Acariciar um cachorro ajuda a relaxar e fortalece os vínculos. Veja como fazer.
Quem não gosta de dar e receber carinho? Os cachorros adoram. Além de relaxar a musculatura e favorecer todas as funções orgânicas, os carinhos fortalecem os elos entre cães e tutores, tornando a convivência ainda mais gostosa.
Existem alguns pontos chave no corpo dos cães: são os locais preferidos. Os cachorros estão “sempre alertas”, prontos para defender a família, mas os carinhos, além do prazer, também trazem benefícios físicos e emocionais para eles – e para nós também.
Como acariciar um cachorro?
Estes locais preferidos, quando estimulados por mãos humanas, exibem reações diferentes, mas todas elas são positivas. Dependendo do tipo de carinho, os peludos recebem estímulos diferentes, tanto para tranquilizar, quanto para favorecer a atenção e a vigilância.
Os carinhos agitados, com movimentos rápidos, predispõem os cachorros às brincadeiras. É o caso das pressões vigorosas no dorso ou das tentativas de agarrá-los pelo focinho. Nessas condições, os cachorros ficam excitados e tensos.
De modo inverso, passar a mão de forma leve e ritmada (especialmente no lombo e no peito) transmite a sensação de calma e tranquilidade, predispondo ao descanso e à quietude. O ritmo dos carinhos relaxa os cachorros, transformando-se em uma massagem terapêutica.
Os cães também são suscetíveis ao estresse, ansiedade e hiperatividade. Conhecendo o temperamento do peludo, os tutores podem aliviar as tensões e tornar os pets mais contentes – a felicidade é o melhor medicamento para todos os males.
Se o objetivo é tranquilizar, os tutores devem evitar movimentos bruscos, cócegas, palmadas e apertões. Os movimentos calmos, partindo da nuca até a raiz da cauda, favorecem o descanso e são muito úteis para o relaxamento muscular antes do descanso noturno ou depois de um exercício físico mais vigoroso.
Os carinhos são úteis para prevenir ou corrigir alguns transtornos emocionais. É o caso da insegurança, comum entre cães adotados já adultos, especialmente os que sofreram qualquer tipo de maus tratos.
O tutor deve começar com uma sessão de relaxamento. Basta pousar os dedos levemente no pescoço e deslizá-los até a anca. À medida que o cachorro se sente confortável com o contato, a área pode ser estendida – do crânio à ponta da cauda.
Com cuidado para não assustar nem machucar, a pressão dos dedos pode se tornar maior, para que o cachorro sinta o carinho na pelagem, na pele, nos músculos e até nos ossos. As mãos do tutor podem alternar com movimentos em zonas específicas, como as orelhas, a face anterior do pescoço, as laterais do peito, etc.
As orelhas e o peito são pontos sensíveis para a maioria dos cachorros, que se sentem recompensados com os afagos. Mas os tutores podem encontrar outros locais preferidos no corpo, que variam de indivíduo para indivíduo.
Acariciar um cachorro é uma atividade útil tanto de manhã, quando o peludo já está acordado, mas ainda sente os efeitos do sono (especialmente nos dias mais frios), quanto para convidar ao relaxamento.
Os exercícios físicos e as brincadeiras intensas devem ser evitadas tanto imediatamente antes quanto imediatamente depois das refeições. Os carinhos também são úteis para marcar estas transições, favorecendo a digestão e a assimilação dos nutrientes.
Em casos de excitação alta, quase febril, os carinhos também são muito bem-vindos. Um cachorro em atitude alerta está igualmente tenso. Acariciá-lo em momentos de muito barulho ou movimentação inusual permite que eles aprendam: é possível estar relaxado, mesmo em situações “críticas”.
Para acalmar o cachorro, o tutor precisa estar em uma atitude relaxada: os peludos quase sempre reproduzem o comportamento dos seus humanos. Coloque uma mão sobre a nuca e outra no abdômen. Percorra lentamente toda a extensão da coluna vertebral, até a ponta da cauda.
Os movimentos suaves podem ser alternados com um pouco mais de pressão leve na coluna, apenas para convencer o cachorro de que está tudo bem. A massagem, que atinge a medula espinhal, estimula a normalização das atividades do sistema nervoso central.
Com isso, o cachorro é incentivado a relaxar o corpo – logo em seguida, o organismo dá início à recuperação dos tecidos musculares (o anabolismo). A massagem (e a presença firme do tutor) regulariza funções importantes, como a digestão, a circulação sanguínea e a respiração.
As brincadeiras na barriga são úteis tanto para induzir o relaxamento, quanto para propiciar a atividade física. Desta forma, elas precisam ser dosadas de acordo com a idade, porte físico e condições gerais de saúde do cachorro.
É preciso ter em mente que, depois de uma sessão de cócegas na barriga, os peludos estão excitados e estimulados, pronto para brincadeiras, corridas, saltos, etc. O tutor não deve censurar os cães, já que é ele próprio o autor da excitação.
Mas os cães, especialmente os dominantes e territorialistas, podem ter problemas em aceitar carinhos e manipulações na barriga: eles se sentem gratificados com movimentos no pescoço e no peito, mas o abdômen é um ponto sensível.
Isto acontece porque, na natureza, exibir o abdômen e permitir que outros membros do grupo (ou mesmo estranhos) cheirem ou toquem a barriga é um sinal de rendição: o cachorro está dizendo que não quer briga, ou que se rende por reconhecer que o adversário é mais forte.
Acostumados desde filhotes, contudo, eles sentirão apenas prazer com as massagens e carinhos na barriga, que aceitarão apenas de poucas pessoas. Esta é uma estratégia de estímulo.
Nos momentos de carinho, as patas não devem ser esquecidas: são elas que sustentam todo o peso do corpo e também ficam sujeitas a pontos de tensão. Comece massageando as faces internas dos membros, para alongar os braços e pernas.
Em seguida, comece a esticar as patas, afastando os dedos. Se o cachorro tiver ergôs (o quinto dedo das patas traseiras), não se aproxime deles, pois são áreas muito sensíveis, que despertam o estado de atenção quando são estimuladas.
Alguns cachorros não se sentem confortáveis quando os dedos são manipulados, mas os tutores podem aproveitar diversos momentos do dia para massagear as patas levemente, no meio das brincadeiras, até que eles se acostumem. Este é um exercício de confiança, que tornará os cães e os tutores mais unidos.
Não se preocupe se, depois dos carinhos, o cachorro lamber minuciosamente as patas. O espaço entre os dedos e os coxins plantares sedia boa parte das glândulas sudoríparas e o suor é usado, pelos peludos, para demarcar território.
Ao lamber as patas, eles estão apenas restabelecendo os odores naturais, que, por exemplo, serão usados para indicar, nos passeios, que eles estiveram naquele trajeto. Os cães não estão tentando retirar o cheiro dos tutores, apenas recuperar o odor próprio, uma característica fundamental na comunicação canina.
Naturalmente, cada cachorro reage de forma diferente aos estímulos do ambiente, aí incluída toda a família humana. Um pet pode não gostar, por exemplo, de ser acariciado nas orelhas, apesar de esta ser uma verdadeira “preferência nacional” entre eles.
Quando isto ocorrer de forma reiterada, os tutores não devem insistir: os estímulos na área não são prazerosos para o peludo – e, afinal, é ele quem está recebendo os carinhos.
Mas, se o cachorro está acostumado a receber um carinho e, sem motivo aparente, passa a recusá-lo, o tutor precisa investigar as causas prontamente. Se ele gosta de ser manipulado nas patas e começa a escondê-las, pode haver problemas.
Os motivos para acariciar um cachorro
Ter um cachorro e não acariciá-lo de quando em quando não faz muito sentido. Os peludos são animais sociáveis, gostam muito de estar próximos aos tutores (alguns são verdadeiros chicletes) e passar um tempo juntos, com um afago nas orelhas, na barriga ou nas coxas é, para eles, uma verdadeira recompensa.
Para quem tem o prazer de viver com um cachorro, talvez seja desnecessário relacionar os benefícios de acariciá-lo de vez em quando: ao acordar pela manhã, ao voltar para casa no final do dia, depois do treinamento, para fixar o aprendizado, etc.
Alguns motivos, contudo, podem passar despercebidos para os tutores: quando os carinhos surgiram, eles foram aproveitados primeiramente por serem prazerosos; só muito mais tarde é que os benefícios objetivos foram descobertos.
• Acariciar um cachorro reduz o estresse e a ansiedade – o carinho relaxa e tranquiliza: um peludo assustado com raios ou ruídos do trânsito se acalma em poucos instantes com um afago. O simples contato físico reduz a inquietação.
O motivo é que todos os fatores relacionados ao carinho – relaxamento, proximidade, sensação de segurança e pertencimento, etc. – reduzem os níveis de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) em nosso organismo.
Tanto os cachorros, quanto os tutores são beneficiados. Muitos cães são empregados hoje em dia como terapeutas, auxiliando em tratamentos que melhoram o humor, mas o benefício pode ser obtido até mesmo em casa, com um simples afago.
Naturalmente, estamos falando dos cachorros “de casa”, aqueles que estão acostumados conosco, gostam do contato físico com pessoas específicas e até aceitam brincadeiras “sem graça”, para não contrariar os seus humanos.
No momento de acariciar um cachorro estranho, por mais dócil e amigável que ele se mostre, o melhor a fazer é perguntar ao tutor se a aproximação é possível e bem-vinda. Os cachorros têm pontos sensíveis (de forma positiva ou não) e tocá-los pode provocar as mais diversas reações.
• Previne problemas cardíacos – diversos estudos, inclusive um acompanhamento permanente de pacientes realizado pela American Heart Association, indicam que acariciar um cachorro reduz o ritmo cardíaco dos tutores e dos peludos.
A frequência respiratória e cardiovascular se normalizam, reduzindo os impactos no miocárdio. Trata-se de um tranquilizante natural: o ritmo das pulsações cardíacas é reduzido, beneficiando todas as funções orgânicas.
Para os tutores, a responsabilidade em manter um animal de estimação também melhora a saúde do coração. Além disso, os passeios diários contribuem para eliminar ou reduzir o sedentarismo, que é comprovadamente um dos principais motivos de infartos e AVC.
• Melhora o nível de satisfação – vamos repetir mais uma vez: os cachorros são animais gregários e precisam da companhia dos outros “membros da matilha” (é assim que eles encaram os seus humanos prediletos).
O contato próximo com os tutores traz sensação de segurança e pertencimento: os peludos entendem intuitivamente que são parte de um grupo e estão desempenhando satisfatoriamente as suas funções (que podem ser apenas a de ficar no colo por alguns ou muitos minutos ao dia).
Para os tutores, acariciar um cachorro transmite a sensação de bem-estar e conforto. O motivo é que o momento tranquilo favorece a produção de endorfinas, substâncias relacionadas ao prazer e à felicidade. Os carinhos feitos em um cão nos tornam mais felizes.
• Fortalece o sistema imunológico – quanto mais contatos interpessoais, melhor. E o contato com um cachorro é muito próximo. Ao acariciar um cão, tanto o tutor quanto o pet se expõem a micro-organismos (não necessariamente patogênicos).
Esta exposição ocorre em pequenas doses. Os filhotes, por exemplo, perdem parte da imunidade quando são desmamados e separados das mães, mas os carinhos os colocam em contato com os germes, em quantidade suficiente para despertar o sistema imunológico.
Para os humanos, está comprovado que a convivência com cães, especialmente para bebês e crianças pequenas, ajuda a fortalecer a resistência imunológica, reduzindo os aspectos de alergias e bronquites, por exemplo.