, com o significado de “agitar o bico na água”.

Mas a ascendência ainda é fonte de controvérsias. O poodle certamente descende do barbet, mas ele é muito parecido com cães russos que ilustram pinturas a partir do século 12 – muito antes da prática de caça a aves na França. Além disso, quadros do artista alemão Albrecht Dürer, do final do século 15, mostram cães praticamente idênticos aos atuais.

Tudo isso remete à função original dos cães da raça: mergulhar em lagoas e cursos d’água para recuperar aves abatidas em pleno voo. A ideia de um cão aristocrático cai por terra com esta origem: o poodle continua sendo elegante e majestoso, mas não abre mão da diversão e quase sempre se revela um verdadeiro palhaço, como nos circos antigos para onde a inteligência notável o levou.

A aparência

O padrão da raça descreve o poodle como um cão mediolíneo. O termo significa equilíbrio entre tronco e membros, desenvolvimento harmônico da musculatura e boa distribuição da camada de gordura. Isto é válido para os quatro tamanhos previstos para a raça:

• grande ou gigante: acima de 45 cm de altura na cernelha. O máximo permitido pelo padrão é 60 cm;

• médio – acima de 35 cm até 45 cm;

• miniatura ou anão – acima de 28 cm até 35 cm;

• toy – de 24 cm a 28 cm.

As quatro variedades apresentam as mesmas proporções: os sinais de nanismo, como pernas mais curtas, não estão previstos no padrão. Os cães gigantes e miniatura são obtidos apenas através da seleção, pelos criadores, de animais maiores ou menores para o acasalamento.

Os poodles miniatura e toy surgiram mais recentemente, no século 20, com os acasalamentos de cães da raça com porte menor. Nos EUA, alguns criadores estão tentando fixar o poodle teacup, ainda menor que o toy, mas, até o momento, os resultados não são satisfatórios.

A pelagem do poodle é muito variada em cores e tipos. No Brasil, a orientação geral é a escolha da tosa carequinha, por causa das temperaturas elevadas durante praticamente o ano inteiro. O pelo pode ser:

• cacheado – muito abundante, de textura fina, bem ondulado, elástico e resistente à pressão da mão. É espesso, farto e de comprimento uniforme, podendo chegar a formar cachos em alguns animais;

• encordoado – é abundante, de textura fina, lanoso e bem fechado, formando cordões característicos, parecidos com os dreadlocks dos pulis e komondors, com até 20 cm de comprimento.

Apesar de a pelagem ser longa, espessa e farta, o poodle perde muitos poucos pelos ao longo do ano, sem uma estação definida para a muda. Isto torna estes cães hipoalergênicos. Esta característica, aliada à inteligência, esportividade, disposição e fidelidade, ajuda a explicar a popularidade da raça, que já se prolonga por quase 300 anos.

A cor da pelagem é sempre uniforme, viva e sem esmaecimentos nos flancos. O poodle pode ser branco, preto, marrom, fulvo (do claro ao avermelhado, passando pelo laranja ou abricó). O bege e tons mais claros não são permitidos para os cães da raça.

Poodles de todas as cores, inclusive os cães brancos e fulvo-claros, devem ser muito bem pigmentados. Pálpebras, trufa, lábios, gengivas, palato, orifícios naturais, bolsa escrotal e almofadas plantares são sempre pretas, ou, nos cães mais claros, marrom-escuras ao máximo possível.

O poodle, na verdade, tem cabelos – e não pelos. Trata-se de uma diferença técnica. Os pelos despontam, crescem durante certo período e caem. Os cabelos nunca param de crescer e caem apenas quando ocorrem problemas hormonais, ambientais, etc.

Fatos curiosos

• O poodle é muito inteligente. Isto garante que ele consegue aprender rapidamente os comandos básicos e as regras da casa, mas também permite o desenvolvimento de várias habilidades. Com tutores dispostos, os cães da raça conseguem aprender dois ou três truques por semana.

• Por outro lado, eles precisam de jogos e exercícios mentais e físicos para manter o equilíbrio. Um poodle de qualquer tamanho, é capaz de se adaptar a todos os tipos de lares e famílias, mas precisa de estímulos, brincadeiras e caminhadas. Ao observar um poodle toy é preciso não esquecer que, na origem, ele é um cão de trabalho – e certamente não é um brinquedo.

• Em função da inteligência diferenciada, o poodle é uma das raças caninas que mais se destaca na compreensão de palavras. Enquanto a média geral é um repertório de 165 palavras e expressões curtas, um poodle bem treinado pode atingir o significado de até 400 vocábulos.

• Um poodle consegue aliar os aprendizados obtidos com o treinamento com as informações colhidas pelos sentidos – especialmente, a audição e o olfato. Por isso, ele pode dedicar vários minutos com a atenção fixada em um som ou cheiro. Nas caminhadas, ele para muitas vezes para processar as informações (nós também faríamos isso, em todos os canteiros floridos, se tivéssemos fato canino, por exemplo).

• Uma informação para ressaltar o aspecto trabalhador da raça: durante a Primeira Guerra Mundial, o poodle foi usado como cão de tração, arrastando carroças com mantimentos e armas para as frentes de combate. Na Segunda Guerra, em função da alta treinabilidade exibida pela raça, poodles foram usados para reforçar a vigilância de instalações militares dos EUA. Nos dois confrontos, eles também acompanharam artistas para estimular o moral das tropas.

• A pelagem crespa do poodle é destaque em qualquer passeio, mas exige cuidados. Ela deve ser escovada pelo menos a cada dois dias, para não formar nós, que quase sempre obrigam uma tosa radical. A manutenção dos cachos e dreadlocks é bastante difícil e eles colaboram para acumular umidade, sujeira, parasitas, etc.

• Estes cães gostam muito de brincadeiras aquáticas: nadar e mergulhar fazem parte das atividades mais divertidas para eles. Mas, para quem não tem disponibilidade, brincadeiras com mangueiras e vaporizadores, especialmente nos dias quentes, são muito bem-vindas. “Pudel”, em alemão, significa “espirrar água”.

• Esportes em geral podem fazer parte da rotina dos poodles: eles obtêm bons resultados em treinamentos de agility, obediência, mergulho e corrida. Na falta de uma escolinha, uma corrida na praça faz a alegria dos peludos.

• Em 1988, uma equipe composta apenas por poodles participou da Corrida Iditarod, um torneio tradicional no Alasca, que consiste em um longo trajeto de trenós puxados por cães, que pode durar até duas semanas. Geralmente, as matilhas são formadas por huskies siberianos e outras raças nórdicas. A experiência com os poodles não deu certo: a maioria teve de ser recolhida aos postos de controle, muito antes da linha de chegada.

• A expectativa de vida é longa. Os cães maiores vivem de 12 a 14 anos, enquanto os toys e miniatura atingem facilmente os 18 anos. O poodle não é um cão muito exigente: alimentação balanceada, exercícios físicos e contatos próximos com a família são suficientes para manter a saúde e a boa forma.

• O poodle é considerado um símbolo nacional da França. Ele é chamado de caniche no país justamente para fixar as suas raízes em terras gaulesas. A caça ao pato (canard, cane, em francês) é uma atividade tradicional no país e as aves aquáticas emprestam o nome aos cães da raça;

• A tosa clássica pode enganar muita gente. O aspecto majestoso da pelagem estrategicamente mantida apenas em algumas áreas do corpo tem uma explicação utilitarista: era preciso que os cães não se encharcassem nos mergulhos em busca das aves abatidas, mas eles também não podiam se resfriar demais. Por isso, foi criado um corte para proteger o topo da cabeça, o peito e as articulações, sem tolher os movimentos.

• Esta tosa, usada até hoje, é o “Continental Clip”. Nas exposições oficiais, é admitido também o “Modified Continental Clip”, que é mais curto e não tem função de proteção: apenas confere a silhueta clássica da raça. A tosa “English Saddle” arredonda ainda mais as formas da cabeça, tórax, articulações e extremidade da cauda. Os filhotes se apresentam com o “Puppy Clip”, um corte de comprimento uniforme em todo o corpo.

• A natureza sensível, a inteligência emocional e a grande vontade de agradar faz dos poodles os pets ideais para qualquer tutor, mas eles são especialmente úteis para o suporte terapêutico: são excelentes companheiros para portadores de deficiências físicas e emocionais e para idosos e crianças em geral.

• O poodle, como se pode constatar, não é um “cachorro certinho”. Apesar da imponência e aspecto nobre, ele é ativo, curioso e muito inteligente. Candidatos a tutores de poodles precisam ter isso em mente: eles precisam de atividades físicas, jogos que desenvolvam a inteligência, atenção e muito carinho, porque são também muito apegados à família.

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