Uma cachorrinha beija a imagem do tutor. Ela com certeza está pedindo para ele voltar para casa.
Esta cachorrinha passava os dias chorando. Durante o tempo que o tutor ficava fora de casa trabalhando, fazendo compras e outras atividades, a peluda ficava triste e ansiosa. Mas uma providência conseguiu atenuar a situação: foi mostrada uma imagem do tutor na tela da câmera, que ela não se cansa de beijar.
As imagens mostram a cachorra sozinha em casa, quando de repente ouve a voz do tutor e começa a procurá-lo. Por fim, ela encontra a origem do som e corre para a câmera, para beijar o amigo. Certamente, ela estava pedindo para ele voltar para casa, na linguagem dos peludos.
Uma feliz coincidência
Bella é uma labradoodle (cruzamento de poodle com retriever do Labrador) de seis meses que precisa passar parte do dia sozinha, enquanto o tutor está resolvendo as questões do cotidiano. Para verificar o que o pet fazia em casa, o tutor resolveu acessar as câmeras de segurança através do seu smartphone.
A tecnologia está ajudando a reduzir a ansiedade de separação dos animais de estimação. O tutor desta cachorrinha passou a interagir com ela através das câmeras de segurança do condomínio, que podem ser acessadas remotamente.
A labradoodle rapidamente identificou a voz de Scott, o tutor, mas não conseguia descobrir onde ele estava. As câmeras Ring permitem aos proprietários enviar mensagens de texto e voz para o local em que estão instaladas.
No vídeo, é possível observar Bella tentando entender a situação. Se, para os humanos, as comunicações à distância são um pouco difíceis de entender, para um cachorro, trata-se de um verdadeiro fato miraculoso.
A gravação, que foi postada nas redes sociais, tem duração de quase um minuto. Bella se agita e passa a procurar Scott pela sala, com todos os instintos despertados. Pouco antes, ela estava apenas deitada, choramingando e lamentando a solidão.
Não demorou muito tempo para a cachorrinha descobrir a origem dos sons familiares – o tutor diz: “Bella, Where were you?” (onde você estava), mas a cachorra fica um pouco aflita, por não identificar ninguém no ambiente.
Por fim, a labradoodle descobre uma caixinha preta sobre a estante. O objeto é o responsável pelo “milagre”. Para Bella, deve ser muito estranho descobrir que o tutor estava dentro de uma caixa tão pequena.
Ela deve ter pensado que não havia motivo para incredulidade. Afinal, a voz é bem conhecida (e os ouvidos dos cachorros conseguem modular muito mais frequências sonoras do que os humanos). Portanto, Scott estava ali, na caixinha preta.
A cachorrinha, então, preparou a melhor festa que conseguiria proporcionar. Ela se aproximou da caixa e cobriu-a de beijos muito molhados. Finalmente, o tutor estava de volta! Ela não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, o objeto era muito diferente de Scott, mas a voz não deixava dúvidas.
A ansiedade da separação
Todos os cães são muito carinhosos e apegados aos tutores. E os labradoodles não são diferentes. Apesar de serem resultantes de cruzamentos de duas raças relativamente independentes, eles não gostam de ficar muito tempo sozinhos – principalmente os filhotes, como Bella, que tem apenas seis meses de vida.
Todos nós precisamos sair de casa, para trabalhar, estudar, visitar parentes e amigos, divertir-se. Os cachorros precisam se acostumar com isto, mas não é uma situação muito fácil para eles. Superar a falta dos tutores é um desafio.
A ausência dos tutores deixa os cães ansiosos. Felizmente, é possível tomar algumas providências para que eles não sofram tanto – nem é necessário ter uma câmera de segurança capaz de transmitir mensagens de voz.
Quando deixados muito tempo sozinhos, sem nada para fazer, os cachorros podem se tornar destrutivos ou agressivos. A violência pode se voltar para outras pessoas e até para eles mesmos, com atitudes como correr atrás do próprio rabo ou morder as patas.
A solidão é uma condição que pode causar estresse, ansiedade e até mesmo crises de pânico nos animais. A saúde física e emocional podem ser colocadas em riscos, porque os cães, nestas situações, podem desenvolver comportamentos arriscados:
- arranhar portas e janelas;
- tentar pular por cima de grades e cercas;
- latir e uivar sem parar;
- “decorar” a casa com as necessidades básicas.
Um sinal de que os cães estão defecando e urinando para chamar a atenção é que eles fazem as necessidades bem à mostra, para que os tutores encontrem a “produção”. Isto pode ocorrer mesmo quando eles têm acesso ao quintal ou à área de serviço.
O ideal é não deixar os peludos em casa. Os humanos da família podem se revezar para fazer companhia, matriculá-los em uma creche ou contratar um passeador de cães. Muitas vezes, no entanto, isto não é possível.
Os cachorros não devem ficar sem nada para fazer. Na ausência dos tutores, devem ser deixados brinquedos, para que eles possam se distrair. Os melhores são os que representam desafios, como bolinhas e garrafas recheadas de petiscos que eles precisam descobrir como abrir.
Outras soluções também são possível e garantem bons resultados:
• deixar uma fonte sonora ligada (rádio ou TV). Alguns aparelhos possuem timer e podem ser acionados por apenas alguns minutos;
• deixar uma peça de roupa do tutor no ambiente em que os peludos circulam. Ao sentir o odor do parente (mesmo que esteja limpa), eles ficam menos ansiosos. É como se o tutor estivesse presente de alguma forma;
• permitir o acesso a uma janela ou porta, para que os cachorros observem o movimento da rua. É importante garantir que estas saídas não permitam rotas de fuga.
Um cachorro “ocupado” consumirá energia durante o dia e, quando a família humana retornar para casa, ele estará cansado e relaxado. Caso ele se mostre ansioso, é importante não dar atenção imediata: guarde as compras, tire os sapatos, lave as mãos e só depois permita que o peludo faça a festa.
Com o tempo, os cães se acostumam à rotina da família. De qualquer forma, por mais corrido que seja o dia dos tutores, é importante lembrar que os peludos precisam de atenção, além de passeios e brincadeiras para manter a saúde física e o equilíbrio emocional.