Cachorros são verdadeiras caixinhas de surpresas. Descubra mais algumas coisas que você possivelmente não sabe sobre eles.
Os cachorros são, de longe, a preferência mundial entre os animais de estimação. No Brasil, estima-se que a população total ultrapasse os 52 milhões de cães, contra 40 milhões de aves domésticas e 24 milhões de gatos.
Mas, mesmo com toda esta popularidade, os cachorros continuam reservando surpresas para os tutores. Existem alguns fatos sobre os peludos sobre os quais “não sonha a nossa vã filosofia”. Selecionamos alguns.
1 – Cachorros possuem duas vezes mais músculos nas orelhas
Os cachorros apresentam pelo menos 18 músculos nas orelhas. Os “orelhudos”, como o cocker spaniel e o basset hound, possuem 26 músculos diferentes. Isso permite que eles consigam girar, inclinar e levantar as orelhas com facilidade. Além da audição apurada, as orelhas melhoram bastante a acuidade auditiva.
Eles usam as orelhas também para exibir mais de 100 expressões faciais, não apenas para simplesmente ouvir. Entre os humanos, há seis músculos e outros três se atrofiaram, impedindo que a maioria de nós consiga mexer as orelhas sem tocá-las. Isto ocorreu porque não precisamos mais ficar atentos à presença de presas e predadores. Talvez, daqui a alguns milênios, ocorra o mesmo com os peludos.
2 – O olfato é apurado
Todos sabem que cachorros conseguem identificar odores a distâncias incríveis. O faro é muito mais apurado do que o dos humanos e eles também podem ser treinados para farejar cheiros suspeitos, como os de drogas, armas, etc. Quanto mais longo o focinho, mais apurado é o olfato.
Veja também: Como funciona o olfato canino?
O que pouca gente sabe é que os cães podem usar o focinho para outra habilidade: farejar doenças. A Universidade de Oxford (Inglaterra) está treinando cães para ajudar no diagnósticos de vários tipos de câncer, como próstata, bexiga, mama, pulmão e pele. Os estudos indicam que os peludos conseguem diferenciar o aroma das células anormais das neoplasias.
3 – O paladar deixa a desejar
O paladar dos cães não é o sentido que eles mais empregam para entender o mundo. Apenas para comparar, enquanto os humanos apresentam nove mil papilas gustativas, em média, os cachorros possuem apenas 1.700.
Isto não significa que os cães não sejam seletivos em relação aos alimentos. O olfato ajuda e muito na hora da escolha. A predileção dos cães é por sabores adocicados e aromáticos e quase sempre eles rejeitam os alimentos amargos.
Seja como for, eles não são exclusivistas: aceitam tanto um manjar quanto uma lixeira apetitosa e convidativa. De qualquer forma, é preciso deixá-los longe dos doces e evitar, na medida do possível, que eles virem latas.
4 – Balançar a cauda nem sempre indica felicidade
Um rabo abanando nem sempre significa alegria e emoção. Ele pode estar indicando que o cachorro está estressado, entediado ou emocionado. A velocidade do balanço e a direção que a cauda aponta dá dicas sobre o que o cachorro está sentindo.
Veja também: Entendendo a linguagem corporal dos cães
Quando um cachorro abana a cauda e olha diretamente para frente, ele está demonstrando confiança e dominância. É como se estivesse reforçando quem é o chefe. Quando a cabeça se inclina levemente, a sensação é de ameaça iminente.
O cão está tentando impressionar alguém quando fica ereto sobre as quatro patas e com a cauda abanando de frente para trás. Relaxado, sem sinais de contração nas pernas, está indiferente ao que ocorre à sua volta. A cauda enrolada sobre o dorso e a boca entreaberta indica a identificação de um perigo: é melhor ficar atento.
5 – Movimentos em círculos na hora de dormir
Tutores, especialmente os de primeira viagem, costumam ficar intrigados com as voltas que os cachorros dão antes de finalmente se deitar no local preferido para uma soneca rápida ou para o repouso noturno.
O motivo é simples: na natureza, os lobos não dispõem de almofadas e colchonetes para descansar. Eles precisam usar os recursos do ambiente. Por isso, eles giram em círculos por alguns instantes, para ajuntar folhas, retirar pedregulhos e tornar a cama improvisada mais confortável. As cadelas fazem o mesmo para acomodar os filhotes.
6 – O tamanho do estômago dos cães varia
De acordo com a raça, o estômago canina pode comportar de 0,5 litro (no caso do chihuahua) e oito litros (no caso do mastiff inglês). De qualquer forma, a proporção em relação ao sistema digestório não varia: o estômago ocupa 62% do volume de todo o tubo digestivo, da boca ao ânus.
Isto acontece por causa da dieta regular dos cães, constituída basicamente por alimentos de origem animal (cerca de 85% da porção). A carne precisa ser bem triturada pelos dentes, mas é no estômago que ela é dissolvida pelo suco gástrico e pode ter os nutrientes aproveitados. Seja como for, os cachorros são sempre gulosos.
7 – Os dentes exigem cuidados
Com a dentição completa, um cão tem 42 dentes – dez a mais do que os humanos. Nos filhotes, há 28 dentes de leite, que começam a cair por volta dos quatro meses de idade, para darem lugar à dentição definitiva.
Os filhotes têm menos dentes, mas, em compensação, eles são bem mais afiados e podem causar machucados, especialmente em crianças. Além disso, os pequenos estão descobrindo o mundo e os cães colocam tudo o que veem na boca – uma preocupação a mais para os tutores.
De leite ou permanentes, os dentes exigem cuidados. Os tutores devem acostumar os pets a escovarem os dentes – e também as gengivas, língua e face interna das bochechas regularmente (todos os dias, preferencialmente).
No curto prazo, isso evita o mau hálito (mas os produtos específicos para cães não proporcionam “hálito fresco”, já que mentol, hortelã e outras substâncias são prejudiciais à saúde – e os pets fatalmente engolem um pouco do creme dental). No médio prazo, o hábito impede a formação da placa bacteriana, que prejudica a mastigação, pode levar à perda de dentes e a problemas gastrointestinais.
8 – Eles vivem bem menos
Os cães de algumas raças vivem muito pouco: apenas oito anos. É o caso do dogue de Bordéus, que pode viver até menos, e da maioria dos cães molossoides – os grandalhões. O motivo é que algumas enzimas produzidas pelo organismo garantem o rápido desenvolvimento físico dos filhotes, mas também estão relacionadas ao envelhecimento precoce.
Veja também: Por que os cachorros vivem tão pouco tempo?
Com melhores cuidados e com os avanços da Medicina Veterinária, a expectativa de vida está se prolongando, mas dificilmente ultrapassa os 20 anos. Em média, os cães vivem de 12 a 15 anos. Os animais pequenos vivem mais do que os grandes e os vira-latas, mais do que os de raça pura.
9 – Eles nascem surdos, cegos e banguelas
Os olhos e ouvidos dos filhotes de cachorros só se abrem totalmente depois que eles completam duas semanas de vida; na mesma época, os primeiros dentes começam a romper as gengivas. Eles também nascem sem ter o sentido do tato desenvolvido. Esta é uma estratégia da natureza.
Entre os animais gregários – cachorros e lobos entre eles –, os filhotes nascem completamente dependentes dos pais: precisam deles para se alimentar, limpar e defender. Por outro lado, os pequenos são pouco sensíveis aos estímulos do ambiente. Desta forma, a curiosidade desperta um pouco mais tarde, quando eles estiverem mais preparados para enfrentar os desafios da vida.
10 – Eles se comunicam com facilidade
Os cães possuem uma série de vocalizações: latidos, uivos, ganidos, rosnadas, choramingos, etc. Eles usam estas “expressões” para se comunicar e informar que estão sentindo alegria, tédio, tristeza, fome, medo, dor, etc.
Como regra geral, os cães maiores latem menos – a exceção é o golden retriever, que é muito barulhento. A única exceção é o basenji, um cão de origem africana, que não emite nenhum som. Desenvolvido para a caça e rastreamento, os ancestrais precisavam fazer silêncio para garantir a próxima refeição.
11 – Eles enxergam cores
A ideia de que os cachorros enxergam em preto e branco é mito. Eles não enxergam todas as tonalidades: vermelho e verde, por exemplo, estão fora da percepção canina. E também não distinguem tantos detalhes e nuances quanto os humanos.
O conjunto dos sentidos, no entanto, permite a plena observação do mundo. Os peludos compensam as desvantagens ópticas com um excelente faro, um tato extremamente sensível e uma audição muita acima da nossa.
Além disso, os cachorros vivem em um mundo que para nós, seria desfocado e menos brilhante. A escuridão para eles é natural, não parece ameaçadora. Por isso, eles conseguem se localizar facilmente em ambientes pouco iluminados.
12 – Eles suam bastante
Os cães regulam a temperatura corporal através do suor, como todos os demais mamíferos. Mas, ao contrário dos humanos, eles não possuem glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo – por isso, os banhos não precisam ser tão frequentes.
Nossos peludos suam através da língua e dos coxins plantares, as almofadinhas presentes nas quatro patas. Por isso, não é aconselhável utilizar calçados fechados por períodos prolongados – mas eles são uma boa alternativa nos dias quentes, em que o piso está fervendo. Também não se deve usar focinheiras por muito tempo.
13 – Eles mudam de cor
Muitos cachorros nascem de uma cor e ficam diferentes à medida que crescem. Os dálmatas nascem totalmente brancos – as manchas características (pretas ou fígado) só aparecem depois dos dois meses e ficam mais visíveis a partir dos seis. Já o bedlington terrier nasce escuro (azul ou fígado) e a pelagem vai clareando aos poucos, ao mesmo tempo que se torna mais densa e macia – adultos, o bedlington terrier lembra um carneiro.
O shih tzu, ao contrário nasce exibindo exatamente a pelagem que terá quando for adulto. Na contramão da história, o beagle (raça que pode exibir 25 cores diferentes) muda constantemente. A CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia) permite que os criadores mudem o registro dos filhotes de beagle até três vezes, para “corrigir” a cor da pelagem.
Os tutores precisam ficar atentos quando a cor dos cães adultos muda. Isto pode ser sinal de alergias, doenças parasitárias, reações inflamatórias, cicatrizes, alterações hormonais, uso prolongado de medicamentos e até do desenvolvimento de alguns tipos de tumores.
14 – Eles mordem com força
Todos os cães apresentam grande potência na mordida. Mesmo chihuahuas e pinschers miniatura podem causar estragos na pele dos tutores ou nos objetos que fiquem ao alcance. Mas alguns cachorros são “superpoderosos”.
A mordida mais potente é a do kangal, um cão turco, que alcança 743 PSI (libra-força por polegada quadrada, ou o peso exercido sobre uma massa de uma libra, ou 0,454 kg). O ranking segue com o mastim napolitano (556 PSI) e o cão-lobo tcheco (406 PSI).
15 – Os pelos crescem muito rápido
Os cães de algumas raças conseguem atingir a fantástica marca de crescimento de 30 metros de pelos por dia! Isto, é claro, somando o crescimento dos fios espalhados por todo o corpo. É o caso do schnauzer standard, por exemplo.
O crescimento rápido indica que o organismo está funcionando regularmente e que não há problemas na pele dos pets. Vale lembrar que a tosa frequente não aumenta a velocidade do crescimento e aumenta o bem-estar, contribui para a higiene e refresca o peludo nos dias de muito calor.
16 – Eles ajudam na paquera
Ou não. Pesquisas apontam que o golden retriever é o melhor parceiro para os solteiros que estão à procura de romance. O pior é o pit bull, provavelmente em função da má fama de agressivo e violento, quase sempre injustificada.
De qualquer forma, a companhia de um cão favorece as relações interpessoais. Os tutores saem mais de casa – é preciso levar os pets para passear diariamente –, travam contato com pessoas diferentes e “treinam” afeto e carinho várias vezes por dia.
17 – Eles precisam de exercícios
Passear com cachorros não é apenas levá-los até a esquina para um xixi rápido. Também não é impedir as farejadas a cada poste ou tronco de árvore. Os exercícios físicos são importantes tanto para o desenvolvimento dos filhotes quando para a manutenção da saúde e bem-estar dos adultos e filhotes.
Uma caminhada diária de 30 minutos é suficiente para a maioria dos cães, além de algumas pausas nas atividades cotidianas para brincadeiras. Beagles, pugs e buldogues ingleses são especialmente propensos à obesidade e a atividade física ajuda a prevenir.
Buldogues ingleses e pugs, por outro lado, estão entre as raças que todos os tutores preguiçosos gostariam de ter: eles não gostam de muita agitação. Mesmo assim, eles precisam ser incentivados aos exercícios diário, de baixa intensidade, mesmo porque eles costumam apresentar problemas respiratórios.
Existem outras raças pouco atléticas, indicadas para tutores mais sedentários: cavalier king Charles spaniel, basset hound, São Bernardo e bull mastiff estão entre elas. No entanto, adotar um cão pode ser a justificativa que faltava para deixar a poltrona e colocar o corpo em forma.
18 – Eles são a espécie mais diversificada
Entre os mamíferos, os cachorros são campeões de diversidade. Com o desenvolvimento das raças, surgiram diversos portes, estruturas anatômicas, pelagens, cores. A espécie, no entanto, continua a mesma: Canis lupus familiaris.
Tanto o pequeno chihuahua como o gigante mastiff são da mesma espécie: podem se reproduzir entre si e gerar descendentes férteis. A Federação Cinológica Internacional (FCI) reconhece 344 raças caninas diferentes.
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