Os cães estão entre os animais com mais variedade do planeta. Alguns cruzamentos são impressionantes lindos e divertidos.
Os primeiros cachorros da história deviam ser muito parecidos com os seus ancestrais, os lobos. E isto deve ter permanecido assim por um longo tempo, uma vez que a primeira atividade desenvolvida por eles foi a caça compartilhada, uma relação de mutualismo, em que duas espécies colaboram e ambas colhem benefícios.
Os humanos, no entanto, logo perceberam que os novos companheiros eram bastante versáteis e, à medida que as atividades humanas foram se sofisticando, os cães também aprenderam novas tarefas. Eles passaram a auxiliar no pastoreio, defesa (e ataque), tração e, bem mais recentemente, adquiriram o status de animais de companhia.
Novas tentativas
Para cada nova atividade, a humanidade cruzava os animais que pareciam mais adequados, e assim surgiram as raças: cães pastores, boiadeiros, sentinelas, guias, montanhistas, etc. A sofisticação foi tanta que, no século XIX, criadores passaram a desenvolver cães destinados apenas a passeios.
Eram os cães de carruagem, que inicialmente apenas guardavam estábulos e escoltavam os carros, mas progressivamente se tornaram um símbolo de status, acompanhando a alta sociedade de Paris, Berlim e São Petersburgo em seus giros pelas “saisons” de festas e apresentações teatrais.
Nesta época, surgiram os dálmatas, cujos criadores apresentaram evidências de ancestralidade no Egito antigo e na Grécia antiga. O padrão da raça, porém, definido pela Associação Cinológica Internacional, ainda é um desafio: especialistas afirmam que as manchas características da raça não podem ser interpor, mas isto ocorre em apenas duas ou três gerações.
Alguns cruzamentos caninos, porém, mesmo que sejam um beco sem saída genético, geraram filhotes bonitos, simpáticos ou simplesmente divertidos. Na verdade, a maioria destes cruzamentos é muito parecida ao que ocorre com cães de rua; depois de algumas gerações, a mesma ninhada pode apresentar filhotes de diferentes portes e pelagens.
Algumas delas, porém, podem acabar produzindo novas raças, que se reunirão às mais de 300 raças caninas já classificadas. O importante é que as crias apresentem similaridade não apenas entre os membros da ninhada, mas também nas gerações seguintes. Trata-se de um longo trabalho de seleção e observação, atualmente auxiliado pela ciência.
Cães híbridos
Quando duas raças caninas são utilizadas em cruzamentos, os filhotes são considerados híbridos, desde que o procedimento tenha como objetivo melhorar determinadas características, como a força e a obediência, ou reduzir o percentual de determinadas doenças, como surdez, câncer e displasia coxofemoral.
Contudo, a mera curiosidade, o desejo de determinadas famílias de cruzar os seus “dois melhores amigos” ou a inclusão desordenada de uma terceira ou quarta raça gera apenas cães sem raça definida (SRD), os populares vira-latas.
Conclusão
Ainda resta muito tempo para que o resultado destes cruzamentos caninos possa ser visto passeando nas ruas e parques. No entanto, esta é uma prática desenvolvida pela humanidade há milênios – e, com algumas exceções, os cães se deram bem nos experimentos.
Atualmente, o principal objetivo dos cruzamentos caninos é a redução ou eliminação de algumas doenças e vícios desenvolvidos por algumas raças (o cruzamento entre animais de pequeno e grande porte reduz os problemas ósseos, por exemplo). Mesmo assim, as fotos mostram animais que seduziriam a maioria dos amantes de cães, pela graça ou pela fisionomia altiva. Mas isto é algo a ser conferido nas próximas décadas.