Sem fome, recusando comida. Cachorro que não quer comer é um problema. Confira os motivos.
Todo tutor responsável se preocupa quando alguma coisa sai da rotina. Sono excessivo, recusa a brincadeiras e perda de apetite, infelizmente, são comuns e muito difusos: são sinais que podem indicar uma série de transtornos. Quando o cachorro não quer comer, é importante conferir outros aspectos do cotidiano.
A principal preocupação é com possíveis doenças (físicas e emocionais), mas existem outras causas. Sedentarismo, muito tempo ocioso e até mesmo alterações de temperatura são condições que interferem no apetite. É importante verificar se, além de não querer comer, o cachorro também tem outros sintomas, como apatia, sonolência, desarranjos gastrointestinais, etc.
Motivos de preocupação quando o cachorro não quer comer
Um cachorro que não quer comer não é uma ocasião frequente, mas também não é suficiente para correr para o consultório veterinário. Não existe nenhuma doença caracterizada exclusivamente pela falta de fome.
De qualquer maneira, é uma situação que desperta a atenção dos tutores, especialmente quando se trata de cães vorazes, que costumam devorar tudo que é oferecido em apenas alguns segundos (muitas vezes, nem sequer é oferecido, mas eles comem mesmo assim).
01. Novidades
Os cachorros gostam muito de uma rotina previsível: este é um sinal de que a família está segura e confortável. Por isso, todas as mudanças no dia a dia podem afetar os peludos – e, por tabela, o apetite.
A chegada de um bebê na família (com o foco das atenções sendo transferido do cachorro para criança), de um novo pet, de um visitante desconhecido, além de reformas na casa (com o inevitável entra-e-sai de prestadores de serviços) e até mesmo os arranjos para uma festa podem incomodar os peludos, que reagem de diversas formas.
Eles podem se mostrar apáticos, chorões, violentos, indiferentes e até mesmo agressivos. Perder a fome é uma situação relativamente comum. Assim, os tutores não devem ignorar os cachorros e, em caso de reformas e arranjos decorativos, é preciso providenciar um “refúgio” para eles se esconderem. Felizmente, essas situações são sempre provisórias.
02. Outros sintomas
Como já foi dito, os tutores devem observar outros sinais que os cachorros estejam eventualmente demonstrando, além de não querer comer. Caso eles se mostrem indiferentes às brincadeiras prediletas, recusem as interações com as famílias ou apresentem sintomas mais sérios, é preciso consultar um veterinário.
Não querer comer, aliado a diarreias e vômitos, pode indicar uma série de doenças. O cachorro pode ter apenas comido em excesso, mas ele também pode estar com problemas de intoxicação ou transtornos prejudicando o estômago ou o intestino.
Caso os sintomas continuem se manifestando por mais de dois dias, é necessário investigar a causa profunda. Vômitos muito frequentes podem indicar insuficiência renal ou hepática, enquanto as diarreias, além das intoxicações, podem ser sinais de inflamações ou irritações intestinais, além da infestação por parasitas internos.
03. Dificuldades para mastigar e engolir
Os problemas bucais são um motivo bastante frequente para o cachorro não querer comer. Sem os cuidados necessários com os dentes, os cães podem desenvolver gengivites e um distúrbio bem mais grave: a doença periodontal.
Os cachorros precisam ter os dentes escovados pelo menos a cada dois dias, para eliminar a proliferação excessiva de bactérias que colonizam naturalmente a boca. A tarefa pode ser feita apenas com o dedo enrolado em uma gaze.
Do contrário, os cachorros podem desenvolver a placa bacteriana, favorecendo a implantação de doenças bucais. Sem escovar os dentes regularmente, a maioria dos cachorros apresentam dificuldades para mastigar, engolir e até respirar a partir dos três anos de idade.
04. Falta de apetite e tristeza
Se o cachorro não quer comer e mostra-se apático, desanimado, escondendo-se pelos cantos e evitando a interação com a família, é possível que ele esteja sentindo falta de um parente muito querido ou de alguma coisa muito desejada.
Muitas vezes, com o excesso de tarefas no dia a dia, nós negligenciamos as necessidades dos peludos. Os passeios ficam mais curtos, as brincadeiras ficam mais raras e até o tempo para o cafuné é encurtado. O resultado pode ser a inapetência aliada à tristeza.
05. Dor
Os cachorros são muito resistentes à dor. Com raras exceções, eles conseguem manter a rotina de brincadeiras, rondas de vigilância, alimentação e sono mesmo quando estão sofrendo algum tipo de transtorno físico.
Por isso, as visitas regulares ao veterinário são importantes, para certificar-se de que os peludos estão com a saúde em dia e, caso haja algum problema, ele possa ser identificado e tratado com maiores chances de recuperação.
Evidentemente, quando sentem dor exagerada, os peludos apresentam sintomas clássicos: recusa aos brinquedos, indiferença, apatia, falta de apetite. As dores agudas quase sempre são decorrentes de traumas (quedas, choques, etc.), enquanto as crônicas podem indicar problemas mais graves.
De qualquer forma, os tutores não devem recorrer à medicação sem consultar um especialista. O remédio que “fez maravilhas” com o cachorro do vizinho pode intoxicar o nosso e mesmo algumas receitas anteriores se tornam contraindicadas.
Além disso, medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios podem apenas mascarar os sintomas, sem atuar na causa original da dor e do desconforto. Isto adia um diagnóstico mais preciso, prejudica a qualidade de vida e pode até mesmo levar à morte do animal.
Os motivo principais para o cachorro não comer
Antes de se preocupar e alarmar a família, é preciso verificar o principal motivo da falta de fome: o cachorro está comendo demais, ou há muita comida disponível a qualquer hora. Um cachorro de barriga cheia realmente não vai querer comer quando se oferece ainda mais comida.
A primeira providência é verificar as porções de ração indicadas pelo fabricante, de acordo com a idade, sexo, porte e condições gerais de saúde. A intensidade das atividades físicas também interfere: um cachorro que preencha o dia com sonecas e brincadeiras leves naturalmente apresenta menor disposição para se alimentar.
Muitos tutores oferecem a ração diária em uma só porção, oferecida, por exemplo, logo pela manhã, antes que os tutores saiam de casa para o trabalho ou a escola. Ocorre que alguns peludos não comem tudo de uma vez e, quando voltam para a tigela, os grãos estão murchos ou ressecados.
Então, eles cheiram o comedouro, observam ao redor, olham para algum humano nas proximidades, dão meia volta e parecem não querer comer. A solução é fracionar o total diário recomendado, oferecendo porções menores ao longo do dia.
Outro problema frequente é a forma de armazenamento do alimento. Muitos tutores compram pacotes grandes, para aproveitar promoções nas pet shops. Esta não é uma atitude errada, mas é preciso prestar atenção em alguns detalhes:
- fracione o pacote grande em embalagens menores, que podem ser acondicionadas em potes de 1 kg ou 2 kg ou até mesmo em porções individuais, embaladas em papel filme. O simples abrir e fechar do pacote é suficiente para que os grãos percam a crocância e o aroma, tornando-se pouco atraentes para os peludos;
- mantenha os pacotinhos guardados longe do alcance dos cachorros, em ambiente escuro e sem umidade. A exposição à luz pode oxidar a ração, fazendo-a perder o valor nutricional e tornando-a rançosa e facilitando a proliferação de fungos e leveduras;
- garanta que o armário não seja acessível a algumas pragas domésticas, como baratas, ratos e até moscas;
- lembre-se de higienizar potes e comedouros antes de acondicionar e servir a ração. Use uma pá ou concha para colocar o alimento na tigela, porque até mesmo a mão humana pode servir para transmitir micro-organismos nocivos.
Mais raramente, os cachorros podem enjoar da ração. O paladar não é extremamente desenvolvido nos peludos, mas alguns cães podem não querer comer porque estão fartos do aroma da comida cotidiana.
Nesses casos, não há problemas em deixar os pets com fome por alguns minutos: eles fatalmente voltarão para a tigela se não houver outras opções. Não há nada anormal acontecendo, mesmo sendo uma ocorrência rara entre cachorros.
Mas os tutores também podem oferecer alguns mimos, como biscoitos, bifinhos, pedaços de frutas e legumes, polvilhar a ração comum com ervas (orégano e manjericão, por exemplo), umedecer com caldos naturais (ou apenas com água morna), misturar com iogurte natural ou um pouco de ração úmida, etc.
Outro motivo frequente da recusa em se alimentar são as alterações na temperatura. Em dias muito quentes, os cachorros podem simplesmente não querer comer: eles reduziram a intensidade das atividades e não estão precisando de mais calorias.
Algumas raças sofrem bastante com o calor tropical, comum na maior parte das regiões brasileiras. É o caso do husky siberiano e do samoieda, dois “espiões que vieram do frio”. Os tutores precisam mantê-los confortáveis, oferecer água fresca abundante e deixá-los à vontade, sem muitos jogos e brincadeiras.
Os cães podem realmente enjoar da ração (ou, talvez, eles nunca tenham gostado dela). É preciso, então, providenciar a troca. Se necessário, converse com o veterinário. É possível que a ração regada com caldo de carne (apenas um pedaço, cozido sem temperos até se desmanchar) resolva o problema do paladar.
Mas, se for necessário trocar a ração a que o cachorro já estava acostumado, é preciso fazer a substituição de maneira gradual. Vale a regra dos “dez por cento”: no primeiro dia, apenas um décimo da ração nova misturada à antiga, aumentando em 10% a cada dia, até a troca total do produto.
isto ocorre porque cada fabricante usa ingredientes diferentes nas rações industrializadas. Algumas apresentam maior teor de proteínas ou gorduras, por exemplo. Além disso, há vários produtos que recebem corantes, conservantes, etc., aditivos que alteram o sabor e o aroma. Estas alterações são quase imperceptíveis para nós, mas extremamente marcantes para os cachorros.
O apetite é sempre despertado com jogos e correrias, mas não é recomendável oferecer a refeição logo depois das brincadeiras, é preciso acalmá-los, para evitar transtornos gastrointestinais que podem ser associados ao próprio ato de se alimentar.
Nesse caso, os cães, em especial os mais ativos, poderão recusar a comida por medo de “ficarem doentes” ou, mais propriamente, de terem uma dor de barriga passageira. Com uma pausa de alguns minutos, os riscos desaparecem: basta que eles parem de se mostrar ofegantes (com a língua de fora, na maior parte dos casos).
Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.