Cães adoram interagir com os tutores. Veja como dizer ‘eu te amo’ de forma que eles entendam.
Todos os que convivem com cachorros conhecem o prazer de partilhar a vida com um peludo que é realmente um amigo para todos os momentos. Alguns tutores carregam fotos dos pets, contam entusiasmados as façanhas, não perdem oportunidades para demonstrar o afeto. Mas, fica a dúvida: como dizer ‘eu te amo’ para o cachorro de maneira que ele realmente entenda?
Amor de verdade
Está cientificamente comprovado que os cachorros amam os membros da família humana. Dois estudos de 2018-19 que pesquisam a inteligência canina – um deles conduzido pela Universidade de Duke (EUA) e outro pela Universidade de Azabu (Japão) – demonstraram que a produção de ocitocina aumenta quando os cães ouvem a voz, sentem o cheiro ou são apresentados a fotos dos tutores.
A ocitocina, também conhecida como hormônio do amor, é secretada em situações de afeição. As mães, por exemplo, produzem ocitocina para estimular a lactação. A substância também está relacionada a situações de afeição, reduzem o cortisol (o hormônio do estresse) e a pressão arterial e estimulam os sentimentos de proteção e defesa.
Nos humanos, a produção de ocitocina se eleva quando nós somos tocados por uma pessoa querida, ganhamos um afago ou uma massagem e até mesmo quando nos deliciamos com uma refeição apetitosa. Nos pets, a presença e o carinho dos tutores são os responsáveis pelo aumento dos níveis do hormônio.
Muitos podem considerar que não se pode restringir sentimentos a variações hormonais, mas quando um cachorro brinca, recebe carinho, percebe a presença do tutor depois de uma ausência, ele baba, sorri, lambe, fica ofegante e se excita tremendamente. Estas são provas caninas de amor.
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A recíproca
Mas, ainda resta a dúvida: como demonstrar que o afeto é mútuo? Os cachorros conseguem entendem os sentimentos que nos unem? Eles percebem o amor dos tutores? Definitivamente, sim, os cachorros são capazes de sentir e perceber sentimentos complexos.
Para dizer ‘eu te amo’ para o seu cachorro, você pode simplesmente expressar os sentimentos em palavras. Eles não conseguem compreender plenamente os idiomas humanos (que, por isso mesmo, são humanos), mas depreendem o significado de muitas palavras.
Além disso, eles percebem a entonação com que os termos e frases são enunciados. Assim como os peludos sabem que fizeram alguma coisa errada e saem discretamente ao ouvir o tom firme da bronca do tutor, eles também sabem quando palavras de ternura são pronunciadas.
Outras palavras
Existem outras maneiras para demonstrar os sentimentos que os cachorros certamente conseguem entender muito bem. São momentos e situações de proximidade entre pet e tutor, que fortalecem os elos da parceria.
É importante que os animais de estimação percebam que são não apenas tolerados, mas aceitos e amados pela família humana. Com esta “certeza”, eles se tornam mais ajustados. Dizer ‘eu te amo’ para os cachorros previne transtornos de ansiedade e estresse, garantindo bem-estar e qualidade de vida.
As dicas a seguir já são seguidas, ainda que de forma empírica, pela maioria dos tutores de cachorros, mas podem ser aproveitadas pelos que acabaram de adotar um filho de quatro patas. Apresentamos os motivos que explicam a felicidade dos cachorros em certas interações com os membros da família humana.
6 maneira de dizer “Eu te amo” para seu cachorro
1 – Olhos nos olhos
O contato visual entre tutor e pet é fundamental no relacionamento. Por exemplo, os cachorros começam a aprender, ainda quando filhotes, quando o tutor se posiciona frente à frente e obriga uma “encarada tête à tête”. Olhar diretamente nos olhos promove a liberação de ocitocina – em nós e nos cachorros.
Não por acaso, diz-se que pessoas que não olham diretamente nos olhos não são dignas de confiança. Este mesmo contato visual é semelhante ao verificado entre mãe e filho logo depois do nascimento: o bebê gradualmente identifica a mãe como nutriz e protetora, tranquiliza-se, sente-se confiante e pronto para enfrentar a vida.
2 – Carinho nas orelhas
Basta observar as reações do cachorro: ao ser tocado e acariciado na região entre as orelhas, ele se inclina em direção às mãos do tutor, respira profundamente e com regularidade, revira os olhos de satisfação e relaxa totalmente o corpo, confiante nas boas intenções do humano ao seu lado.
Os motivos estão relacionados ao sistema nervoso. A região entre as orelhas apresenta vários terminais nervosos que se ligam a órgãos internos. Os impulsos secretam endorfinas, hormônios que aliviam a dor e aumentam a sensação de prazer.
3 – Um levantar de sobrancelhas
A carinha fofa e carente que os cachorros apresentam às vezes, com um leve franzido na testa que levanta e realça os olhos, não é uma contração muscular gratuita. Ao longo do processo evolutivo, os cachorros desenvolveram novos músculos faciais e aprenderam a levantar as sobrancelhas.
Nossos peludos apresentam um repertório de expressões fisionômicas muito mais amplo do que os lobos, seus ancestrais, e até mesmo do que gorilas e chimpanzés, os animais mais próximos geneticamente dos homens. Sorrisos, línguas à mostra e, claro, o levantar das sobrancelhas são gestos aprendidos no desenvolvimento da parceria com humanos.
Com isto, os olhos ficam arredondados, parecidos com os dos filhotes (ao crescer, os olhos dos cachorros se tornam mais amendoados). A expressão informa a necessidade de proteção e carinho. Pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Inglaterra) descobriram que, quando observam o mesmo movimento no rosto dos tutores, os cachorros se sentem mais confiantes e protegidos.
4 – Olha o aviãozinho!
Quem é pai ou mãe de uma criança sabe que os filhos, mesmo com três ou quatro anos, adoram ganhar comida na boca. Eles já têm autonomia para se alimentar sozinhos, mas ficam muito felizes com o gesto. Com os cachorros, acontece exatamente a mesma coisa.
Trata-se de uma constatação óbvia: os cachorros estabelecem relações mais positivas com as pessoas que proporcionam algumas mordomias. Dar comida na boca também evoca os cuidados da mãe com os filhotes, que os direciona às mamas e estimula a comer os primeiros bocados de alimento sólido, às vezes, regurgitando em uma boca a boca – mas os tutores não precisam chegar a este extremo.
5 – Dormindo de conchinha
Muitos tutores não permitem que os cachorros subam na cama. Apesar de cada família poder definir as próprias regras de convivência, dormir com o cachorro estreita os laços de amor com o tutor. Ao nascerem, os filhotes buscam conforto e calor nos irmãozinhos e a mãe, repetindo a sensação de segurança que experimentaram antes do parto.
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Ao dormir com o tutor, o cachorro revive inconscientemente esta condição de carinho, afeto e proteção. Subir na cama também significa uma forma de equiparação (algo como dizer: “nós somos iguais”). Quem não gosta de pets no quarto de dormir pode oferecer o mesmo conforto ao acariciá-lo no sofá ou mesmo em um banco no quintal.
Vale lembrar: dormir com o cachorro não é prejudicial, desde que o pet tome banho com frequência, seja escovado todos os dias e, depois dos passeios diários, tenha as patas limpas com um pano úmido (água e um pouco de sabão). A avaliação veterinária regular também é importante para garantir a saúde de cachorros e tutores.
6 – Aquele abraço!
Ainda não existe consenso entre os zoólogos se os cachorros gostam ou não de ser abraçados. De acordo com estudos da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), as orelhas caídas e os olhos arregalados não indicam prazer nem são expressões de afeto, mas sinais de estresse e ansiedade em relação à imobilização pelos braços humanos.
A explicação é simples: os peludos são animais cursoriais, isto é, foram desenvolvidos pela natureza para correr a qualquer sinal de ameaça. Ao “caírem nos braços dos tutores”, eles perdem o mecanismo de defesa primordial.
De qualquer maneira, não custa nada tentar. Quando os cães de aconchegam ao nosso lado – inclusive com o nosso braço sobre eles –, o vínculo fica fortalecido. Faça a experiência: se o seu pet não se sentir ansioso ou irritado, provavelmente ele terá entendido que o abraço é uma forma humana de dizer ‘eu te amo’.
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