Conheça as maiores raças caninas do mundo.
Molossoides: esta é a categoria a que pertencem as maiores raças caninas (a classificação é subdividida em dogues e monteses). O termo vem de Molóssia, uma área do Épiro (Grécia ocidental), onde surgiram os “molossus”, grandes cães de pastoreio surgidos na Antiguidade clássica.
De acordo com os padrões definidos pela Federação Cinológica Internacional (FCI), foram classificadas as maiores raças caninas as seguintes:
Molossoides do tipo dogue:
• boerboel: originário da África do Sul, é um cão de pastoreio e boiadeiro. A palavra “bôer” é do dialeto holandês falado pelos colonos no continente africano e significa “fazendeiro”;
• boxer: originário da Alemanha, foi utilizado originalmente para a caça. A tarefa básica consistia em segurar firmemente a presa (por isto a mandíbula retraída), até que os caçadores se aproximassem;
• broholmer: também chamado de mastiff dinamarquês, a raça quase desapareceu no início do século XIX. Em 1850, alguns criadores decidiram revitalizar o broholmer. A raça chegou a ser declarada extinta, mas ressurgiu em 1974;
• buldogue antigo: é o ancestral dos buldogues ingleses e franceses. O cão original era bem maior, mas quando as lutas entre cães e touros foram proibidas na Inglaterra, em 1835, a raça entrou em declínio. Restaram os netos, cada vez mais nanicos;
• bull mastiff: é mais um gigante inglês, criado para auxiliar os guardas florestais a impedir a extração ilegal de madeira (talvez por isto continuem sendo extremamente territoristas). A raça é resultado do cruzamento entre o buldogue antigo e o mastiff inglês;
• cane corso: atualmente, os cães da raça são adotados especialmente para companhia, guarda e proteção. Alguns historiadores afirmam que o cane corso é descendente dos canix pugnax, os cães molossos romanos;
• cão de presa de Maiorca: no século XVII, estes cães eram considerados moeda de troca entre os comerciantes do mar Mediterrâneo. Robustos e sólidos, são animais perfeitos para vigia e guarda nas embarcações. Também se revelaram bons caçadores;
• dogo argentino: foi desenvolvido para a caça pesada e ataca sem medo javalis e onças pardas. Resultado do cruzamento de várias raças, o dogo argentino foi reconhecido oficialmente em 1928;
• dogo guatemalteco: eles surgiram na década de 1930, para atuar como cães de guarda e proteção. São cães desconfiados e agressivos contra outros cães. Em sua linhagem, foram utilizados cruzamentos entre dálmatas, bull terriers e boxers;
• dogue alemão: são os cães mais altos do mundo. Os machos atingem 1,10 m na altura da cernelha. Apesar do tamanho, exibem comportamento equilibrado e tranquilo, podendo ser adotados como cães de companhia, além das suas atividades originais: guarda e proteção. Zeus, um dogue alemão preto já falecido, entrou para o Guinness Book of Records como “o maior cão do mundo”. O cachorrão media 1,12 m na altura da cernelha;
• dogue brasileiro: a raça foi criada no Brasil especificamente para guarda e defesa. Resultado de cruzamentos entre bull terriers e boxers, o dogue brasileiro foi reconhecido no final dos anos 1970, inicialmente com o nome de bull boxer;
• dogue canário: é uma raça originária das ilhas Canárias (Espanha). Originariamente, o dogue canário foi empregado no transporte de boiadas. Atualmente, são adotados para guarda de residências, mas, em família, são mansos e demonstram grande apego, apesar de serem muito desconfiados com visitantes;
• dogue de Bordéus (dogue de bordeaux): é um dos mais antigos cães desenvolvidos na França, provavelmente descendente dos alanos, cães de caça que se extinguiram no século XV. São cães de caça e de pastoreio. a raça foi apresentada em 1863, em Paris, durante a primeira exposição canina oficial do país;
• fila brasileiro: foi a primeira raça brasileira a receber reconhecimento internacional. É resultante de cruzamento entre buldogues antigos, bloodhounds e mastiffs ingleses. Não se sabe ao certo quando surgiram os primeiros exemplares, mas é certo que eles acompanharam entradas e bandeiras, protegendo os exploradores de ataques de nativos e até mesmo de onças-pintadas;
• mastiff inglês: são descendentes de molossos antigos. Em alguns registros do Egito antigo, datados de 3000 a.C., são representados animais muito semelhantes. Atualmente, são considerados cães de família e excelentes guardiães;
• mastim napolitano: desenvolvido na Sicília (Itália). A origem é incerta: enquanto alguns historiadores afirmarem que ele descende dos molossos romanos, outros encontram indícios de que os ancestrais foram trazidos da Índia para a Europa por soldados do exército de Alexandre, o Grande (356 a.C. – 323 a.C.);
• rottweiler: a raça foi criada no século XVIII por açougueiros alemães da região de Rottweil, sul da Alemanha, para defender os rebanhos e no transporte para o abate. Estes cães também foram utilizados para puxar carroças. Em função das múltiplas utilidades, os rottweilers de tornaram populares em todo o mundo. São animais inteligentes, devotados e valentes, mas podem se mostrar agressivos, especialmente com estranhos;
• shar pei: também chamados de cães de briga chineses, os animais da raça surgiram na China, talvez no século XVII, já que existem retratos de animais bastante semelhantes aos shar pei. Os animais foram utilizados como cães de luta, combate, caça, pastoreio e guarda. Hoje, são adotados principalmente para companhia;
• tosa inu: Toda é uma província do Japão; tosa inu significa simplesmente “cão de Tosa”. Os japoneses criam cães de briga ao menos desde o século XIV, mas o tosa inu é bem mais recente: surgiu no século XX, resultante de cruzamentos entre o local shikoku-ken e raças ocidentais como mastiffs ingleses, dogues alemães, são bernardos e bull terriers. O temperamento é marcado pela audácia e a coragem, mas o tosa inu também é paciente e equilibrado.
Molossoides do tipo montês:
• aidi: também conhecido como cão do Atlas, a raça foi desenvolvida no Marrocos, onde trabalhou pastoreando cabras e ovelhas e também caçando em parceria com o sloughi, que persegue as presas localizadas pelo faro do aidi. É um animal rústico e musculoso, que exibe entranhado sentido de proteção à família: ele é ágil e está sempre pronto para a ação;
• cão da serra da Estrela: é nativo da região montanhosa de Portugal (especificamente, a serra da Estrela) e uma das raças caninas mais antigas da península Ibérica – eles teriam sido introduzidos pelos visigodos, povo que se tornou conhecido pelos europeus no século IV. Trata-se de um cão valente, leal e muito inteligente, adaptado a regiões agrestes, com relevo acidentado. É bastante independente, adaptando-se facilmente a passar várias horas sem companhia humana;
• cão de castro laboreiro: nativo da província que lhe empresta o nome, este cão é considerado o mais ágil e rápido dos animais boiadeiros. Apesar de ser uma raça muito antiga (pode ter acompanhado os homens ainda na Pré-História), o reconhecimento só ocorreu depois do fim da Segunda Guerra Mundial. São cães ativos, praticamente incansáveis;
• cão de gado transmontano: mais um cão português, nativo de Trás-os-Montes. Os animais da raça se especializaram em pastorear ovelhas e cabras, protegendo o gado inclusive de ataques de lobos. Apesar de muitos destes animais serem adotados para companhia, os cães de gado transmontano continuam exercendo as suas funções rurais;
• cão montês dos Pireneus: raça nativa do sul da França, ainda é utilizada para o pastoreio, mas adapta-se com facilidade às funções de cão de companhia. O espírito independente, no entanto, os torna um tanto difíceis para criadores iniciantes;
• hovahart: originário da Alemanha, o nome da raça significa “guarda de fazenda”. Criado para o pastoreio, apresenta boas qualidades para a guarda, proteção e companhia, mostrando-se sempre confiante em suas qualidades. O hovahart normalmente não se dá bem com outros animais de estimação, visitantes e prestadores de serviços;
• kuvasz (pastor húngaro): é um cão de pastoreio para o gado de grande porte. Uma matilha de cães da raça aceita apenas um líder, que pode ser macho ou fêmea. Em uma residência, o comportamento se repete e ele obedece apenas ao “alfa da matilha”, que pode ser qualquer um dos membros da família. Apesar de estar sempre alerta, o kuvasz late pouco (no ambiente rural, ele prefere utilizar o elemento surpresa);
• landseer: originário do Canadá, o landseer tem entre seus ancestrais os chamados cães de ursos pretos, que acompanhavam os vikings em suas expedições. As características da raça mais destacadas são a força, resistência e capacidade de suportar temperaturas congelantes. O calor tropical brasileiro é contraindicado para a raça;
• leonberger: ele surgiu no sul da Alemanha, no final do século XIX. Considerados tranquilos, os leonbergers foram utilizados inclusive como modelos para retratos. Os cães da raça são gentis, dóceis e calmos. São empregados como cães de trabalho (para a guarda do gado) e de companhia: lentamente, eles estão conquistando espaços urbanos, especialmente na Alemanha, Suíça e Áustria;
• mastim dos Pireneus: utilizados originalmente para a guarda de rebanhos, os mastins dos Pireneus foram os primeiros cães a usar coleiras de couro com pontas de ferro: era uma proteção contra os lobos. A partir do início do século XX, tornaram-se cães de companhia, apesar de o adestramento ser considerado difícil. Estes cães são indicados para donos experientes;
• mastim espanhol: os cães da raça (ou os seus ancestrais) começaram a acompanhar e proteger rebanhos ainda quando a população ibérica ainda era nômade. Os deslocamentos do gado eram comuns, levando os animais de um pasto para outro, em planícies ou montes. Estes cães são fortes e resistentes. Como foram criados para acompanhar pastores e gado, desenvolveram fortes laços com os humanos. Os mastins espanhóis urbanos continuam apresentando o comportamento instintivo de defesa;
• mastim tibetano: os cães da raça também perambularam com grupos humanos nômades, desta vez nas montanhas do Tibete, Nepal, norte da Índia e noroeste da China. Considerados extintos, alguns exemplares foram redescobertos no início do século XIX por exploradores britânicos. Um século depois, com mais uma série de cruzamentos seletivos, os mastins seletivos começaram a ser apresentados em exposições de cães da Europa e América do Norte. Ainda utilizados como pastores, estão cada vez mais presentes nas residências;
• pastor da Anatólia: a raça se tornou conhecida apenas nos anos 1970, quando começaram a ser estudados os cães nativos da região turca da Anatólia. São cães alertas e defensores, mas a raça ainda precisa passar por cruzamentos que transmitam as características de companhia, uma vez que estes animais são sociáveis, mas tornam-se rapidamente agressivos quando se sentem ameaçados ou contrariados;
• pastor da Ásia Central: originário do sul da Rússia, este cão pastor foi utilizado durante séculos para proteger rebanhos, espalhando-se da Turquia ao Cazaquistão. Mais recentemente, os cães da raça têm sido empregados para a guarda noturna de depósitos e armazéns russos. As características de companhia e passeio ainda não foram fixadas;
• pastor do Cáucaso: originalmente, a raça foi criada para o pastoreio na Rússia e na Geórgia, mas tornou-se popular na primeira metade do século XX, quando passou a ser empregada para a guarda das fronteiras da Alemanha. A aparência geral destes cães lembra a de pequenos ursos, principalmente na cabeça (de acordo com o padrão, os machos devem pesar acima de 50 kg). Esta característica tornou a raça a preferida do ditador Joseph Stálin (o urso é o animal-símbolo da Rússia);
• pastor de Kraski: na Eslovênia, cães da raça são empregados no pastoreio desde a Idade Média. Mais recentemente, o pastor de Kraski, originário do leste europeu, passou a ser adotado para guarda e proteção. O adestramento é considerado difícil: este cão não tem as características necessárias para o convívio familiar;
• rafeiro do Alentejo: é a maior raça canina de Portugal, com exemplares atingindo 74 cm de altura na cernelha. “Rafeiro” é a palavra utilizada em Portugal para designar os cães pastores e boiadeiros. Com relação ao comportamento, o rafeiro do Alentejo é territorialista e agressivo com estranhos, sempre considerados como invasores. O latido alto é a primeira forma de defesa. Apesar disto, os cães da raça raramente atacam, se não forem molestados;
• são bernardo: o “salvador dos Alpes” é bem conhecido. O nome deriva de um monastério, onde a raça foi desenvolvida: Hospice du Grand Saint Bernard, localizado na Suíça, no pico de um monte onde os viajantes tinham de passar até o final do século XIX: era função dos são bernardos encontrar vítimas soterradas na neve e buscar auxílio dos monges, caso o acidentado não consiga caminhar. Até hoje, as principais características da raça são o zelo e o carinho nutrido pela sua família humana;
• terra nova: os cães terra nova surgiram no Canadá, na ilha Newfoundland (nova terra descoberta). São descendentes de animais indígenas e cães de ursos pretos, introduzidos na América no século XI, pelos vikings. Muitos criadores consideram o terra nova como o cão mais paciente, tolerante e tranquilo. Ideais para conviver com crianças, estes cães conseguem estabelecer relações positivas com toda a família.
Gostei. Bastante elucidativo. PARABEMS -FELIZ NATAL