A prisão de ventre é comum em cachorros. Confira os alimentos que soltam o intestino.
Especialmente entre cachorros idosos e filhotes, a prisão de ventre ou constipação é um distúrbio relativamente comum. As fezes secas são um sinal de que o animal está saudável, mas quando ele está muito ressecado, é preciso atenção. Alguns alimentos ajudam a soltar o intestino, mas, em casos reiterados, é preciso consultar o veterinário.
Em casos de prisão de ventre leve ou moderada, oferecer alguns alimentos pode resolver o problema. Quando a situação se repete, as fezes podem estar se acumulando no cólon descendente, causando desconforto, dor e até problemas sérios.
É importante lembrar que merecem atenção não apenas os cachorros que demonstram dificuldade para defecar, mas também aqueles que fazem cocô de maneira irregular, passando mais de um dia sem excretar.
As fezes acumuladas no intestino grosso se desidratam progressivamente, tornando a evacuação cada vez mais difícil: a matéria fecal vai se tornando cada vez mais dura e seca.
Os alimentos para soltar o intestino do cachorro
Os alimentos e receitas a seguir são indicados para casos leves de prisão de ventre, quando o cachorro consegue defecar diariamente, mas o faz com alguma dificuldade, ou em situações específicas.
Caso o animal permaneça mais de dois dias sem fazer cocô, é preciso leva-lo ao veterinário, porque o sintoma pode indicar um problema mais sério (leia abaixo), mas que pode ser corrigido caso seja diagnosticado e tratado de maneira precoce.
Uma das receitas mais simples é abóbora cozida. Em geral, os cães gostam do sabor da abóbora, mas, no caso dos mais “enjoados”, pode-se cozinhar a fruta até que ela desmanche e misturá-la à ração a que o animal esteja acostumado.
O ideal é preparar a abóbora com alguma gordura vegetal, como óleo de coco ou azeite, cozinhando a fruta em fogo baixo, para não degradar o óleo. As gorduras são bastante calóricas e, por isso, a quantidade diária de ração deve ser reduzida proporcionalmente.
Duas colheres de chá do óleo são suficientes para cachorros de porte pequeno, enquanto, para os grandes, devem ser oferecidas duas colheres de sobremesa. A medida da fruta cozida é uma colher de sopa para cada dez quilos de peso corporal.
Toda comida caseira deve ser preparada sem sal nem condimentos, preferencialmente com o conhecimento do veterinário. Para regularizar o trânsito intestinal, podem-se oferecer os seguintes alimentos para o cachorro, que podem ser misturados à ração:
• batata – deve ser cozida, porque a batata crua, especialmente quando está com brotos, é tóxica para os cachorros. O alimento deve ser servido amassado. Um cachorro de porte pequeno come até duas batatinhas cozidas;
• iogurte natural – uma colher de sopa para os grandes ou de chá para os pequenos. O produto deve ser preferencialmente desnatado, sem adição de frutas, mel, etc.;
• coalhada – semelhante ao iogurte, a coalhada é rica em probióticos que recompõem a flora intestinal. Pode ser oferecida diariamente, na mesma proporção do iogurte;
• levedo de cerveja – pode ser encontrado em casas de produtos naturais. É um produto barato e eficaz, que pode ser polvilhado na ração ou oferecido como chá. O levedo é um probiótico, além de ser rico em vitamina B. a medida é a mesma do iogurte;
• kefir – encontrado em grãos ou como bebida fermentada (diluído em água ou leite), o kefir regulariza as funções intestinais e pode ser oferecido diariamente. Dê preferência às bebidas a base de água, para evitar incluir gorduras na dieta;
• azeite – é um laxante natural leve. O azeite combate os radicais livres, tem propriedades anti-inflamatórias e previne a prisão de ventre. Uma colher de chá misturada à ração pode ser oferecida diariamente, independente do porte do cachorro;
• óleo de coco – além de regularizar o intestino, também melhora o aspecto da pelagem e fortalece o sistema imunológico. O óleo de coco é muito calórico e não deve ser oferecido para cães com problemas de peso. Uma colher de café em dias alternados é suficiente para o bom funcionamento gastrointestinal.
Lembre-se: arroz branco cozido e carne branca (de aves ou peixes) são alimentos que costumam prender o intestino, especialmente para os cães que não estão acostumados. Eles não devem ser servidos para animais com prisão de ventre.
Sinais e causas
É fácil verificar quando o cachorro está com prisão de ventre. Ele tenta defecar, fica na posição para expelir as fezes, mas nada acontece. Alguns animais chegam a caminhar com o dorso encurvado. Em geral, os casos de constipação aguda são menos graves, quando a doença se torna crônica, no entanto, surge a necessidade de atenção e supervisão médica.
Os cachorros costumam andar em círculos antes de defecar. O movimento estimula os movimentos do intestino e facilita a expulsão das fezes. No caso da prisão de ventre, os animais executam o movimento diversas vezes por dia, sem conseguir se aliviar.
Alguns cachorros conseguem excretar algumas porções de fezes duras e secas, mas não eliminam todo o bolo fecal e demonstram dor. É possível, em certos casos, observar a presença de sangue e muco nas fezes, que podem ser confundidos com diarreia, em função do esforço excessivo e da pressão exercida sobre o reto e o ânus.
A causa mais comum da prisão de ventre é a alimentação inadequada, com pouca oferta de fibras nas refeições diárias. Outras causas corriqueiras, no entanto, também podem determinar esta condição:
- ingestão insuficiente de líquidos;
- presença de corpos estranhos no estômago ou intestino;
- sedentarismo (falta ou insuficiência de atividade física).
Em casos mais graves, que acendem o alerta vermelho e exigem uma avaliação veterinária aprofundada, o cachorro pode enfrentar problemas com a prisão de ventre por:
- dores no sistema locomotor;
- inflamações nos sacos anais;
- fraturas na pelve ou no fêmur;
- tumores (benignos ou malignos) no intestino ou estômago;
- enfraquecimento da parede intestinal, em função de aderências ou protuberâncias;
- distúrbios metabólicos, como hipotireoidismo;
- perturbações neurológicas no intestino grosso.
Os machos com problemas na próstata também podem apresentar dificuldades para defecar. Outro motivo é um provável efeito colateral de medicamentos de uso contínuo.