Seu cachorro está no cio? Conheça os sintomas e saiba como acalmar os peludos nesta fase.
O cio, na verdade, é o período fértil em que as fêmeas da maioria das espécies de mamíferos podem engravidar. Tecnicamente, portanto, apenas as fêmeas – cachorras, gatas & cia. – entram no cio. Contudo, os machos também apresentam sintomas, que os tutores devem aprender a reconhecer para acalmá-los.
Os machos não entram no cio, mas todos os cachorros adultos saudáveis e não castrados são capazes de identificar a presença de uma fêmea disponível para o acasalamento. Eles detectam a possibilidade através do olfato, mesmo que as parceiras em potencial estejam a alguns quilômetros de distância.
O que é o cio?
O ciclo reprodutivo das cachorras apresenta variações individuais, mas pode ser resumido em algumas etapas – uma delas é o cio (também chamado estro), a fase em que as fêmeas estão disponíveis para o acasalamento.
As cachorras atingem a maturidade com um ano de idade, em média. Os animais de pequeno porte (chihuahuas e lulus da Pomerânia, por exemplo) tendem a amadurecer sexualmente mais cedo – algumas entram no primeiro cio com apenas seis meses. As grandonas, como as rottweilers e as São Bernardo, podem continuar imaturas até completar dois anos.
A providência mais recomendada pelos veterinários é castrar todos os animais não destinados à reprodução antes que eles atinjam a maturidade sexual. Outra opção é aplicar anticoncepcionais injetáveis nas fêmeas, para evitar o cio. De qualquer maneira, as cachorras com menos de 18 meses não devem acasalar.
O ciclo sexual das cachorras é dividido nas seguintes etapas:
• proestro – as fêmeas ainda não estão férteis, mas já é possível observar o inchaço da vulva e alguns sangramentos (existem fraldas específicas para evitar a sujeira). As cachorras ficam mais ansiosas (e às vezes agressivas, de acordo com o temperamento). Um sinal comum do proestro é a simulação de comportamentos sexuais (com os tutores, móveis, almofadas, etc.);
• estro – nesta fase, as fêmeas já estão férteis e os sangramentos são interrompidos. Pode durar apenas três dias ou prolongar-se por três semanas. A vulva fica nitidamente inchada e as cachorras se mostram dóceis, afetuosas e muito bem dispostas para passeios e brincadeiras. Alguns animais podem se sentir desconfortáveis e manifestar sinais de agressividade;
• diestro – pode durar até 100 dias, dependendo da ocorrência ou não do acasalamento, concepção, gestação, parto e amamentação. Neste período, os tutores precisam ficar especialmente atentos, porque as cachorras precisam de cuidados especiais, de acordo com a condição (gravidez, lactação, etc.).
As cachorras não castradas podem sofrer, nesta etapa, como gestações psicológicas. O sinal mais comum do diestro é a instabilidade emocional decorrente da produção de hormônios sexuais. As alterações comportamentais são muito comuns;
• anestro – a etapa tem início com o fim do diestro, com o desmame dos filhotes. As cachorras que não tiveram oportunidade de acasalar entram no anestro imediatamente depois do cio. Não há sintomas específicos e as peludas voltam a exibir o comportamento característico. O anestro pode durar até quatro meses, quando ocorre o início de um novo ciclo.
As cachorras não conhecem a menopausa. Portanto, pelo menos teoricamente, caso não sejam castradas, elas continuam entrando no cio até o final da vida. A maior parte fica sexualmente receptiva duas vezes por ano, em uma média de três semanas para cada período reprodutivo.
Sinais e sintomas do cio
Com a aproximação do cio, quase todas as cachorras se tornam mais amigáveis: este é o primeiro alerta para os tutores (que não desejam ser avós) evitem que as peludas entrem em contato com os machos.
Nos dias seguintes, as cachorras passam a apresentar sangramentos pela vulva. Elas podem se mostrar mais sensíveis e arredias. As mudanças comportamentais começam a surgir. Gradualmente, a genitália fica cada vez mais exposta, predispondo-se ao acasalamento.
Quando entram no cio (a fase de disponibilidade para os cruzamentos), as cachorras passam a exalar um feromônio chamado metil p-hidroxibenzoato. A substância é inodora para os nossos narizes, mas não para os focinhos dos cachorros.
Em resumo, os sintomas físicos do cio são o inchaço na vulva e a presença de sangramentos, que podem ser identificados nas roupas. Com relação ao sinais comportamentais, os mais evidentes são os seguintes:
- carência e maior necessidade de atenção;
- agitação e inquietação;
- atração dos machos;
- lambeduras genitais excessivas.
Cio nos cachorros machos?
Desde que atingem a maturidade sexual, o que pode ocorrer entre os oito meses e os dois anos, os machos íntegros (não castrados) passam a seguir os rastros do feromônio: é uma espécie de chamado da natureza, para perpetuar a espécie.
Ao detectar a substância no ar, os machos tentam identificar a posição das fêmeas disponíveis. Se eles tiverem acesso livre à rua, certamente poderão fugir em busca da parceira sexual. Muitos animais sofrem acidentes quando identificam o feromônio: eles podem ser atropelados, cair de grandes alturas ou envolver-se em brigas com outros cães também interessados no namoro.
Na melhor das hipóteses, os cachorros ficam incomodados por não conseguir chegar até as fêmeas receptivas. É o caso, por exemplo, de cachorros que vivem em apartamento, sem oportunidade de fuga.
As alterações hormonais determinantes das etapas do ciclo reprodutivo induzem a mudanças comportamentais nas cachorras. Quase sempre, as principais características são potencializadas: enquanto uma fêmea pode se mostrar mais ansiosa e assustada, outra fica amistosa e brincalhona e uma terceira, agressiva e violenta.
Os machos não sofrem alterações nos hormônios sexuais. Desde que se tornam adultos, eles passam a produzir regularmente os espermatozoides e o líquido espermático. Mas, de qualquer forma, eles reagem à presença das fêmeas receptivas.
As alterações podem ser mais notáveis nos machos, quando sentem o odor dos feromônios associados à receptividade das fêmeas. Mesmo os cachorros tranquilos e dóceis podem se mostrar ansiosos, agressivos e até violentos.
Como acalmar a cachorra no cio?
Uma vez que a cachorra entre no cio, não há muito o que os tutores possam fazer: os instintos sexuais falam mais alto, já que a natureza exige o acasalamento e reprodução para a perpetuação das espécies.
A maioria dos veterinários sugere a castração, mas a decisão final é dos tutores. É possível tomar algumas providências para acalmar as manifestações do cio, mas estas permanecem ativas enquanto durante o período fértil.
Os tutores devem tomar algumas providências para evitar a ansiedade e a agitação das cachorras no cio (os machos podem ser acalmados da mesma maneira):
- é importante evitar que as cachorras no cio visualizem cães machos. Os estímulos visuais apresentam funções excitatórias;
- elas também não podem ter acesso a cercas e muros vazados. Alguns acasalamentos indesejados ocorrem justamente nessas frestas;
- os passeios diários devem ser feitos em locais pouco movimentados e as cachorras devem ser conduzidas com guia e coleira, para evitar fugas;
- alguns medicamentos (inclusive fitoterápicos) podem aliviar os sinais do cio, mas é preciso da orientação de um médico para administrá-los.
Não existe nenhuma dieta especial que acalme as cachorras no cio. A alimentação adequada é fundamental para a saúde e o equilíbrio dos pets, em qualquer fase da vida, mas não interfere na disponibilidade para o acasalamento.
É importante salientar que não é possível disfarçar o cheiro dos feromônios. Alguns tutores tentam usar perfumes e desodorantes para evitar a atração dos machos, mas o procedimento é totalmente ineficaz e pode ser arriscado, provocando alergias e dermatites.
Como já foi dito, os sintomas podem ser apenas atenuados. Os tutores podem acalmar as cachorras, mas o cio só é eliminado com a castração. O olfato ajuda machos e fêmeas a identificarem eventuais parceiros nas proximidades.