Náuseas e vômitos são situações bastante desagradáveis e, além de tudo, são sinais de que alguma coisa está errada com a saúde e o bem-estar dos cachorros. Os tutores, quando se deparam com o cachorro vomitando espuma branca, precisam ficar atentos. Pode não ser nada sério, mas é importante mantê-lo sob observação.
Como regra geral, os cachorros são muito resistentes e, por isso, não é frequente que eles exibam sinais claros de eventuais doenças. De qualquer maneira, os tutores devem ficar atentos e tentar identificar outros sintomas, como dores abdominais, febre e diarreia, que podem acompanhar o vômito de espuma branca.
Além de checar as condições gerais de saúde, o vômito quase sempre traz outros sinais. O cachorro pode apenas ter se empanturrado com um lanche extra, mas o aspecto do material expelido pode apontar outras causas mais sérias.
O que há de errado?
Em primeiro lugar, é importante não entrar em pânico. O vômito, mesmo de espuma branca ou amarela, pode ser apenas uma condição passageira. Todos nós temos indisposições de vez em quando e, com os cachorros, não é diferente.
Nos cachorros, as causas mais frequentes dos vômitos são as seguintes:
- ingestão de algum alimento indevido;
- intolerância a algum ingrediente do alimento oferecido;
- ingestão de objetos que podem ficar presos na faringe.
- excesso de calor e desidratação.
As intolerâncias alimentares são a principal causa dos vômitos e costumam surgir nos filhotes ou quando a marca da ração é trocada. Quando é necessário trocar o produto, é importante misturar pequenas quantidades do novo alimento – cerca de 10% no primeiro dia, 20% no segundo e assim por diante.
Com isso, o cachorro se adapta gradualmente à nova dieta e os possíveis efeitos colaterais surgem de forma mais amena ou simplesmente nem sequer são notados. Mas, se o cachorro continuar exibindo sinais de intolerância, a ração precisa ser trocada, de preferência com a orientação de um veterinário.
A espuma branca também pode indicar problemas respiratórios – na verdade, o cachorro está expelindo o excesso de saliva com algumas secreções naturalmente presentes nos brônquios e esta mistura, associada ao esforço para eliminar o desconforto, faz surgir a espuma.
O que fazer quando o cachorro estiver vomitando espuma branca?
Em primeiro lugar, os tutores devem evitar receitas caseiras, a menos que as causas estejam muito bem estabelecidas. Por exemplo, se o cachorro comeu mais do que devia, algumas gotas de boldo-do-chile podem aliviar a situação.
Se a causa for excesso de sol (e uma desidratação leve), o soro fisiológico pode ser usado – a receita para os cães é um litro de água para uma colher (chá) de sal, sem adição de açúcar. Para um copo de água, basta uma pitada de sal.
Mas, caso o vômito com espuma branca for muito intenso, se repetir várias vezes (por um dia inteiro, por exemplo) ou vier acompanhado de outros sinais, como diarreia e febre, as “receitas da vovó” não são bem-vindas. Elas podem mascarar o problema real, atenuando sintomas sem resolver o problema.
Nos cachorros, os desarranjos gastrointestinais (como o vômito e as diarreias), mesmo em casos leves, quase sempre são acompanhados por apatia, cansaço moderado e desinteresse pelas atividades preferidas. Não há motivo para declarar emergência, desde que não se prolonguem por mais de dois dias.
Quanto à presença de dor, alguns cachorros procuram se esconder, outros ficam inquietos e ansiosos. Pode ocorrer até mesmo que os peludos mostrem sinais agressivos. Não é nada pessoal: na natureza, o sofrimento físico é uma condição que requer isolamento, inclusive por questões de autopreservação.
Causas mais severas do vomito
Se você, ao ver o cachorro vomitando, tende a correr para limpar o “estrago”, é importante refrear o desejo de limpeza e higiene por alguns instantes e observar o material expelido. Quase sempre, a espuma branca é provocada pela pressão sobre o conteúdo do estômago (ao contrário da amarela, que pode indicar algum transtorno hepático).
É importante observar o vômito, que pode conter alguns sinais preocupantes, como a presença de sangue, alimentos não digeridos completamente e até mesmo objetos engolidos por engano, como peças de brinquedo, por exemplo.
A espuma branca presente no vômito é, na maioria das vezes, apenas saliva misturada com secreções do estômago, como o suco gástrico. Ela se torna esbranquiçada ao entrar em contato com o ar atmosférico, tomando aparência de claras em neve. Os motivos mais comuns são os seguintes:
• indigestão – quando alguma coisa não “cai bem” no estômago, o vômito é praticamente automático;
• intoxicação – o organismo canino percebe a presença de algo tóxico ou nocivo e tenta expeli-lo. O êxito da estratégia depende da substância ingerida e da quantidade;
• ingestão de grama – os cachorros costumam ingerir algumas ervas quando sentem indisposição estomacal (os primos selvagens também fazem isso). O objetivo é justamente forçar o vômito e, quanto mais instantâneo for o efeito, mais espumada se tornará a substância;
• jejum prolongado – depois de passar muitas horas sem se alimentar, os cachorros podem apresentar vômitos com espuma branca. Isto é bastante comum especialmente entre de menor porte e, claro, entre os gulosos;
• agitação – os cachorros não devem ser alimentados depois de brincadeiras intensas. É preciso estabelecer um intervalo entre a correria e a oferta da refeição. Do contrário, a agitação impedirá o funcionamento correto do sistema digestório, favorecendo o vômito;
• colapso de traqueia – é um estreitamento dos anéis da traqueia, que costuma provocar tosse seca, engasgos e agitação nos cachorros. O esforço da tosse se une à saliva e a secreções gástricas, obrigando o peludo a “cuspir” o vômito;
• torção gástrica – é mais frequente entre cães de grande porte, que se alimentam uma ou duas vezes por dia. Nesta condição, o estômago fica literalmente torcido, forçando a expulsão do conteúdo com violência;
• obstrução gastrointestinal – pode ser causada por diversos fatores, como hérnias, tumores e aderências (relativamente comuns entre os cães idosos). Com o trânsito intestinal parcial ou totalmente obstruído, o conteúdo é vomitado;
• infecções e inflamações intestinais – os cachorros podem sofrer invasões de vírus e micro-organismos diversos, que sempre levam aos vômitos e diarreias. Quanto mais violenta for a expulsão, mais intensa será a aparência espumada.
Em geral, os quadros de indigestão são passageiros e desaparecem sem necessidade de intervenção. Se eles persistirem, é preciso consultar um veterinário.
As intoxicações podem ser evitadas impedindo o acesso dos cachorros a produtos de higiene e limpeza, inseticidas, bebidas alcoólicas e chocolates. Algumas plantas decorativas são tóxicas para o organismo canino e não devem ficar à mão (ou às patas). É o caso da azaleia, lírio-da-paz, bico-de-papagaio, etc.
No caso de vômito verificado após jejum prolongado, os tutores podem resolver o problema apenas oferecendo um número maior de refeições durante o dia. É preciso tomar cuidado para não aumentar a quantidade, eliminando riscos de sobrepeso e obesidade: a mesma quantia de ração deve ser dividida em três ou quatro porções.
Até mesmo casos de torção gástrica (o nome técnico é síndrome da dilatação volvo-gástrica) podem ser amenizados com o fracionamento das porções. O transtorno é mais comum entre os grandões; caso seja diagnosticado, é importante seguir as orientações médicas.
Vômitos – com ou sem a presença de espuma branca – provocados por tumores, úlceras, alterações da estrutura intestinal, infecções e inflamações não cederão enquanto as causas não forem removidas. Por isso, considerando a intensidade dos sintomas, o cachorro precisa ser avaliado se as condições não se alterarem em 48 ou 72 horas. Se a intensidade e a frequência aumentarem, a situação se torna uma emergência médica.
Vômitos em cachorros são especialmente preocupantes quando contêm sangue, são acompanhados de dor, inchaço ou dilatação abdominal, falta de apetite, apatia e cansaço sem motivo aparente, tremores e convulsões.
Mas, mesmo que o vômito espumado não surja com outros sinais, mas for uma condição frequente, é preciso buscar orientação do veterinário. Os sintomas podem indicar anomalias genéticas ou mesmo condições específicas do peludo, que podem ser atenuadas com o tratamento adequado.
Nunca automedique o cachorro – sofrendo com vômitos, dores, diarreias, febre ou qualquer outro sintoma. O remédio que fez muito bem para o cão de um vizinho ou parente pode ser nocivo para outros animais. Além disso, em condições mais graves, a avaliação médica é importante para a manutenção da saúde, do bem-estar e, em alguns casos, da própria vida dos peludos.
Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.