01. Conversar com palavras
Os cachorros adoram “conversar”, mas eles não entendem palavras: apenas intenções e gestos. Quando o tutor, imitando voz infantil, diz que vai dar um petisco saboroso e, ato contínuo, apresenta um biscoito, o peludo se sente satisfeito e gosta da interação.
Alguns tutores, no entanto, acreditam ter encontrado no cachorro um verdadeiro “confidente fiel”. Eles passam angustiantes minutos contando o que aconteceu pouco antes na rua, ou décadas atrás, quando ainda eram crianças.
É claro que, nessas condições, os cachorros não conseguem compreender nada. Os mais independentes quase sempre deixam os tutores falando sozinhos e vão procurar outra coisa para fazer. Mas muitos peludos acreditam que precisam continuar interagindo.
Eles tentam entender a linguagem corporal, o tom empregado nas palavras, até mesmo algumas palavras isoladas cujo significado é mais ou menos real. Mas, como o tutor está falando sobre assuntos completamente fora da realidade dos peludos, estes não conseguem chegar a nenhuma conclusão.
Esta é uma situação verdadeiramente angustiante. Quanto mais apegados (e solidários) forem os cachorros, mais eles tentarão entender o que está acontecendo – e, naturalmente, não conseguirão. Quando você quiser falar sozinho, fale normalmente, sem se dirigir ao cachorro. Ele continuará sem compreender, mas pelo menos saberá que a situação não o envolve diretamente.