Eles topam qualquer brincadeira, mas existem 10 coisas que os cachorros adoram e listamos aqui…
Qualquer pessoa que já conviveu com um peludo sabe que os cachorros adoram cochilos, brincadeiras, passeios, carinhos e correrias. Mas os cachorros têm algumas preferências que os tutores não conhecem tão bem assim.
Assim como os humanos, os cachorros também respeitam convenções. Não são tantas, nem tão complicadas quanto as nossas, mas, sendo animais sociais, eles respeitam uma certa “liturgia” nas atividades.
A relação entre humanos e cães vem se revelando prazerosa e proveitosa ao longo dos últimos milênios. E pode tornar-se ainda mais saudável e agradável se nós soubermos as coisas que os cachorros adoram. Afinal, aconchego faz bem e todo mundo gosta, não é?
1) Comer sozinhos
Foi dito que cães são animais sociais, mas isto não se aplica a todos os momentos do dia. Comer sozinho é um daqueles momentos “de raro prazer”. É como se eles dissessem: “ok, somos sociáveis, partilhamos quase tudo, mas existem ocasiões que são apenas nossas”.
Os cachorros, afinal de contas, também têm direito a exibir alguns comportamentos anais. De acordo com Sigmund Freud, o estágio anal é a segunda etapa do desenvolvimento (humano, mas estamos adaptando para os cachorros), que ocorre entre 18 e 36 meses de vida e é caracterizada pelo prazer primário.
Uma fixação neste estágio pode resultar em comportamentos rígidos ou desordenados. Nos pets, no entanto, a fase anal se manifesta em alguns momentos — e a hora da comida é um deles.
Almoços e jantares, para os cachorros, não são eventos sociais, mas ocasiões para a satisfação de uma das necessidades primárias: matar a fome (consequentemente, de garantir a nutrição adequada).
Não espere bons modos, nem solidariedade na hora da refeição. Os cães podem revelar comportamentos positivos — como respeitar a ordem hierárquica (em algumas famílias, os pets mais velhos comem antes, mesmo que sejam os menores) —, mas será sempre um momento “sagrado”. É como diz o ditado humano: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Os cachorros não sabem que o alimento está sempre disponível — mesmo que observem os tutores transportando e guardando os fardos de ração na despensa. Na natureza, não funciona assim. Qualquer bom líder de matilha sabe que todos precisam se alimentar e respeitam estes momentos.
Mais um motivos por que os cachorros adoram comer sozinhos: para eles, nós somos os chefes da matilha e, por isto, temos direito à maior parte do alimento. Então, para não desrespeitar a liderança, eles preferem manter a distância.
2) Ficar aos nossos pés
Novamente, o clamor da selva entra em ação. Cachorros adoram ficar aos nossos pés porque, nesta posição, eles conseguem observar o que ocorre nas redondezas e estão prontos para agir — e interagir.
Eles identificam facilmente todas as interferências: cheiros, sabores, aproximações. Ao reduzir a distância entre os membros da família, eles conseguem reafirmar: “fique longe daqui, este humano é meu”.
Trata-se de um hábito biológico, emocional e social. Por isto, quando você observar o seu cachorro dormindo aos seus pés, mesmo que seja apenas uma noite fria em que você decide descansar na poltrona preferida, eles não estão cochilando, mas formando uma barreira entre a família e qualquer possível intruso.
3) Colecionar preciosidades
Se eles fossem humanos, poderiam se dar bem financeiramente trabalhando como antiquários. Os cachorros adoram apropriar-se de objetos — especialmente alguns pertencentes aos tutores.
Não se trata de egoísmo, muito menos de gatunice. Eles se apoderam de alguns objetos porque eles têm o cheiro do tutor é isto não tem preço para eles. É comum encontrar alguns destes troféus “enterrado” embaixo do tapete, normalmente em cômodos mais tranquilos da casa.
Quando os roubos se tornam frequentes e a coleção aumenta demais, no entanto, é possível que eles estejam tentando passar uma mensagem: eles querem chamar a atenção. Talvez estejam se sentindo entediados ou deixados de lado. É algo a ser investigado.
4) Fazer a cama
Todos nós gostamos de fazer a cama. Trocar os lençóis, providenciar uma colcha fresquinha ou um edredom pesado para as noites de frio, afofar os travesseiros, etc. Quase sempre, criamos uma espécie de ritual para arrumar o leito, tudo para deixar o repouso perfeito.
Os cachorros também adoram deixe tudo organizado — mesmo que a organização pareça uma bagunça aos nossos olhos. E adotam maneiras peculiares para fazer a própria cama e deixá-la confortável e aquecida.
Muitos pets decidem arrumar a cama quando percebem que os tutores estão se preparando para o descanso noturno. Esta arrumação consiste em caminhar em círculos (sobre cobertas e almofadas).
Pode parecer estranho, mas, na natureza, é desta maneira que eles conseguem recolher folhas macias e afastar pedras e gravetos pontudos. É como se estivessem preparando um ninho (e as fêmeas em final de gestação são ainda mais exigentes nesta atividade).
Existem outros motivos: ao caminhar em círculos, eles espalham o odor próprio no local de dormir (em outras palavras, eles se apropriam do espaço). Além disso, o movimento aquece a cama.
Por isso, não se espante se o seu cachorro recusar-se a usar a cama novinha, adquirido especialmente para ele, e voltar a ocupar a almofada velha, rasgada e fedida: a peça por nós menosprezada já tem o cheirinho característico.
Na natureza, os animais não permanecem adormecidos por muitas horas seguidas: é necessário caçar, vigiar, defender o bando. Em casa, mesmo com sonecas mais prolongadas, eles repetem este comportamento – e fazem a cama todas as vezes em que decidirem cochilar.
5) Dormir com os tutores
Ok, termo próprio cantinho para relaxar e descansar é importante, mas interagir com a família humana não tem preço. Os cachorros adoram dormir com os tutores. Além do aconchego, é uma posição útil para a guarda e defesa.
Cada família estabelece as próprias regras. Em alguns lares, os cães não podem passar da cozinha; em outras, é permitido andar pela sala e pelos quartos; em outras, por fim, os peludos podem abusar do sofá e da cama sem restrições.
Um cachorro não ficará mais “folgado” por ser autorizado a explorar os ambientes íntimos da casa. Da mesma forma, um cão mantido no quintal não será, apenas por este detalhe, mais obediente. Tudo depende da educação dispensada a cada pet.
Se você gosta de dormir com o seu pet (e ele estiver saudável), nada impede. Eles curtirão todos os momentos partilhados na cama. O limite pode ser o tamanho: não é muito agradável dividir o leito com um dogue alemão, por exemplo.
Mas, como se diz, “minha casa, minhas regras”. Faça o que te faz feliz e o peludo corresponderá de forma excelente, retribuindo o afeto multiplicado mil vezes ou até mais.
6) Ver TV
Muitas pessoas adotam o hábito de deixar o televisor ligado quando saem de casa e deixam o cachorro sozinho. Isto pode parecer besteira, ou gasto inútil de eletricidade, mas não é.
Evidentemente, cachorros não assistem TV como nós. Eles não entendem a trama dos programas, nem mesmo os diálogos. Às vezes, podem identificar sons e imagens, mas não conseguem acompanhar um noticiário ou telenovela. Nem estão interessados nisto.
Contudo, a variedade de sons e imagens, no entanto, que se intercalam com grande rapidez, serve de estímulo sensorial para os cães, que permanecem atentos, alertas, relaxados ou confiantes de acordo com as mudanças na telinha.
Em outras palavras, a TV funciona como um antídoto contra o tédio e o aborrecimento decorrentes das longas horas que os cachorros passam sem companhia. Mas, não é porque eles adoram, que a TV pode ser substituta da presença e o carinho.
O televisor ligado é um quebra-galho, um substituto eventual da família. Ele não substitui o carinho, as brincadeiras, os passeios, a interação com a família. Mas pode ajudar a vencer a solidão, desde que o volume seja baixo e a sequência de imagens não se transforme em um estímulo exagerado.
7) Ouvir música
A música é um estímulo sensorial e emocional para os cachorros. A audição é um dos sentidos mais aguçados na espécie e as reações são as mais diversas: uma melodia tranquila os acalma, enquanto um bom solo de guitarra os excita.
De acordo com o temperamento, você pode escolher entre um movimentado Tchaikovsky e um sereno Brahms, entre Rick Wakeman e Ozzy Osbourne. Os cães se adaptam facilmente às nossas preferências musicais.
Os animais naturalmente relacionam os sons a experiências positivas e negativas. Barulhos fortes deixam os cães em estado de alerta (ou emergência), mas qualquer som ininterrupto tende a deixá-los confortáveis, até mesmo confiantes.
Música é mais uma opção para fazer companhia para os cachorros, quando eles precisam ficar sozinhos. Confira as preferências do seu pet, mas não esqueça que, se deixar uma trilha sonora de heavy metal, é muito provável que você encontre o seu pet muito agitado quando voltar — ele pode inclusive se mostrar agressivo (sem ser violento).
8) Trabalhar
Os cães estão partilhando espaço com os humanos principalmente por causa do trabalho. Eles começaram caçando conosco e depois se especializaram para a segurança, resgate, guarda e até a guerra.
Faz pouco mais de 150 anos que eles se tornaram animais de passeio e de companhia. Nada mais natural que tenham mantido os instintos para trabalhar, mesmo que isto tenha se tornado desnecessário nos últimos tempos.
Eles continuam apaixonados em cumprir tarefas. Isto faz com que eles se sintam úteis. Mas, mesmo que não seja necessário desenvolver uma atividade qualquer, eles podem ficar encarregados de buscar a bolinha ou brincar com as crianças.
Seja como for, eles continuam sendo fiéis sentinelas: guardam a casa, asseguram-se de que tudo esteja bem com os mais frágeis — crianças e idosos —, expulsam intrusos, mesmo que seja apenas para alertar com latidos e que os “intrusos” sejam entregadores ou moradores da casa vizinha.
9) Nadar
A maioria dos cães é famosa por não gostar de banhos. Na verdade, eles não conseguem entender que motivos levariam um ser a renunciar dos aromas naturais, tão necessários para a identificação e até para o namoro.
Quando o assunto é nadar, no entanto, quase todos os cachorros adoram. Eles até desenvolveram uma técnica específica: o nado cachorrinho, que pode ser observado mesmo com a simples observação da água (de piscina, lagoa, etc.).
Nadar pode ser uma alternativa aos exercícios físicos mais comuns. Algumas raças foram desenvolvidas especialmente para o nado, como os poodles e os retrievers, mas todos eles conseguem “se virar” quando precisam enfrentar um curso d’água qualquer.
A exceção fica por conta dos animais braquicefálicos (de cara achatada), como os pugs, shih tzu, buldogues e boxers. Eles até gostam da ideia de um mergulho (e isto não tem nada a ver com a temperatura ambiente), mas sofrem com o esforço, que os deixa ofegantes em pouco tempo.
10) Explorar
Apesar de serem muito ligados à casa e à família, os cachorros adoram conhecer lugares novos, explorar possibilidades, encontrar novos brinquedos. Isto pode ocorrer no quintal, na pracinha, num parque.
É provável que a sensação de liberdade esteja relacionada à necessidade de explorar. Ela é mais sensível nos chamados cães de trabalho — pastores, boiadeiros, animais de tração —, mas também pode ser notado nos cães de companhia, do dálmata ao maltês.
Na maioria de praias brasileiras, a presença dos cachorros é proibida, uma vez que eles podem ser vetores de doenças de pele, como o bicho geográfico, causado por uma larva de parasitas que vivem no intestino dos pets.
Contudo, se você encontrar uma praia selvagem, pouco frequentada, aproveite para deixar o seu peludo explorar a areia, a vegetação, a água salgada. Ele voltará para casa renovado e provavelmente dormirá a noite inteira, com muitos sonhos a respeito da experiência.
Bônus: Mais felicidade
Existem outras coisas que os cachorros adoram. Muitas delas são descobertas apenas com a convivência; afinal, cada pet exibe uma personalidade pessoal e intransferível.
Cuidar da saúde, higiene, diversão, desenvolvimento emocional, adestramento e outras providências são tarefas de todos os tutores responsáveis. Mas, para agradar um pouquinho mais (e também para manter a higiene e o bom aspecto), sempre que possível, experimente:
- escovar os pelos;
- oferecer petiscos;
- brincar todos os dias;
- colaborar para o desenvolvimento físico e emocional;
- manter os perigos a distância;
- corte as unhas;
- deixe-o latir e farejar;
- converse e procure entender a linguagem canina;
- nunca dê a sua comida para ele;
- evite o calor e o frio;
- escove os dentes do peludo;
- castre o seu cachorro. Se você não pretende se tornar um criador, providencie a castração, preferencialmente ainda quando filhote. A sexualidade dos cachorros é diferente da nossa: se eles não se sentirem excitados, não fará a menor diferença. Além disto, a castração diminui a agressividade, as fugas e as brigas.
Não esqueça: cães saudáveis e ajustados são mais felizes!