Câmeras de seguranças fizeram um flagrante deste ‘cachorro ladrão’ no interior do Paraná.
A cena se repetiu mais uma vez. Um meliante foi pego em flagrante delito na cena do crime. Mas não, não é outro caso de violência, tão frequente nas cidades brasileiras que já se tornou corriqueiro. O fato chama a atenção porque o autor do crime é um “cachorro ladrão”.
O peludo foi flagrado pela câmera de segurança de uma mercearia em Ampére, município de 20 mil habitantes no sudoeste do Paraná, próximo à divisa com Santa Catarina. Aproveitando a distração dos humanos ao redor, o cachorro “subtraiu” um pacote de salgadinhos da prateleira do estabelecimento.
O flagrante
A movimentação do cachorro não foi percebida pelos atendentes da mercearia. O animal apenas entrou no estabelecimento, circulou entre as gôndolas e não foi mais visto. Não é incomum que animais de estimação circulem pela vizinhança sem supervisão, especialmente em cidades de pequeno porte – como é o caso de Ampére.
Horas mais tarde, a proprietária do mercadinho decidiu conferir os vídeos de segurança e só então percebeu o “furto”. Nas imagens, é possível observar o peludo circulando pelo estabelecimento. Ele se aproxima do expositor de salgadinhos, fareja alguma coisa, parece escolher o mais saboroso e retira um pacote da prateleira.
Consumado o crime, o animal – que parece ser um vira-lata caramelo – se afasta tranquilamente com o seu troféu e sai da mercearia, sem ser importunado por ninguém. Na verdade, ninguém deu muita atenção ao fato de um cachorro circular pelo estabelecimento, o que indica que deve haver outros clientes de quatro patas.
Mais tarde, Marisa Guimarães, a dona do mercadinho, se divertiu bastante com as cenas do flagrante. Ela e a família riram ao observar o comportamento do “cachorro ladrão” e as imagens acabaram sendo postadas nas redes sociais.
O “crime” chamou a atenção da imprensa local. A RIC Mais, emissora que retransmite a programação da TV Record para o oeste do Paraná, classificou o episódio como uma “cãofusão”. A RPC, retransmissora da Rede Globo, também veiculou o vídeo, que foi assistido em todo o Estado.
Marisa contou aos repórteres que o cachorro ladrão é vizinho da mercearia e está sempre circulando na calçada. Ela disse também que o tutor do vira-lata caramelo, ao tomar conhecimento do “roubo” se prontificou a pagar pela mercadoria, mas a comerciante não aceitou:
“Nós achamos engraçado, coisa de criança mesmo, já que é um cachorro filhote. O dono veio até aqui, eu mostrei as imagens e ele quis pagar a despesa. Eu apenas disse: Imagine, isso é coisa de criança.”
Ainda de acordo com a comerciante, este foi o primeiro registro da atuação do cachorro na mercearia – os atendentes não sabem dizer se o peludo já tinha surrupiado alguma coisa antes do flagrante.
De qualquer maneira, ninguém parece ter ficado muito preocupado com a ação do peludo. O caso foi tratado como uma brincadeira divertida, ninguém se estressou nem aceitou qualquer tipo de ressarcimento. A vida fica mais leve e produtiva quando nós somos capazes de rir dos pequenos contratempos do dia a dia.
Cachorros são ladrões?
Notícias envolvendo cachorros furtando mercadorias e objetos são muito frequentes na imprensa e os tutores muitas vezes se envolvem em episódios de furtos e roubos em casa. O que pode ser feito para evitar essas situações?
Em primeiro lugar, é importante nunca deixar o cachorro circular sem supervisão. Nas vias públicas, os pets devem ser conduzidos com corrente e coleira, inclusive para evitar acidentes. Nenhum animal de estimação deve sair de casa sozinho.
Em casa, é importante não deixar “objetos de desejo” ao alcance dos cachorros, especialmente durante os meses de treinamento e adaptação à casa nova. O ensino dos comandos básicos precisa insistir para que os peludos não se apropriem de nada – podem ser empregados truques, como fazer algum barulho ou deixar algo cair por perto no momento dos avanços.
Roubar, para os cachorros, é uma forma de autorrecompensa – eles não dão valor monetário a objetos, brinquedos, roupas e lanches: apenas estão ali, disponíveis, podendo ser apropriados pelo primeiro que chegar.
Os tutores devem ensinar que não se sentem satisfeitos com os roubos e furtos. Não é preciso gritar, muito menos partir para agressão física, mas é importante deixar claro que o gesto não é agradável e não deve ser repetido.
Para a nossa sorte, os cachorros adoram nos agradar o tempo todo e fazem de tudo para ganhar um agrado, uma palavra de incentivo ou um cafuné dos tutores. Ao perceber que os roubos não agradam, a maioria simplesmente desiste, sem necessidade de adestramentos complexos.