Agility – o esporte dos cães

É uma atividade em duplas: o cão e o condutor. Saiba mais sobre o agility, o esporte dos cães.

O agility é uma excelente maneira de exercitar os cães e os tutores mais atléticos, que podem ser substituídos por condutores profissionais. As regras iniciais do esporte foram inspiradas nas práticas de hipismo.

O objetivo do agility é cumprir um percurso no menor tempo possível e com o mínimo de infrações, o que configura a prática física como prova de habilidade. A velocidade é o critério de desempate e é estipulado, no início de cada prova, o tempo máximo permitido para todo o percurso. Exceder o tempo implica a eliminação da dupla.

Durante as provas, os cães devem ficar sem guias nem coleiras. A penalização das faltas nas habilidades geralmente é maior do que os descontos por exceder o tempo estipulado.

Antes de dar início aos treinos de agility, no entanto, os cachorros precisam assimilar os comandos básicos e de obediência (“senta”, “fica”, “pula”, etc.). Vale lembrar que o condutor não pode tocar o cão atleta, nem usar objetos para atrair a atenção.

O agility é mais do que um esporte dos cães. Ele serve também para o condicionamento dos tutores e para desenvolver o senso de dominância com os pets, que precisam obedecer aos comandos para alcançar bons resultados.

Agility

Basicamente, os cães se divertem durante as atividades do agility. Para eles, é mais uma brincadeira – e é muito importante manter o caráter lúdico. Mesmo assim, os peludos se tornam mais atentos às ordens – e quem atende aos comandos no esporte se torna mais obediente e centrado no dia a dia.

O agility melhora sensivelmente o condicionamento físico dos participantes e isto contribui para a saúde e a qualidade de vida, reduzindo as chances da obesidade. Além disso, a atividade eleva a produção de hormônios relacionados à sensação de bem-estar, que reduzem os níveis de estresse e ansiedade.

As provas, para serem bem cumpridas, exigem uma série de habilidades. A coordenação motora dos cães é muito beneficiada com o treinamento de agility. A inteligência também é desenvolvida. O aspecto principal, no entanto, é o fortalecimento dos elos entre o cachorro e o seu condutor.

As categorias do Agility

Com relação às raças caninas, não existem exigências específicas para o agility. Qualquer cão, puro, mestiço ou sem raça definida pode praticar o esporte, desde que as condições de saúde estejam em dia.

Apesar de as provas serem disputadas pelos mais diversos cães, há uma predominância dos pastores de Shetland nas categorias “mini” e “midi”. Entre os “standard”, os border collies dominam a cena esportiva a ponto de os campeonatos divulgarem dois rankings: “border collie” e “qualquer raça menos border collie”.

Na maioria dos clubes brasileiros, os cachorros são divididos em três categorias: mini, midi e standard, correspondentes a cães de pequeno, médio e grande portes. A altura dos obstáculos é proporcional à altura dos cães competidores.

Os cães são subdivididos desta forma:

  • mini – altura na cernelha de até 35 cm;
  • midi – acima de 35 cm, até 43 cm;
  • standard – com mais de 43 cm.

As três categorias são subdivididas em cães iniciantes e graus e I a III. Em cada subdivisão, os cachorros permanecem até obter três notas “Excelente”, quando são promovidos automaticamente para a subcategoria imediatamente superior.

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Estão proibidos de participar de competições oficiais (e também das provas amistosas, chamadas matches, promovidas pelas entidades de cinofilia):

  • cães com menos de 18 meses de idade (a partir de um ano, os filhotes podem começar a treinar);
  • cadelas grávidas;
  • cadelas no cio;
  • cães doentes ou machucados.

Para se inscrever, os tutores precisam comprovar, com laudos médicos, a boa saúde dos pets. Também é necessário apresentar a caderneta de vacinação atualizada. Os cães precisam ter boa capacidade cardiorrespiratória e não podem apresentar problemas osteomusculares.

As regras do agility

Nas provas de agility, o condutor pode utilizar apenas gestos e comandos verbais, sem usar as mãos, brinquedos nem alimentos. Qualquer toque intencional com as mãos é penalizado pelos árbitros. A dupla precisa seguir uma série de obstáculos: a quebra da sequência quase sempre é eliminatória.

Os obstáculos do agility (que podem chegar a 25 em competições oficiais), numerados de acordo com sequência em que devem ser abordados e dispostos em distâncias entre cinco e sete metros, são os seguintes:

  • saltos em altura;
  • saltos em distância;
  • passarela (dog walk);
  • rampa “A”;
  • gangorra;
  • túnel;
  • mesa;
  • pneu;
  • slalom.

Nas provas oficiais, a sequência de obstáculos é conhecida pelos competidores pouco antes da prova (no Brasil, são apenas sete a dez minutos), para que os condutores possam traçar a estratégia (que varia de animal para animal e de dupla para dupla). Um mesmo condutor pode ter estratégicas diferentes em cada dupla que performa.

O objetivo básico do agility é o salto de obstáculos, com altura máxima de 65 cm. No Brasil, o esporte é regulamentado pela Comissão Brasileira de Agility, vinculada à Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC).

Esta entidade é responsável pelos campeonatos oficiais e pela seleção dos cachorros para o Campeonato Mundial de Agility, que ocorre anualmente. O Brasil já foi campeão mundial na categoria standard em 2002 e 2008 e na categoria mini, em 2008.

Os cachorros precisam ser licenciados pela comissão para poder participar das provas. A expedição da carteira de trabalho digital dos atletas é feita através do site.

As provas de agility

Além dos saltos em altura e em distância, os cães devem demonstrar as suas habilidades em diversos equipamentos. Eles são colocados à prova nos quesitos velocidade, agilidade e entendimento dos comandos.

Os saltos são realizados em barras paralelas ao solo (salto simples) e muros semelhantes aos das provas de ciclismo, com altura variável de acordo com a categoria. Nos muros, os obstáculos são constituídos por “telhas”, que não podem ser derrubadas pelos competidores.

A passarela (dog walk) é constituída por três pranchas, uma paralela ao solo e as demais em declive, para a entrada e saída da prova. A altura dos cavaletes é de 1,20 metro e cada prancha mede 3,60 a 3,80 m de comprimento, com apenas 30 cm de largura.

A rampa “A” é o encaixe de duas pranchas com 2,70 m de comprimento e 90 cm de largura, posicionadas a pelo menos 1,10 m de altura. Os cães precisam subir e descer a rampa no menor tempo possível, sem se desequilibrar. A prova avalia a confiança e a ousadia dos competidores.

A gangorra é uma prancha de 30 cm de largura e 3,60 m a 3,80 m de comprimento, apoiada em um cavalete de 90 cm de largura postado a 60 cm do solo. Os cachorros precisam manter o equilíbrio, respeitando o movimento oscilatório da gangorra.

O túnel é um tubo totalmente fechado com 60 cm e 4 m a 6 m de comprimento, postado em curva. Para os cães, ele deve ser parecido com um labirinto que parece interminável.

A mesa é um quadrado de 70 cm de lado, com 30 cm a 60 cm de altura, respectivamente para cães pequenos/ médios e standard. Os cães precisam saltar e permanecer sobre ela, sempre mantendo o equilíbrio.

O pneu é um velho conhecido dos cães, um brinquedo improvisado em muitos quintais. No agility, o pneu é preso por correntes (portanto, fica oscilando), posicionado a 30 cm do solo. O objetivo é ultrapassar o obstáculo da forma mais rápida possível.

O slalom é constituído por 12 tubos de PVC com um metro de altura, postados de 60 cm em 60 cm, compondo um percurso de 7,40 metros. Os cães devem ziguezaguear entre os tubos até completar o percurso.

A história

A primeira aparição documentada do agility ocorreu como entretenimento do Crufts Dog Show de 1978. O Crufts é uma exposição internacional realizada anualmente, desde 1891, em Birmingham, na Grã-Bretanha. Trata-se do maior evento do gênero no mundo.

Na edição de 1978, para entreter o público nos intervalos do “Best in Show”, que premia cães de todas as raças reconhecidas pelo The Kennel Club (a associação cinológica inglesa), os organizadores exibiram percursos de saltos com uma dupla, para demonstrar a agilidade natural dos cães.

No ano seguinte, diversos clubes ingleses ofereciam o esporte para os cães e seus tutores e mais uma demonstração de agility foi realizada na Grã-Bretanha. Desta vez, em Londres, durante o Royal International Horse Show, a exposição oficial da British Horse Society. Desta vez, a mostra teve caráter competitivo.

Em 1980, The Kennel Club reconheceu o agility como esporte oficial e estabeleceu o conjunto de regras, que pouco mudou desde então (uma das alterações foi a redução dos saltos em altura para os mini e midi, que antes precisavam saltar 30 polegadas).

Em 1983, surgiu o Agility Club, a primeira associação do esporte do mundo. Em 1992, uma exibição de agility organizada pelo evento “Dogs in Need”, para captar recursos destinados a centros de resgate e santuários caninos, teve um total de 885 cães inscritos.

No Brasil, o agility desembarcou no final da década de 1990. A primeira competição oficial ocorreu em Casa Branca (SP), em novembro de 1998. Atualmente, diversos torneios ocorrem em várias partes do país.

O país sediou, em 2015, o 15º Torneio das Américas e Caribe (que volta a ocorrer aqui m 2020) e, em 2019, o campeonato internacional American Agility Open, principal competição de agility do continente, com participantes das Américas, além de demonstrações da França e da República Tcheca.

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