A cachorra é monitorada pela webcam, conversa com o tutor e até manda beijos para ele.
Os cachorros adoram companhia. Os tutores também, mas precisam sair de casa para cumprir as tarefas do dia a dia: trabalhar, estudar, passear, etc. quando ficam sozinhos, os cães precisam de atividades, mas esta cachorra encontrou uma forma de não sentir tanto a falta do tutor: ela conversa com ele pela webcam.
Quando passam muito tempo sem ter nada para fazer, os cachorros ficam entediados, desmotivados e podem desenvolver comportamentos inadequados, tornando-se destrutivos, agressivos, ansiosos, etc.
O tutor de Bella, no entanto, encontrou uma forma de a cachorrinha não se sentir tão sozinha quando ele não está em casa: Scott instalou um sistema de câmeras de segurança do tipo “two ways talk”. Com o dispositivo, ele não apenas pode checar o que Bella está fazendo, mas também ser visto por ela.
Scott e Bella
Bella é uma cachorrinha de seis meses – ainda é um filhote. Trata-se de uma goldendoodle miniatura (uma série de cruzamentos seletivos entre golden retrievers e poodles, cujo porte vai sendo reduzido de geração em geração).
A raça ainda não foi reconhecida por nenhuma associação cinológica, mas faz sucesso nos EUA – atualmente, os “pocket dogs” (“cães de bolso”, de porte muito pequeno) alcançam o topo do ranking de registros.
Os cachorros não ficam apenas tristes quando permanecem sozinhos por muito tempo. eles podem exibir comportamentos destrutivos, como estragar brinquedos, almofadas e pés de móveis. Também podem ficar agressivos, inclusive contra si próprios.
Scott quis prevenir possíveis problemas, a fim de garantir o bem-estar e a saúde de Bella. Com a câmera, ele pode verificar o que a cachorrinha está fazendo e, acionando um dispositivo especial, consegue falar com ela e ser visto pela peluda.
As imagens da conversa
Nos vídeos compartilhados, é possível ouvir Scott dizer: “Bella, onde você está?”. As imagens mostram que a cachorrinha muda de posição, assume uma postura de atenção e tenta descobrir onde o melhor amigo está escondido.
Nas imagens, pode-se observar que Bella fica um pouco surpresa: ela consegue ouvir o tutor, mas não faz ideia de onde ele esteja. A cachorra corre pela sala, movimentando a cabeça do piso ao teto, tentando encontrar Scott.
O tutor volta a dizer: “Você está se metendo em problemas? Eu estarei em casa logo mais”, enquanto Bella continua tentando descobrir a origem da voz. Finalmente, a cachorra percebe a origem dos sons: um pequeno dispositivo.
Não deve ser muito fácil para um cachorro compreender como um humano consegue caber em um espaço tão pequeno como o monitor de uma câmera. Mesmo assim, Bella reconhece o tutor e fica animada com a “presença” de Scott.
Ela se aproxima alegre, olha fixamente para a câmera, late e finalmente dá um lambeijo na imagem do tutor. Bella demonstra ser um animal inteligente, com grande capacidade de associação de ideias.
O tutor, por seu lado, ficou muito orgulhoso com o desempenho da cachorra. Entrevistado por repórteres da imprensa local, ele declarou: “Achei muito fofo como ela ficou procurando por mim, até encontrar a câmera por onde eu falava com ela”.
Bella realmente parece ouvir atentamente a fala de Scott, como se estivesse tentando compreender o significado das palavras. Ela deita a cabeça para o lado (um sinal canino de tentativa de compreensão), avalia a situação, aproxima-se da câmera e enche a imagem do tutor de beijos.
Cachorros conseguem ver imagens?
Em câmeras two-way ou em ligações por vídeo pelo celular, os cachorros rapidamente reconhecem a voz dos tutores e de outras pessoas conhecidas. Especialistas em comportamento animal não estão convencidos, contudo, de que os peludos conseguem discernir as imagens.
Já está comprovado que os cachorros conseguem reconhecer rostos em fotografias, mas eles parecem ter dificuldade em identificar imagens em movimento, por causa da chamada “sensibilidade de cintilação”.
Esta sensibilidade é a taxa com que os animais conseguem gravar uma sequência de imagens e compreender os movimentos. Nos cães, a sensibilidade de cintilação é maior do que entre os humanos (a velocidade das observações visuais é pelo menos 25% maior).
Com as mudanças de brilho e movimento nas imagens reproduzidas em áudio, os cachorros não conseguem identificar pessoas (nem outros animais). Para eles, é tudo uma sequência de luzes e formas que se alternam de forma brusca.
Por isso, para os cachorros, não importa muito o canal de TV que está ligado. Eles podem se interessar justamente pelas sequências, ou afastar-se delas por considerá-las agressivas demais. No caso da conversa, porém, a história é diferente.
Bella já detém diversas informações sobre o tutor: ela conhece a voz, a tonalidade e até mesmo as pausas da linguagem oral de Scott. Por isso, ela rapidamente associou o amigo às imagens na câmera – algumas das quais ela conseguiu processar.